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Paris-2024: Kipchoge, Argentina, Gauff e Pajón, os heróis que caíram nos Olímpicos

AFP
Atualizado
Coco Gauff, porta-bandeira dos EUA
Coco Gauff, porta-bandeira dos EUAAFP
Como em todas as competições, há atletas que choram de alegria com os seus sucessos e outros que lamentam as oportunidades perdidas. Aqui estão algumas das desilusões de Paris-2024.

Rei Kipchoge abdica

Considerado o melhor maratonista da história e uma lenda viva da modalidade, o queniano Elihud Kipchoge (39 anos) procurava a sua terceira medalha de ouro na mítica distância, mas não conseguiu superar o exigente percurso da maratona de Paris e abandonou mesmo ao quilómetro 30, sofrendo também de fortes dores nas costas.

"Isto é como no boxe, podemos treinar cinco meses para um combate e sermos eliminados em dois segundos. Mas a vida continua", disse o queniano, que não revelou os seus planos para o futuro, embora tenha dito que quer "continuar a correr" maratonas.

Velocidade jamaicana abranda

Em Jogos anteriores, com a liderança de Usain Bolt ou Shelly-Ann Fraser-Pryce, o sprint jamaicano estava habituado a banhar-se em ouro, mas desta vez foi uma sombra de si mesmo em Paris-2024.

Só a medalha de prata nos 100 metros de Kishane Thompson (23 anos), que deverá liderar a nova geração de velocistas, impediu que a ilha das Caraíbas se afundasse em Paris, que marca também o fim da geração de ouro feminina.

Pela primeira vez desde Montreal-1976, as jamaicanas não conseguiram ganhar uma única medalha nos 100m, 200m e 4x100m, as três principais provas de velocidade, devido às lesões de Elaine Thompson-Herah, Shericka Jackson e Shelly-Ann Fraser-Pryce.

A última dança de Nadal em Paris?

Apesar de as lesões quase não o terem deixado jogar nos últimos dois anos, todos os fãs de ténis, especialmente os espanhóis, sonhavam com uma imagem de Rafael Nadal e Carlos Alcaraz, o rei e herdeiro aparente, com uma medalha ao pescoço no torneio de pares.

Mas os espanhóis, que nunca tinham jogado juntos, foram eliminados nos quartos de final por uma dupla de especialistas, os americanos Rajeev Ram e Autin Krajicek (6-2, 6-4).

Coco Gauff, de porta-estandarte a porta-voz

Porta-bandeira dos Estados Unidos na cerimónia de abertura, ao lado de LeBron James, muito se esperava de Coco Gauff, mas a número dois do ténis feminino deixou os Jogos com um dos momentos mais surreais.

Na segunda ronda, vítima da pressão e depois de perder o primeiro set para Donna Vekic apesar de uma vantagem de 5-2, perdeu completamente a cabeça depois de discutir uma bola duvidosa no segundo set.

Depois de chorar no court por aquilo que considerou ser uma decisão injusta do árbitro de cadeira, Gauff já não foi capaz de voltar ao jogo e acabou por perder.

Não há quarta medalha para Pajon

Depois de perder a coroa em Tóquio, onde conquistou a prata, a colombiana Mariana Pajon tinha como objetivo a quarta medalha olímpica no BMX Racing.

Sem as pernas de Londres-2012 ou Rio de Janeiro-2016 (quando conquistou o ouro) e com uma série de lesões nos últimos meses, Pajon (32 anos) emocionou-se quando perguntada se iria fazer os seus últimos Jogos em Paris.

"Acho que não, foi lá que uma chama se acendeu", respondeu com uma risada. Los Angeles-2028 parece, para já, muito distante.

Demasiado barulho na Albiceleste

O que começa mal, termina mal.

A Argentina de Javier Mascherano perdeu a estreia contra o Marrocos numa partida caótica (que terminou com uma suspensão de duas horas e com o resultado alterado pelo VAR), e foi eliminada nos quartos de final contra os franceses.

Muito barulho e pouco futebol para uma equipa que aspirava a repetir os títulos de Atenas-2004 e Pequim-2008.

O boxe cubano perde força

A outrora poderosa armada cubana de boxe, detentora de 41 títulos olímpicos e 81 mundiais antes de Paris-2024, naufragou e perdeu o rótulo de grande fornecedora de medalhas para o desporto da ilha, ultrapassada pela luta livre.

Só o ouro de Erislandy Alvarez nos pesos leves salvou a equipa cubana do desastre, exemplificado pela derrota da sua grande estrela, Julio Cesar La Cruz, que procurava um terceiro ouro.

Arlén López também somou um bronze, mas isso não impediu que a luta livre se tornasse o motor do desporto cubano em Paris-2024, com uma prata, três bronzes e, sobretudo, o histórico quinto ouro do Gigante de Herradura, Mijaín López.