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Paris-2024: Palestinianos lamentam silêncio do COI sobre pedido de exclusão de Israel

Jibril Rajoub, presidente do comité palestiniano
Jibril Rajoub, presidente do comité palestinianoAFP
O Comité Olímpico da Palestina lamentou esta terça-feira o silêncio do Comité Olímpico Internacional (COI) quanto ao seu pedido de exclusão de Israel de Paris-2024, recordando a diferença de tratamento quanto à Rússia e Bielorrússia por violarem a “trégua olímpica”.

Apesar da urgência da situação, não recebemos qualquer resposta” criticou o presidente do comité palestiniano, Jibril Rajoub, que admitiu recorrer a “todas as opções legais”, incluindo o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e o Tribunal Federal Suíço.

O dirigente, que enviou o pedido em carta formal dirigida ao alemão Thomas Bach, presidente do COI, em 26 de julho, dia em que também se dirigiu à FIFA e ao seu presidente, Gianni Infantino, que também se tem remetido ao silêncio, revelou hoje que reforçou o pedido, reenviando a documentação que sustenta a pretensão da sua nação.

Em causa a Guerra de Israel contra a organização política e militar Hamas, num conflito que tem dizimado o território de Gaza e já matou perto de 40 mil pessoas, incluindo mulheres e crianças.

No passado, o COI e a FIFA agiram de forma decisiva contra os ataques à trégua olímpica”, referiu o dirigente, lembrando a “suspensão das seleções russas e bielorrussas pelo Comité Olímpico Internacional em resposta à invasão da Ucrânia”.

O presidente do comité olímpico palestiniano quer ser esclarecido sobre se “a quebra da trégua olímpica, a implementação do regime do apartheid, a anexação do território palestiniano e o facto de os atletas israelitas serem membros das forças de ocupação resultariam numa mudança na política do COI em relação à participação de Israel nos desportos internacionais”.

A Trégua Olímpica, que foi aprovada em novembro pela Assembleia Geral da ONU, deve principiar uma semana antes do início dos Jogos Olímpicos, que começaram na passada sexta-feira e decorrem até 11 de agosto, até ao sétimo dia após os Jogos Paralímpicos, entre 28 de agosto e 08 de setembro.

Há – dependendo de quem se ouve – 20 a 30 guerras a acontecer no mundo. E se escutássemos todas as reclamações de todas as equipas, ninguém estaria aqui (...)”, desvalorizou o porta-voz, Mark Adams, recordando que a missão do COI é “uma profissão desportiva, sendo que a política fica para os políticos”.

O COI, que desta vez não estabeleceu paralelismos com a invasão à Ucrânia, limitou-se a dizer que Thomas Bach se encontrou com o responsável palestiniano durante a semana, sem acrescentar detalhes.

Apesar de o Tribunal Penal Internacional ter emitido mandados de captura sobre o primeiro-ministro israelita, Benjami Netanyahu, o ministro da defesa Yoav Gallant, bem como de responsáveis políticos do Hamas, por suspeitas de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, Thomas Bach entende que esta situação é “completamente diferente” da que se vive na Ucrânia, pelo que se escusou a pedir sanções desportivas para Israel.

Desde o outono, quando o conflito escalou para níveis de violência ímpares, que o COI tem tentado manter-se afastado, escudando-se com a "solução de dois Estados", uma vez que os Comités Olímpicos Nacionais (CON) israelitas e palestinianos coexistem desde 1995, um legado da Convenção de Oslo.

Em Paris-2024, a delegação israelita conta com 88 atletas, enquanto a da Palestina tem oito.