Paris-2024: Skater Thomas Augusto "muito feliz" apesar de falhar final de park
“Andei o que queria andar. É só isso que tinha para fazer. Eu vim aqui, só estava focado em acertar aquela primeira manobra que eu acertei na segunda volta e nada mais. E eu acertei e ainda acabei a linha. Então, estou feliz, estou muito feliz. E muito orgulhoso também de ter Portugal aqui no meu peito”, declarou na zona mista, enquanto batia com a mão na bandeira que tinha no equipamento.
Aos 20 anos, o skater português, que estreou Portugal na vertente park em Jogos Olímpicos, falhou o acesso à final, depois de ter terminado a qualificação fora dos oito primeiros.
Na Praça da Concórdia, Thomas Augusto alcançou 81,75 pontos na melhor das suas três ‘runs’, a única em que não caiu (nas outras recebeu 3,10 e 2,66), terminando na 13.ª posição.
No entanto, a pontuação que recebeu foi assobiada pelo público, que considerou injusta a nota atribuída pelo júri.
“Eu achei que a nota estava um pouquinho baixa, mas tinha um pedaço da volta que podia ser melhor. Mas é isso, é skate, as notas estão na mão do juiz, eu não posso fazer nada, só estou aqui para andar de skate”, disse.
Ainda assim, o skater assumiu que foi boa a sensação de ter o público consigo: “Claro que a gente quer que a nota seja maior, porque eu queria ir para a final. Tinha mais manobras para mostrar ainda, mas só ter o público atrás de mim já estou feliz”.
Neto de portugueses e com raízes brasileiras, o luso nascido em San Diego, nos Estados Unidos, chegou a Paris-2024 “com um plano, esperando que ia chegar na final”.
“Aquela volta, eu achava que ia-me colocar na final, mas o nível do skate está muito alto. Os meus amigos, que estão andando aqui comigo, estão a andar muito. E eles acertaram as voltas e a minha não deu certo hoje, mas vai dar certo em Los Angeles”, vincou, revelando ter praticado a manobra hoje executada “milhões de vezes”, durante oito horas por dia no último mês.
Depois de ter terminado a sua participação nestes Jogos Olímpicos, Augusto está desejoso de iniciar o ciclo para Los Angeles-2028.
“Vou chegar a casa, tirar um dia ‘off’, dois dias ‘off’, e volto ao skate. É o meu amor, a minha paixão, eu não consigo parar de andar de skate, é impossível. Então, não vejo a hora de chegar em casa e começar o treino de novo”, garantiu, dizendo que nem vai tirar férias, porque os próximos quatro anos são “para quebrar tudo e tentar chegar no top 3”.
Antes, no entanto, vai ser operado ao ombro que deslocou “mais de 275 vezes este ano”, com a cirurgia agendada para daqui a dois meses, para depois voltar “mais forte” do que nunca.
Sobre a estreia olímpica, confessou ser um sonho desde que tinha quatro anos e começou a andar de skate.
“Estar aqui, é a minha coisa favorita do mundo”, pontuou, antes de elogiar a sua modalidade, na sua opinião a única em que todos são amigos, e de revelar amar competir com os seus ídolos.