Recorde mundial na perseguição feminina e vitória da Dinamarca no madison nos Mundiais
A correrem em casa, Amalie Dideriksen e Julie Leth venceram e provocaram uma explosão de alegria no velódromo Ballerup Super Arena, logrando o primeiro título mundial da carreira de qualquer uma das duas, com as francesas Marion Borras e Victoire Berteau em segundo.
Leth, de resto, retirou-se da melhor forma do ciclismo, aos 32 anos, com este ouro, após somar a prata nos Jogos Olímpicos Paris-2024 e trazer três outras medalhas em Mundiais de anos anteriores, num dos dois adeus da seleção dinamarquesa, a par de outra lenda, Michael Morkov.
No terceiro lugar, uma dupla de veteranas britânicas que passaram por muito para continuarem em pista, no caso Katie Archibald, que falhou Paris-2024 devido a uma lesão, e Neah Evans, este ano diagnosticada com uma doença debilitante.
“Se me perguntassem o impacto da jornada nos resultados... são os meus 10.º Mundiais de pista. Estava muito nervosa esta manhã, mas não sentia pressão. O poder que isso dá, conseguir não sentir isso. Pode magoar as pernas, mas não me magoa a mim”, disse Archibald aos jornalistas.
Somou um ouro, na perseguição por equipas, e este bronze, mostrando-se “feliz” com uma daquelas situações, que considera raras a nível pessoal, em que um bronze “tem outro sabor”, sobretudo numa corrida “caótica” e muito mexida.
Ao todo, a jornada da britânica de 30 anos já lhe deu dois ouros e uma prata em Jogos Olímpicos, 14 medalhas em Mundiais e uns incríveis 20 títulos de campeã da Europa, e depois dos percalços nos últimos meses, que a levaram a falhar Paris-2024, está de volta.
Depois de, no início da sessão, Dygert bater o recorde do mundo que ela própria tinha estabelecido em 2020, fixando-o agora em 3.15,663 minutos, a norte-americana acabou derrotada na final pela britânica Anna Morris.
Ainda sem medalhas em Mundiais num evento individual, mas já dourada na perseguição por equipas em Ballerup, a galesa de 29 anos impôs-se com surpresa à oito vezes campeã do mundo como pistard.
Bryony Botha ficou com o bronze e deu novo pódio à Nova Zelândia, uma das nações em foco nesta edição, para já com quatro medalhas – os britânicos lideram o medalheiro e são a única seleção com mais de 10 medalhas.
Ao ser a única a baixar dos 33 segundos, para os 32,863, a russa Iana Burlakova sagrou-se campeã do mundo de contrarrelógio 500 metros, deixando nos lugares mais baixos do pódio duas britânicas, Sophie Capewell, segunda, e Katy Marchant, terceira.
Num dia que contou ainda com as eliminatórias no sprint masculino, Portugal só participou no omnium, com o campeão olímpico do madison Rui Oliveira, que se mostrou em grande nível depois de, em 2023, o seu companheiro em Paris-2024, Iúri Leitão, ter vencido o ouro, em Glasgow.
Ausente, depois de uma virose que o afastou dos Europeus de estrada, Leitão quase via Oliveira suceder-lhe, com o português em primeiro lugar, já durante a corrida de pontos, mas uma ponta final de sofrimento deixou-o no sexto lugar final.
Ainda assim, a corrida do português, que teve vários azares durante o concurso, deixou-o a quatro pontos do pódio, encimado pelo belga Lindsay de Vylder, pela primeira vez campeão mundial, à frente do italiano Simone Consonni, segundo, e do neerlandês Yanne Dorenbos, terceiro.
Os Mundiais de ciclismo de pista na Ballerup Super Arena, na Dinamarca, terminam domingo, com Portugal em ação no madison, com os irmãos Rui Oliveira, campeão olímpico nesta corrida com Iúri Leitão, e Ivo Oliveira, enquanto Daniela Campos corre nos pontos.