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Paris-2024: Hancock lendário no tiro que celebrizou georgiana e turco

LUSA
Hancock é tetracampeão olímpico de skeet
Hancock é tetracampeão olímpico de skeetGetty Images via AFP
O atirador norte-americano Vicent Hancock destacou-se no tiro em Paris-2024 ao tornar-se tetracampeão olímpico de skeet, numa modalidade que consagrou os 10.º Jogos de Nino Salukvadze e deu fama mundial ao descontraído turco Yusuf Dikeç.

Sem o habitual recurso a tapa-olhos, lentes especiais ou proteção dos ouvidos, Yusuf surgiu de óculos, com atitude relaxada, de mão no bolso, embora exímio a disparar: junto com Şevval İlayda Tarhan, o atirador de 51 anos, já uma estrela global nos Media e redes sociais, conquistou a prata em pistola de ar comprimido a 10 metros, em pares mistos, apenas batidos pelos sérvios Zorana Arunović e Damir Mikec.

Depois do ouro em Pequim-2008, com somente 19 anos, e o triunfo em Londres-2012 e Tóquio-2020 – foi 15.º no Rio-2016 -, Vicent Hancock, já cinco vezes campeão do mundo, tornou-se uma lenda na modalidade com o quarto cetro em skeet, conseguido com 58 tiros certeiros em 60 possíveis em Châteauroux.

Pretendo definitivamente estar em Los Angeles2028. Esses serão provavelmente os meus derradeiros Jogos. Considerei estes como os meus últimos, mas a oportunidade de representar os Estados Unidos em solo americano é demasiado boa não aproveitar", disse o texano, de 35 anos, que foi ainda prata em equipas mistas.

Com 21 atletas, a China apresentou-se, juntamente com a Índia, como a maior comitiva – e potência - numa modalidade que tem a particularidade de, em Paris-2024, ter permitido a um adolescente de 15 anos e 11 meses, o iraniano Mohammad Beyranvand, competir contra o venezuelano Leonel Martínez, de 60 anos e 10 meses.

A China voltou a ser a nação mais forte no cômputo das 15 provas, reforçando o seu domínio com seis medalhas de ouro (foram quatro em Tóquio), duas de prata e três de bronze.

Sheng Lihao, que em Tóquio-2020 levou a prata e tornou-se no mais jovem medalhado olímpico da história, com 16 anos e 233 dias, confirmou o seu favoritismo na carabina a 10 metros - algo esperado, após ter ganho as duas últimas etapas da Taça do Mundo, sendo que na mais recente fixou um novo recorde do mundo em 254.5 – e levou o ouro com 252.2.

O compatriota Liu Yukun, que recentemente bateu, por duas vezes, o melhor registo mundial de carabina de três posições a 50 metros, fixando-o em 469.8, também ficou com posto mais elevado no pódio, em 463.6.

Do lado das desilusões, destaque para a italiana Diana Bacosi, campeã no Rio-2016 e prata em Tóquio-2020, campeã do mundo em 2019 e 2022, e atual campeã da Europa, que se apagou no skeet, falhando inclusivamente a final, atingida com 120 pontos, ficando-se pelos 117. Foi coroada a chilena Francisca Crovetto Chadid.

Bacosi redimiu-se em equipas mistas, pois, juntamente com Gabriele Rossetti, garantiu o título com 45 pratos em 48 possíveis contra os 44-48 dos Estados Unidos, que impediram Hancock de voltar a celebrar.

A georgiana Nino Salukvadze, de 55 anos, fez história ao tornar-se na primeira mulher a competir em 10 Jogos Olímpicos, num percurso iniciado em Seul-1988, aos 19 anos, logo com um ouro e uma prata a representar a União Soviética. Na capital francesa, foi 38.ª na pistola de ar comprimido a 10 metros.

Numa carreira de quase cinco décadas, Salukvadze representou três equipas diferentes, começando em Seul-1988 pela União Soviética, entretanto desagregada e que, em Barcelona1992, deu lugar à Comunidade de Estados Independentes (CEI). Pela Geórgia, disputou as últimas oito edições.

No Rio-2016, integrou a primeira dupla mãe e filho a concorrer nos mesmos Jogos e igualou o cavaleiro Ian Millar com o maior número de presenças olímpicas, mas detém o recorde de edições consecutivas, uma vez que o canadiano, que foi olímpico entre 1972 e 2016, falhou Moscovo-1980, por boicote do seu país.

Referência ainda ao primeiro ouro olímpico de sempre da Guatemala, conquistado precisamente no tiro, através de Adriana Ruano Oliva, que venceu a competição de fosso olímpico ao atingir 45 alvos em 50 possíveis, novo máximo olímpico. Foi o segundo pódio do país em Paris - bronze de terça-feira de Jean-Pierre Brol Cardenas, igualmente no fosso olímpico – e apenas o terceiro da sua história, depois de Érick Barrondo, em Londres-2012, na competição dos 20 quilómetros marcha.

Portugal contou com o oitavo lugar de Maria Inês Barros no fosso olímpico, após falhar a final no shoot-off. A penafidelense, de 23 anos, melhorou o recorde pessoal de 119 para 121, num desempenho que lhe valeu o terceiro melhor resultado olímpico do tiro português, depois da prata de Armando Marques em Montreal-1976 e do sétimo lugar de Manuel Vieira da Silva em Atlanta-1996.