Bol, que perdeu por pouco a medalha de bronze ao terminar em quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, apresentou um resultado positivo para agonistas dos receptores de eritropoietina (EPO) utilizados para melhorar o desempenho em janeiro.
Foi suspenso de todas as competições, mas uma análise posterior da sua amostra B revelou um "resultado atípico", o que significa que não confirmou o teste original. O atleta nascido no Sudão, que sempre alegou inocência, foi agora ilibado, com novos testes num laboratório acreditado pela Agência Mundial Antidopagem a confirmarem um resultado negativo
"Como resultado, a Sport Integrity Australia tomou a decisão de não avançar com uma violação da regra antidopagem para esta amostra", disse a agência antidopagem: "A investigação sobre esta amostra está concluída".
Bol disse que tinha sido "exonerado" e que agora se iria concentrar no Campeonato Mundial de Atletismo na Hungria no final deste mês.
"Foi um falso positivo, como eu sempre disse", disse ele: "A notícia da Sport Integrity Australia foi um sonho tornado realidade. Ninguém deveria passar pelo que eu passei este ano".
A Athletics Australia disse que o assunto levantou sérias questões sobre a forma como a EPO foi analisada.
"Acima de tudo, a Athletics Australia gostaria de expressar o seu total apoio a Peter e também a sua consternação pelo facto de um atleta inocente ter visto a sua integridade posta em causa", disse o chefe da AA, Peter Bromley: "Este caso levanta questões muito sérias sobre a exatidão e a consistência da análise da EPO. Peter Bol tem estado preso numa terra de ninguém muito difícil e prejudicial nos últimos sete meses. Ele, e todos os outros atletas de alta competição, merecem respostas claras e transparentes que expliquem o que correu mal e o que está a ser feito para garantir que não volta a acontecer".
A WADA afirmou num comunicado que estava satisfeita com o facto de a Sport Integrity Australia ter seguido todos os processos aplicáveis, mas que, mesmo assim, iria efetuar uma análise.
"Embora não tenhamos razões para questionar a validade do método analítico utilizado para a EPO recombinante, a WADA avaliará o atual processo de revisão à luz das particularidades deste caso", afirmou.