Presidente da federação crê que ginástica acrobática deve ser disciplina olímpica
Agradado com os resultados portugueses, entre os quais sobressaem a medalha de ouro e as duas de prata do par formado por Miguel Lopes e Gonçalo Parreira, o dirigente federativo considerou que a disciplina gímnica merece mais reconhecimento face ao nível exibido pelos mais de 200 ginastas em representação de 29 países.
“O nível destes Campeonatos do Mundo revelou uma qualidade fantástica. Isso leva-nos a pensar que esta disciplina tem também de entrar nos Jogos Olímpicos. A nossa participação foi fabulosa. Estamos a assistir a um ano mágico da nossa ginástica”, disse à Lusa, ao fazer o balanço da competição decorrida entre quinta-feira e domingo.
Responsável luso por uma modalidade em que a ginástica artística, a rítmica e de trampolins são as disciplinas olímpicas, Luís Arrais enalteceu ainda a medalha de prata e as três de bronze alcançadas na competição mundial por grupos de idade em acrobática e os três títulos mundiais de juniores em aeróbica, alcançados na cidade italiana de Pesaro.
O presidente da FGP crê que os resultados são o fruto de se “trabalhar muito bem” no país, com “ginastas fantásticos”, “treinadores fantásticos”, dirigentes que “dão tudo pela modalidade” e associações de ginástica que “têm feito o seu trabalho”.
“Os nossos treinadores mostram, de facto, que têm muita qualidade. Não podemos ter campeões do mundo sem os melhores treinadores. Temos sempre objetivos altos, para ter a ginástica portuguesa no melhor nível, mas nem nos nossos melhores sonhos”, sublinhou.
O dirigente mostrou-se igualmente confiante em bons resultados nos Campeonatos do Mundo seniores de aeróbica, no próximo fim de semana, em Pesaro, e no Campeonato da Europa de ‘teamgym, entre 16 e 19 de outubro, em Baku, num ano marcado pelo quinto lugar de Gabriel Albuquerque em trampolim individual e pelo 20.º de Filipa Martins no ‘all around’ de ginástica artística em Paris2024.
Luís Arrais disse ainda que a 29.ª edição dos Campeonatos do Mundo de ginástica acrobática teve a “melhor organização de sempre”, após a escolha de Guimarães para substituir a cidade israelita de Holon, que ficou sem hipóteses de organizar o evento face à guerra em curso entre Israel e o movimento islâmico palestiniano Hamas.
“Antes de decidir se anulava o campeonato ou se o adiava, a Federação Internacional de Ginástica perguntou-nos se estávamos disponíveis para organizar o campeonato. Dissemos que sim. Concorremos com outras duas cidades por este evento. Tivemos seis meses para preparar o evento. A FIG já nos indicou que considera estes os Mundiais com a melhor organização de sempre”, ressalvou.