Paris-2024: Marco Alves destaca consolidação dos resultados da Missão portuguesa
“No que diz respeito aos resultados que atingimos em Paris, estamos satisfeitos. Passa uma imagem de um país que conseguiu consolidar (os resultados) passado três anos, depois de um aumento significativo face a edições anteriores. Havia efetivamente as dúvidas de se era um crescimento consolidado e eu acho que hoje estamos aqui e podemos afirmar que sim”, destacou o chefe de Missão.
Depois das inéditas quatro medalhas conquistadas na capital japonesa – o ouro de Pedro Pablo Pichardo no triplo salto, disciplina em que Patrícia Mamona alcançou a prata, e os bronzes do judoca Jorge Fonseca (nos -100kg) e do canoísta Fernando Pimenta (em K1 1.000 metros) -, Portugal somou novamente o mesmo número de metais, mas com cores mais importantes.
Rui Oliveira e Iúri Leitão uniram-se na pista para serem os primeiros campeões olímpicos fora do atletismo, ao conquistarem o ouro no madison, dois dias depois do segundo ter-se sagrado vice-campeão olímpico no omnium. O medalheiro português ficou completo com a prata de Pedro Pichardo no triplo salto e o bronze da judoca Patrícia Sampaio em -78 kg.
“Naturalmente, os Jogos são os Jogos, não são mais um Campeonato do Mundo, não são mais um Campeonato da Europa e efetivamente aquilo que estes atletas conseguiram alcançar aqui, não só os medalhados, mas também os restantes, é efetivamente digno de registo”, vincou Marco Alves, em conferência de imprensa em Saint-Quentin-en-Yvelines, onde Maria Martins fechou a participação portuguesa.
Questionado sobre os objetivos estabelecidos para estes Jogos, nomeadamente as quatro medalhas, o chefe da Missão lusa defendeu que “não seria entendível, nem para as federações, nem para os atletas, nem para a própria sociedade civil”, que o Comité Olímpico de Portugal (COP) baixasse a fasquia depois daquilo que aconteceu em Tóquio, até porque “o desporto é feito de ambições”.
“Nós baseamos muito daquilo que é a avaliação do mérito desportivo, por aquilo que acontece em contexto de Campeonatos do Mundo, em rankings mundiais, em rankings de qualificação. Portanto, é um processo em crescendo. Três anos antes, eventualmente, não teríamos (identificados) todos os atletas que estariam em condições de suportar uma medalha nos Jogos de Paris. Confiávamos no projeto olímpico", assumiu.
Alves recordou que este é um projeto que o COP vem acompanhando desde há muito tempo, principalmente pela mão do seu presidente, José Manuel Constantino.
“Efetivamente, traduziu-se em Paris aquilo que foi um trabalho sério, um trabalho com muita dedicação e com atletas extraordinários”, realçou.
Antes, o chefe de Missão, cargo que repetiu em Paris-2024, tinha começado por salientar as duas medalhas com que a delegação portuguesa aterrou na capital francesa.
“O facto de termos mais de 50% dos atletas estreantes nesta edição dos Jogos é um facto que deve ser realçado. Estamos a falar de processos de qualificação cada vez mais exigentes, mesmo face à experiência de Tóquio. Muitas quotas foram diminuídas para a presença nos Jogos Olímpicos de Paris. E também para o facto de, não tendo uma influência direta sobre aquilo que é o processo de qualificação, (...) esta Missão ter sido representada por mais atletas femininas do que atletas masculinos. É um virar de página também neste capítulo”, avaliou.
Marco Alves quis ainda agradecer a todos os envolvidos na Missão portuguesa, nomeadamente aos treinadores, considerando que quantos mais existirem com “a experiência de Jogos, com a experiência internacional, mais valorizado sai o processo de preparação, mais valorizado sai o processo de competição”.
“Não posso deixar de dar uma palavra aos familiares e aos amigos dos atletas que marcaram presença em Paris. Muitos deles fizeram um esforço gigante para poderem acompanhar esta participação, para poderem estar nesta cidade, e não podemos, naturalmente, deixar de dar esta palavra de conforto, porque eles também deram o conforto que os atletas precisavam nos bons e nos maus momentos”, observou.