Recorde o combate
Sob os aplausos do público de Roland-Garros, Billal Bennama (26) entrou no ringue com um sorriso no rosto e ligaduras nas pálpebras, que tinham sido danificadas na meia-final. O uzbeque Hasanboy Dusmatov (31), campeão olímpico no Rio há oito anos, conhecia a tensão de um momento como este.
O adversário do francês, com a guarda levantada, utilizou o seu amplo gancho de esquerda para desferir golpes no rosto e no corpo. Bennama, com o seu jogo de pés, aproveitou para contra-atacar. Menos tenso do que Sofiane Oumiha na véspera, o tricolor foi menos explosivo do que Dusmatov, mais corpulento e mais pequeno, que acertou uma esquerda certeira nos últimos 30 segundos. No final do 1.º assalto, foi o uzbeque que foi declarado vencedor por 3 juízes contra 2.
No primeiro minuto do segundo assalto, Dusmatov quis continuar a atacar a face esquerda de Bennama com um trabalho de corpo e face. O francês tentava trabalhar em série, mas era o seu adversário que trabalhava mais, sempre armado com aquela esquerda perfeita para quebrar a distância. Uma direita no início do minuto final frustra o Tricolor. O uzbeque procurava tomar o centro do ringue mas, nos últimos dez segundos, foi o uzbeque que deixou melhor impressão, apesar de uma maçã do rosto avermelhada. Mais uma vez, 3 juízes deram o assalto a Dusmatov, incluindo dois que já tinham validado a sua vitória.
Bennama teve 3 minutos para dar a volta à situação, sem se revelar. Um uppercut passou por cima, mas o uzbeque foi mais rápido a desferir o murro, mais rápido e mais forte. Inteligente e calculista, Dusmatov continuava a avançar. Numa direita a 20 segundos do fim, a sobrancelha do francês saltou.
Sem surpresas, as cartas dos juízes mostraram o vencedor do canto azul, por decisão unânime (5-0). Dusmatov é agora duplo campeão olímpico. Do lado francês, os Jogos Olímpicos terminaram com três medalhas: bronze para Djamili-Dini Aboudou Moindze e prata para Oumiha e Bennama. Um resultado que não deixa de ser lamentável, dadas as ambições iniciais.
