Esperava-se uma luta forte com Femke Bol, atendendo aos progressos da neerlandesa nos últimos tempos, mas a campeã de Tóquio-2020 voltou a estar imperial e faz avançar o seu recorde do mundo para 50,37 segundos.
Femke Bol, campeã mundial em título e que deu à sua equipa o ouro olímpico na estafeta mista 4x400, esteve uns furos abaixo do esperado, ficando a quase dois segundos, com 52,15, no lugar de bronze, também batida por outra norte-americana, Anna Cockrell (51,87).
No frente a frente direto entre McLaughlin e Bol, a vantagem da norte-americana passa para 5-0 (com quatro recordes do mundo), com esta exibição que a coloca de novo, a par do sueco Armand Duplantis, como grande figura do atletismo nos Jogos.
O sucesso da melhor corredora de barreiras da história atenuou o desaire dos Estados Unidos nos 200 metros, nomeadamente Noah Lyles, o campeão dos 100 metros que procurava a prestigiante dobradinha, mas que apareceu diminuído por ter contraído covid-19.
Mas Letsile Tebogo, do Botswana, de apenas 21 anos, estava na final para lhe estragar os planos, depois de vencer uma das semifinais à frente de Lyles - e foi isso que fez, com uma corrida de final 'demolidora', premiada com recorde africano, a 19,46, quinta marca de todos os tempos.
Os Estados Unidos ficam com prata e bronze, graças às provas também de grande valia de Kenny Bednarek (19,62) e Lyles (19,70), que assim falha o objetivo de emular Jesse Owens, Carl Lewis ou Usain Bolt.
Globalmente, apesar de alguns percalços, os Estados Unidos reforçam-se no Stade de France, com medalhas na velocidade e meio-fundo, nos lançamentos e saltos.
Hoje, ganhou igualmente o ouro no salto em comprimento, através de Tara Davis-Woodhall e nos 110 metros barreiras, por Grant Holloway.
Tara Davis-Woodhall foi a única a passar a barreira dos sete metros, com 7,10, deixando a anterior campeã, a alemã Malaika Mihambo, a 12 centímetros.
Mihambo chegava muito forte, com o título europeu e a liderança mundial, mas Davis-Woodhall vinha de uma série de vitórias desde fevereiro, sempre acima de sete metros, pelo que acaba por ser campeã sem escândalo.
Jasmine Moore, dos Estados Unidos, acabou por ameaçar a prata da germânica, ficando a dois centímetros somente do segundo lugar.
Outro momento de sucesso para o Team USA - já lá vão nove títulos - aconteceu nos 110 metros barreiras, através do grande dominador dos últimos cinco anos, Grant Holloway.
Nestes cinco anos, foi cinco vezes campeão do mundo (entre 60 e 110 metros barreiras), faltando-lhe no palmarés este ouroolímpico, conseguido com 12,99 segundos.
O campeão de Tóquio-2020, o jamaicano Hansle Parchment, foi hoje último, numa corrida em que a prata foi para Daniel Roberts, dos Estados Unidos, e o bronze para Rasheed Broadbell, da Jamaica, ambos com 13,09.
Na única final de lançamentos do programa de hoje, o indiano Neeraj Chopra falhou a missão de repetir o título olímpico, com a derrota a ter um 'peso' extra, já que a medalha foi arrecada por Arshad Nadeem, do Paquistão, país vizinho e 'inimigo' da Índia.
O primeiro título olímpico do Paquistão foi atingido com uma grande marca, 92,97 metros, novo recorde olímpico para o também vice-campeão mundial.
O favoritismo de Chopra, que é o campeão mundial, parecia intocável, tendo sido mesmo o melhor nas qualificações. Lançou a 89,45, o seu melhor do ano, mas hoje não chegou.
Anderson Peters, de Granada, o campeão mundial de 2019 e 2022, foi o terceiro, com 88,54.
Nas qualificações, surpresa com a eliminação da estafeta 4x100 metros masculina da Jamaica, campeã em 2012 e 2016, que falha a final pela primeira vez desde 2004.