Um comunicado de imprensa publicado na passada sexta-feira pelos três irmãos no diário Verdens Gang (VG) teve o efeito de uma verdadeira bomba noticiosa na Noruega: "Crescemos com um pai muito agressivo e autoritário, que usava violência física e ameaças como parte da sua educação. Ainda sentimos uma sensação de desconforto e medo que nos acompanha desde a infância", escreveram.
Gjert, um antigo atleta que tem agora 57 anos e que treinou os seus três filhos até à rutura das relações após os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 - onde Jakob ganhou o seu ouro nos 1.500 metros - negou as alegações.
"Realizámos várias investigações preliminares e as informações que surgiram levaram à abertura de uma investigação", disse a inspetora Terese Braut Vage da polícia da região sudoeste da Noruega, de onde é originária a família Ingebrigtsen.
"O objetivo é determinar se foram cometidas infrações penais", acrescentou num comunicado.
O advogado de Gjert Ingebrigtsen disse que a decisão da polícia não foi uma surpresa.
"O meu cliente está confiante no desenvolvimento da investigação", afirmou John Christian Elden, sublinhando que a investigação é "a sua única hipótese de provar a sua inocência".
Jakob Ingebrigtsen (23 anos) é o mais bem sucedido dos três irmãos atletas e o mais novo. Para além do ouro olímpico nos 1500m, tem dois ouros mundiais nos 5000m (2022 e 2023) e duas medalhas de prata mundiais nos 1500m (também 2022 e 2023).
Nos Campeonatos Europeus ao ar livre, Jakob Ingebrigtsen tem quatro títulos, com a dobradinha 1.500m-5.000m em 2018 e 2022.
Os seus irmãos Henrik (32) e Filip (30) foram campeões europeus de 1500m em 2012 e 2016, respetivamente.
Após a rutura com os filhos, Gjert começou a treinar outro corredor norueguês, Narve Gilje Nordas, causando tensões entre este último e os três irmãos Ingebrigtsen, o que também deu origem a problemas na Federação Norueguesa de Atletismo.