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Paris-2024: Vasco Vilaça acredita que se pode aproximar do pódio no triatlo

Vasco Vilaça, quarto do ranking de qualificação olímpica
Vasco Vilaça, quarto do ranking de qualificação olímpicaSL Benfica
O português Vasco Vilaça, quarto do ranking de qualificação olímpica, acredita que se pode aproximar do pódio na prova individual de triatlo dos Jogos Paris-2024, com um diploma a ser o objetivo na estafeta mista.

O português Vasco Vilaça, quarto do ranking de qualificação olímpica, acredita que se pode aproximar do pódio na prova individual de triatlo dos Jogos Paris-2024, com um diploma a ser o objetivo na estafeta mista.

Em entrevista à agência Lusa, Vasco Vilaça considera que “o objetivo humilde é fazer um top 10, ou seja, é estar na frente da prova”.

“Mas, na realidade, aquilo que eu sonho e aquilo por que trabalho é que, como eu disse, as coisas correndo bem posso estar perto de um quarto lugar, isso quer dizer que eu vou lá lutar pelas medalhas”, assegurou.

O atleta do Benfica terminou a qualificação olímpica na quarta posição, mas acredita que mais importante foi ter sido quarto classificado no Mundial do ano passado, do qual fez parte o evento-teste em Paris, no qual foi segundo.

“Fiz um segundo lugar nessa prova, que é uma prova muito importante, onde todos os melhores estão, porque toda a gente quer experimentar fazer essa prova um ano antes. (…) Mas simplesmente os bons resultados levam à confiança de que o trabalho está a ser bem feito”, assumiu.

Vilaça, de 24 anos, diz que há pressão ao chegar aos Jogos Olímpicos, mas que é, sobretudo, colocada por si mesmo, admitindo que “há a expectativa de ter um resultado muito perto” do quarto lugar que apresenta no ranking olímpico, até por confiar que tem “a capacidade para o fazer”.

“Num bom dia, sabendo que tenho competido com estes atletas já muitas vezes, se as coisas correrem bem, se não tiver nenhum azar, se conseguir controlar a parte toda emocional e tudo o que vai acontecer à volta dos Jogos, acredito que é possível ter um resultado perto desse número quatro, por volta disso, no topo da tabela pelo menos”, referiu.

Além da prova individual, Vasco Vilaça vai ainda participar na estafeta mista, ao lado de Melanie Santos, Ricardo Batista e Maria Tomé, numa estreia para Portugal em Jogos Olímpicos, em que “a grande ambição” é tentar chegar ao diploma olímpico, ou seja, um lugar no top 8.

“Não são muitas estafetas, são 16 estafetas, ou seja, estamos a meio da tabela. É algo que é totalmente possível. Mas também são poucas estafetas, porque só mesmo os melhores dos melhores é que se conseguem qualificar e, por isso, também é uma prova complicada, porque vai ser muito renhida até ao fim”, destacou.

Contudo, Vilaça crê que é possível um bom resultado se os quatro membros estiverem “em boas condições” e recuperarem bem da prova individual, que “é bastante dura para o corpo”.

“A estafeta é uma prova muito curta, é preciso ser bastante explosivo, mas, estando os quatro membros bem, acredito que conseguiremos lutar e estar dentro desse diploma olímpico”, assegurou.

Com a chegada dos seus primeiros Jogos Olímpicos, Vilaça admite que “já começam a surgir alguns nervos”, mas que a equipa que tem à sua volta, com quem tem trabalha no grupo do treinador Joel Fillion, o tem ajudado nisso.

“É uma equipa de vários atletas internacionais, em que, felizmente, tenho não campeões do mundo e medalhados nos Campeonatos do Mundo, mas também mesmo medalhados nos Jogos. E tenho aqui também na minha equipa a Melanie Bronze (Santos)”, pontuou.

Dentro dessa equipa já tem vários elementos com experiência olímpica, que vão passando algumas ideias do que pode encontrar na capital francesa, embora “algumas partes” só se possam “aprender mesmo lá”.

“Emoções e nervosismos não podemos controlar, simplesmente podemos estar preparados para isso acontecer. Mas, sem ser isso, felizmente tenho uma equipa à volta que já passou por isso e que me pode tentar ajudar um bocadinho”, referiu.

Vilaça espera “muita coisa nova” ao atingir “aquele grande objetivo para muitos atletas, pelo menos dos desportos olímpicos”, que é chegar a uns Jogos. “É esse o grande sonho”, confessou.

“Mas mais do que chegar lá, mais do que estar a competir nos Jogos, é exatamente tudo o que se passa à volta. Nas minhas provas, num Campeonato do Mundo, acaba por ser um grupo muito mais pequenino, estamos mais à vontade. Ali, na Aldeia Olímpica, vai acontecer muita coisa à volta da prova e isso sim vai ser diferente e vou ter que aprender. Já faço muitas perguntas hoje em dia aos meus colegas sobre o que é que eu devo estar à espera e com o que é que eu tenho que ter cuidado. Para chegar à prova o mais descansado possível e não ser perturbado por essas diferenças”, contou.

Vilaça prevê triatlo no Sena

O português Vasco Vilaça acredita que o segmento de natação de triatlo dos Jogos Olímpicos Paris-2024 se vai disputar no rio Sena, apesar das preocupações com a poluição, mas está preparado para um plano B.

“Honestamente, não acredito que é possível cancelarem a natação para o triatlo. Nós fizemos lá a prova o ano passado. Fizemos a individual, mas na estafeta já estava má qualidade na água, porque, como o rio tem uma corrente muito forte, a água está sempre a mudar, e pode de repente vir água de má qualidade e de repente água de boa qualidade”, explicou.

Em entrevista à agência Lusa, o triatleta do Benfica lembra que “foram investidos muitos milhões de euros para tentar limpar e melhorar a qualidade da água no rio Sena” e que, por isso, acredita que “depois desse investimento da cidade de Paris as coisas vão estar em condições” no final de julho.

Vasco Vilaça referiu que “a decisão só é feita no dia antes ou mesmo no dia da prova”, porque tem de ser vista “a qualidade da água naquele momento”, pelo que este é um problema com o qual não se tem de preocupar muito.

“Temos que ir com o plano A, que é fazer um triatlo. (…) Vamos dizer que é 99% que vai ser um triatlo - estou eu a dizer isto não são estatísticas feitas por mais ninguém. (…) Em caso de não haver natação, quer dizer que fazemos uma corrida em vez da natação, ou seja, corrida, bicicleta, corrida. Sendo que nós, se estamos a treinar a corrida para depois da bicicleta, também vamos estar em forma para correr antes da bicicleta em vez de nadar se for preciso”, garantiu.

Vasco Vilaça já conheceu o percurso da prova individual de triatlo, durante o evento-teste, em que foi segundo, e considera que se adapta “mais ou menos” às suas características, pois “é um percurso um bocadinho diferente do normal”, com uma natação com muita corrente.

“No ano passado, a natação não me correu muito bem, pois lutei demasiado contra a corrente, ou seja, tentei ir pelo caminho mais curto, que normalmente no mar é das coisas que eu consigo fazer muito bem: é cortar o caminho mais curto para chegar à boia e fazer o percurso mais curto possível. Mas tive que aprender a, quando a corrente está tão forte, tentar ir por caminhos que se protegem um bocadinho da corrente. Embora, se calhar, faça 50, 100 metros a mais, consigo nadar muito mais rápido”, disse.

Para Vilaça, o ciclismo é “pouco técnico”, o que para si, como é “um atleta normalmente de certa forma agressivo e bom tecnicamente na bicicleta”, não é tão positivo, porque facilmente vai haver um “grupo grande na bicicleta”.

“Eu preferia um percurso mais um bocadinho mais técnico para partirmos em grupos diferentes, poder haver espaço para fugir. A corrida, depois, é corrida, as diferenças de percurso não são muito grandes, é plano, acaba por ser o melhor corredor no dia”, referiu.

Mas Vilaça, “embora gostasse exatamente que houvesse um percurso um bocadinho mais técnico na bicicleta”, acha que o percurso “se adapta bastante bem” às suas características, até porque foi segundo no evento-teste.

Os Jogos Olímpicos Paris-2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto, com as provas individuais de triatlo a realizarem-se em 30 e 31 de julho e a estafeta mista em 05 de agosto.