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Presidente da Federação Moçambicana de Futebol acusa Chiquinho Conde de “ingratidão”

LUSA
Chiquinho Conde, atual selecionador de Moçambique
Chiquinho Conde, atual selecionador de MoçambiqueFederação Moçambicana de Futebol
O presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Feizal Sidat, acusou esta quarta-feira o selecionador nacional, Chiquinho Conde, de “ingratidão”, deixando em aberto a renovação do contrato com o treinador, que termina em 31 de julho.

O selecionador nacional não pode “ser ingrato com a pessoa que lhe assegura os salários”, afirmou Sidat, em conferência de imprensa sobre os resultados do primeiro semestre do ano da FMF.

“Não digo que nós não iremos renovar ou iremos renovar o contrato, tem de haver acordo entre as partes, o contrato está a terminar, ainda temos mais 40 dias com o míster Chiquinho”, declarou.

O presidente da FMF criticou o atual selecionador nacional – antigo avançado de Sporting, Belenenses e Vitória FC – de violar o contrato de trabalho, ao fazer acusações contra a sua “entidade patronal” em público e nas redes sociais, e reivindicar apenas para si e para os jogadores o mérito das vitórias dos mambas, deixando de fora “todo o trabalho coletivo”.

Feizal Sidat disse que Chiquinho Conde lhe faltou ao respeito, na presença dos jogadores da seleção, ao exigir gelo no balneário, após o jogo em que Moçambique garantiu o acesso à fase final do Campeonato das Nações Africanas (CHAN), disputado apenas por jogadores que atuam no continente.

O dirigente deu ainda conta que o selecionador humilhou igualmente o também ex-futebolista do Sporting Paíto, atualmente vice-presidente da FMF para as seleções, ao proibi-lo de entrar no autocarro e no balneário da equipa.

“O meu vice-presidente merece ter todo o respeito, o Paíto está proibido de entrar no autocarro, o Paíto chorou”, afirmou Sidat.

O presidente da FMF disse que o organismo tirou Chiquinho Conde da situação de “desemprego” em Portugal, país onde vive, e paga ao técnico um salário superior ao que “os ministros e quiçá o Presidente da República” recebem em Moçambique.

“Pagamos (ao selecionador nacional, o equivalente a) 120 salários mínimos e vive num bairro nobre” em Maputo, enfatizou Feizal Sidat.

As declarações do líder da FMF seguiram-se às declarações do selecionador moçambicano, no dia 11, em que admitia a possibilidade de não continuar na equipa, apontando a existência de “adversidades”, sem entrar em detalhes.

“Eles (os jogadores) sabiam que este poderá ser o meu último jogo à frente da seleção nacional”, afirmou Chiquinho Conde, depois da vitória dos Mambas por 1-0 frente à Guiné-Conacri, em partida da quarta jornada do Grupo G da zona africana de apuramento para o Mundial-2026

Conde lamentou que algumas pessoas não estivessem “focadas no propósito” em ver a seleção a vencer, sem entrar em pormenores.

“Estamos a conquistar algo, quando as pessoas menos esperavam”, disse, descrevendo os jogadores como “bravos” por terem feito uma longa viagem, após jogarem e vencerem a Somália por 2-1, na sexta-feira, em Maputo.

As dúvidas em relação à continuidade de Chiquinho Conde à frente da seleção nacional levou alguns líderes da sociedade civil moçambicana a dirigirem-se à sede da FMF para exigirem que a direção do organismo se comprometa com a renovação do contrato com o técnico, figura muito popular no país.