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Paris-2024: Presidente do COP alerta para base de praticantes insuficiente

Dirigente admite que a delegação lusa vai encontrar problemas na capital francesa
Dirigente admite que a delegação lusa vai encontrar problemas na capital francesaLUSA
O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) aproveitou esta segunda-feira a receção da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Paris-2024 no Palácio de Belém para insistir que o desporto português tem um problema de bases.

As minhas primeiras palavras são para dizer que estamos aqui cumprindo uma obrigação para com o Estado português, para com aqueles que de algum modo vamos representar, mas também para com aqueles que durante este período de preparação olímpica concederam ao COP os meios e as condições para a respetiva preparação”, principiou José Manuel Constantino, na sua intervenção nos jardins do Palácio de Belém.

Dirigindo-se aos presentes, nomeadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, a vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Morais, e a Embaixadora de França em Portugal, Hélène Farnaud-Defromont, o dirigente teve uma palavra de agradecimento para o atual Governo, mas também para o anterior.

Alimenta-nos o sonho. Para estes atletas, o sonho, para alguns, é chegar ao pódio, para outros, é serem finalistas, para outros, é ficarem nos 16 primeiros e, para outros ainda, é vivenciarem uma experiência única à escala global, particularmente no domínio desportivo. Sonhos que, naturalmente, todos esperamos que se possam concretizar. Como dizem os homens do mar, que os ventos lhes sejam favoráveis”, disse.

O dirigente olímpico antecipou alguns dos problemas que a delegação lusa pode encontrar na capital francesa, nomeadamente “as temperaturas, a climatização das habitações, a mobilidade, a segurança, os ciberataques e um quadro geral de um país que teve ontem (domingo) eleições”, mas também os comentários menos positivos com que os desportistas podem ter de vir a lidar.

Os Jogos ainda não começaram e já li que esta é a representação mais reduzida desde os Jogos de Sydney, o que é verdade. Precisamos dos números para explicar os problemas. Lembro que esta Missão em Paris tem uma redução de oito por cento relativamente aos Jogos de Tóquio. Lembro também que apurámos mais quatro atletas, que, por razão de quota nacional, não se podem deslocar. Se os critérios de apuramento fossem os que vigoraram em Tóquio, havia mais 10 atletas”, elencou.

Quando chegar a avaliação final, “e as coisas não correrem de acordo com as expectativas”, Constantino acredita que a Missão e os responsáveis olímpicos vão “ler e ouvir de tudo”.

Que não devia ter ido tanta gente, que fomos gastar dinheiro dos impostos dos portugueses, que o problema reside no desporto escolar, que falta cultura desportiva aos portugueses, que o que faz falta é um plano nacional de rendimento desportivo, que o que faz falta é um presidente do COP que tenha sido atleta olímpico. O que tudo sendo verdade, confunde os fatores correlativos e os fatores de causalidade”, defendeu.

O presidente do COP insistiu, contudo, que vale a pena pensar como é que países com uma demografia e um PIB inferiores ao português têm os resultados que têm.

Aí encontramos um fator distintivo: é que a demografia desportiva é superior. A base de praticantes desportivos, na base de qual se constrói a elite desportiva, é bem superior. Portanto, a capacidades de elitização e a variedade das modalidades é superior e talvez valesse a pena olharmos para esse problema”, alertou.

José Manuel Constantino terminou o seu discurso com uma mensagem aos atletas presentes, desejando-lhes felicidades e assumindo que, para si, já “todos são campeões”.