Paris-2024: De Biles a Djokovic, seis das maiores estrelas dos Jogos Olímpicos de Paris
A AFP Sports apresenta seis dos melhores:
Simone Biles
Biles revelou-se tão popular como a Torre Eiffel, com o seu 1,42m de altura a impor-se no seu regresso aos Jogos Olímpicos após o trauma de Tóquio.
No Japão, foi forçada a desistir da maior parte das provas devido a um bloqueio mental debilitante conhecido como twisties. Três anos depois, empurrada por uma casa cheia na Arena de Bercy, incluindo o seu marido, o jogador da NFL Jonathan Owens, ou ainda Tom Cruise e Lady Gaga, Biles retomou a corrida pelo ouro que tinha começado no Rio-2016.
A atleta de 27 anos venceu Rebeca Andrade pela cobiçada coroa no all-around com um último salto incrível. Seguiram-se títulos com a equipa norte-americana e no salto, onde tornou-se a primeira mulher a executar um duplo Yurchenko, manobra conhecida como Biles II, a sexta técnica com o seu nome.
Os tropeços no último dia, quando o cansaço - tanto mental como físico - se instalou, deixaram-na com a prata, atrás da brasileira Andrade no solo. No pódio, fez uma reverência à brasileira, numa demonstração de classe.
Léon Marchand
Nasceu uma nova estrela na piscina em Paris, com Léon Marchand a encantar as bancadas cheias da Arena La Defense ao conseguir um feito que não se via desde os tempos de Michael Phelps.
O jovem de 22 anos venceu todas as quatro provas individuais - 200m borboleta, 200m bruços e os medleys dos 200 e 400 metros.
Isso colocou-o na elite da modalidade, sendo o primeiro nadador masculino a conseguir fazê-lo numa única edição dos jogos, desde a lenda norte-americana em 2008. Num aviso ameaçador, Marchand disse que "é apenas o início", com os olhos já voltados para Los Angeles em 2028.
Noah Lyles
Lyles chegou a Paris com a pretensão de consolidar o seu legado como o legítimo herdeiro de Usain Bolt. O norte-americano venceu os 100 metros com uma vantagem de cinco milésimos sobre o jamaicano Kishane Thompson.
Mas nos 200 metros parecia estar um pouco fora de forma, com Letsile Tebogo a vencer de forma categórica para lhe negar uma dobradinha no sprint, tendo revelado depois que testou positivo para a COVID-19.
Por isso, ficou de foram quando os norte-americanos se espalharam ao comprido e foram desclassificados na estafeta de 4x100m.
Bolt, pelo contrário, ganhou a dobradinha e a estafeta em três Jogos consecutivos, perdendo apenas um ouro na estafeta devido ao caso de doping de um colega de equipa.
Antoine Dupont
A meio do jogo, num Stade de France lotado, as Ilhas Fiji, duas vezes campeãs olímpicas, pareciam estar a controlar a final de râguebi 7's contra os anfitriões. Entra em cena Antoine Dupont.
Dupont, sem dúvida o melhor jogador de râguebi de 15, tinha começado no banco para poder ter o máximo impacto com pernas frescas neste desporto de alta voltagem.
O impacto foi imediato. Aproveitando uma bola solta no pontapé inicial do segundo tempo, correu pela ala, ultrapassou a lenda de Fiji, Jerry Tuwai, e passou para Aaron Grandidier-Nkanang marcar um ensaio fácil.
Dupont marcou depois dois ensaios para arrecador o ouro por 28-7, num ambiente febril que até os comentadores mais experientes disseram nunca ter vivido num jogo de râguebi.
Novak Djokovic
Aos 37 anos, Novak Djokovic ganhou finalmente uma medalha de ouro olímpica para juntar aos seus 24 títulos do Grand Slam.
O sérvio derrotou Carlos Alcaraz, 16 anos mais novo, numa final memorável em Roland Garros, onde já tinha sido campeão do Open de França por três vezes.
Djokovic alcançou o sonho da forma mais difícil, tendo de derrotar o rival de longa data Rafael Nadal na segunda ronda, no 60.º duelo entre os dois.
Depois, superou o agravamento de uma lesão no joelho, à qual foi operado em junho, durante a vitória nos quartos de final sobre Stefanos Tsitsipas.
Djokovic disse que quer defender o seu título nos Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles, quando tiver 41 anos.
"Adoro a motivação, todos os dias, todas as semanas a treinar o meu corpo, a aperfeiçoar o meu jogo, a melhorar-me ainda nesta idade", afirmou.
A multidão
Quaisquer dúvidas sobre o empenho do público francês nos Jogos Olímpicos foram dissipadas pelo enorme rugido quando a sensação da natação, Leon Marchand, mergulhou na piscina de La Defense pela primeira vez.
A marcha de Marchand para os quatro ouros provocou um rugido ritmado dos espectadores de cada vez que a sua cabeça saía da água - mesmo os atletas olímpicos mais experientes disseram que o barulho era extraordinário.
Os franceses e os adeptos de todo o mundo também transformaram o espetacular recinto de voleibol de praia junto à Torre Eiffel numa festa todas as noites que iluminou milhões de contas do Instagram.