Paris-2024: Fernando Pimenta desiludido com sexto lugar, mas de consciência tranquila
"Trabalhei mesmo muito, fiz provavelmente uma das minhas melhores épocas, mas foi tal como aconteceu no Rio de Janeiro. Acho que quanto mais me esforço, mais depressa o resultado desaparece. Não posso estar desiludido ou triste comigo, tenho a consciência tranquila de que dei o meu melhor", afirmou no final.
Detentor de duas medalhas olímpicas - prata em K2 1.000, em Londres-2012, com Emanuel Silva, e bronze em K1 1.000, em Tóquio-2020 -, o canoísta limiano, de 34 anos, reconheceu que o resultado não tem nada a ver com o trabalho efetuado nos últimos anos.
"Infelizmente, o resultado não é o espelho do meu trabalho. Como é óbvio, todos os atletas que venceram têm todo o mérito. Sentia-me mesmo muito bem, muito tranquilo, estava confortável e a controlar a prova, segui tudo o que conversei com o meu treinador, tentar lançar o caiaque, pressionar à frente, infelizmente, na parte final, faltaram-me as forças e energia", detalhou.
Fernando Pimenta dedicou ainda uma palavra à família, reconhecendo ter passado muito tempo longe desta no último ano.
"Passei muitíssimo tempo longe da minha família, longe dos meus pequeninos, abdiquei dos meus filhotes muitos dias. Só estive, se calhar, um mês neste último ano, falhei praticamente todas as festas da escola da minha filha e, depois, chegar aqui e não alcançar o resultado ambicionado custa", afirmou o canoísta do Benfica.
Também o apoio recebido dos portugueses não foi esquecido: "Só tenho que estar agradecido a todos os portugueses que estiveram aqui presentes, a todos os que em Portugal me apoiaram, acho que reconhecem todo o esforço que tenho vindo a fazer, o legado que tenho vindo a conquistar e, agora, é hora de desanuviar um bocadinho, para, durante a próxima semana, voltar ao trabalho".
No Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, Pimenta terminou a final em 3.29,59 minutos, a 5,52 segundos do novo campeão olímpico, o checo Josef Dostal (3.24,07), não conseguindo somar a sua terceira medalha olímpica.
O pódio ficou completo com dois húngaros, com Adam Varga (3.24,76) a conquistar a prata e Balint Kopasz (3.25,68) o bronze.
O limiano mantém-se como um dos seis portugueses com duas medalhas olímpicas, juntamente com os atletas Carlos Lopes, Fernanda Ribeiro e Rosa Mota, e o cavaleiro Luís Mena e Silva, além de Pedro Pichardo, que conquistou a prata na sexta-feira no triplo salto.