Paris-2024: Fernando Pimenta encorajado pelos fãs a prosseguir carreira
“Sinceramente, não senti peso nenhum. Foi o que sempre disse: havia uma probabilidade de conseguir uma medalha, mas também havia de não conseguir nenhuma. Infelizmente, saiu esta última probabilidade que não queríamos”, lamentou.
Fernando Pimenta terminou a final em 3.29,59 minutos, a 5,52 segundos do novo campeão olímpico, o checo Josef Dostal (3.24,07), num pódio completado pelos húngaros Ádám Varga (3.24,76) e Bálint Kopasz (3.25,68).
“Estava no lote dos candidatos, mas no final não me consegui encontrar bem. Fiz basicamente o mesmo tempo do que na meia-final, na qual tive uma boa gestão. Senti que dei o meu máximo, mas não dei o meu melhor. Quando assim é, ficamos tristes. Queria trazer uma medalha para Portugal. Saí de lá sem qualquer medalha, mas com o moral muito em alta pelo apoio de todos os portugueses”, reiterou.
Com desfecho idêntico ao Rio-2016, onde foi quinto colocado em K1 1.000 e sexto em K4 1.000, o canoísta voltou a ficar aquém da única medalha em falta num extenso palmarés, com um total de 145 pódios, entre Jogos Olímpicos, Mundiais e Europeus.
“Nem uma medalha consegue reconfortar esses momentos duros de treinos e de ausência da família. Passámos muito tempo em estágio e receber este carinho ajuda, não só a mim, mas também à minha família, aos amigos e a quem me apoia, porque sentem que estão numa onda de energia positiva”, valorizou.
Os Mundiais de distâncias não olímpicas e de maratonas seguem-se na agenda de Fernando Pimenta, que almeja uma quinta presença olímpica em Los Angeles-2028, nos Estados Unidos, onde Messias Batista espera melhorar o sexto lugar alcançado com João Ribeiro no K2 500 metros.
“Já se passaram alguns dias da final. Não vou esconder a tristeza que tenho de não poder partilhar uma medalha olímpica com o João. Tínhamos indicadores que nos permitiam sonhar com isso, mas tenho de estar orgulhoso destes anos que fiz com o meu parceiro. Estou de consciência tranquila de que fizemos todos os possíveis para chegar a Paris-2024 na melhor versão, mas o desporto é assim”, atirou.
Oitavos colocados na final de K4 500 em Tóquio-2020, a par de Emanuel Silva e David Varela, Messias Batista e João Ribeiro partiram para França como campeões mundiais de K2 500 e apontavam às medalhas, mas não passaram do diploma olímpico.
“Não há replay e isso é que torna o desporto interessante. Os Jogos Olímpicos têm um pouco esse mistério de naquele momento ter de correr tudo bem. Não desprezo os adversários, que foram melhores, mas gostava de estar aqui a festejar com uma medalha”, admitiu, logo após ter testemunhado uma receção apoteótica dos campeões olímpicos Iúri Leitão e Rui Oliveira, vencedores da prova de madison de ciclismo de estrada, no aeroporto.
Messias Batista promete espairecer a mente depois do Mundial de distâncias não olímpicas, ciente de que “há novas oportunidades” a cada novo ciclo olímpico, cenário ininterruptamente vivido pela também canoísta Teresa Portela desde Pequim-2008.
“Sinto que estou bem, mas se em 2028 forem os meus sextos Jogos, será porque as coisas se encaminharam. Estou muito tranquila com o que tenho feito”, assumiu.
Portela assegurou estar satisfeita pelo 10.º lugar obtido perante “excelentes atletas” no K1 500 metros, após ter falhado por 41 centésimos de segundo a presença na decisão principal, sendo relegada para a final B, na qual foi segunda classificada.
“Nunca fui à procura de ser a que tem mais Jogos Olímpicos, as coisas sempre foram acontecendo. Sinto-me muito tranquila com o que fiz e estive muito competitiva nos Jogos, a ficar praticamente no top 10”, recordou a esposendense, cuja melhor classificação individual foi o sétimo lugar em K1 1.000 em Tóquio2020.