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Paris-2024: Vaga de calor obriga a alterações nos Jogos Olímpicos

Paris está a ser atingida por uma onda de calor
Paris está a ser atingida por uma onda de calor Reuters
Os jogadores de ténis e de futebol podem fazer pausas para beber água, os pilotos de BMX sentam-se debaixo de guarda-chuvas entre as corridas e os cavalos estão a ser monitorizados com câmaras térmicas, à medida que os Jogos Olímpicos de verão se adaptam a uma onda de calor que atinge Paris e grande parte da França.

No complexo de ténis de Roland Garros, nos arredores de Paris, a temperatura máxima prevista era de 37 graus Celsius na terça-feira.

A Federação Internacional de Ténis (ITF) informou que foi concedida aos jogadores uma pausa de 10 minutos entre o segundo e o terceiro sets de singulares, invocando um protocolo baseado na "Wet Bulb Globe Temperature", que mede o potencial de stress térmico sob luz solar direta.

Os jogadores podem utilizar o intervalo para tomar um duche, mudar de roupa, comer, beber ou ir à casa de banho, mas não podem receber tratamento médico nem falar com o seu treinador. Se o calor se agravar, um painel que inclua o árbitro do torneio e profissionais médicos pode decidir suspender o jogo.

No futebol, com temperaturas superiores a 32 graus Celsius, há pausas para hidratação em ambas as partes de um jogo.

Nos eventos de BMX freestyle na Praça da Concórdia, no centro de Paris, os pilotos ficaram debaixo de guarda-chuvas arrefecidos por ventoinhas eléctricas, com os treinadores a aplicar gelo.

Não são apenas os atletas que precisam de proteção contra o calor intenso.

Em Versalhes, a Federação Equestre Mundial activou um plano especial para proteger os cavalos, disse o veterinário chefe do organismo, monitorizando os animais com câmaras térmicas, arrefecendo-os se necessário e verificando os dados climáticos.

Alguns dos musculosos cavalos de adestramento pesam até 750 quilos e precisam de cerca de 50 litros de água por dia apenas para as funções básicas do corpo, disse o veterinário-chefe da FEI, Goran Akerstrom, à Reuters, afirmando que a hidratação é fundamental.

Não incomoda todos

Alguns atletas não se importaram muito com o calor.

A piloto australiana de BMX Freestyle, Natalya Diehm, disse após se classificar para as finais: "Nós temos uma vantagem como australianos, em relação a outros países, dado os verões que temos".

Os desportos em recinto fechado enfrentaram menos problemas. No estádio Pierre Mauroy, em Lille, no norte de França, o ar condicionado a todo o gás fez com que os jogadores de basquetebol não sentissem o calor. Os espectadores também encontraram formas de lidar com o problema.

"Sinto-me como se estivesse numa sauna aqui", disse Yamen Zang, 31 anos, um analista financeiro chinês, residente em Paris, em Roland Garros. "Eu sabia que ia ser assim, por isso trouxe um chapéu, uma ventoinha e tudo o que é necessário."

"Sabíamos que ia estar calor e que não havia sombra no (court principal)", disse a estudante Mathilde Landin, de 22 anos, que usava um chapéu para se proteger do sol enquanto assistia ao ténis: "Por isso, levámos o kit completo: uma ventoinha, um pequeno ventilador, água, protetor solar."

O jogador britânico Jack Draper, que foi eliminado na segunda ronda, disse que o calor tinha sido muito forte e que as garrafas de água deixadas ao lado do court não se mantinham frescas.

As trovoadas deverão atingir Paris no final do dia e no final desta semana, o que ajudará a baixar as temperaturas para um máximo de 33 graus na quarta-feira e 27-29 graus no resto da semana, de acordo com as previsões meteorológicas da Meteo France.