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Relato arrepiante de Alberth Elis, antigo avançado do Boavista: "Quando acordei não me lembrava que era jogador"

Mário Rui Ventura
Alberth Elis, avançado hondurenho de 28 anos
Alberth Elis, avançado hondurenho de 28 anosIcon Sport / ddp USA / Profimedia
Alberth Elis, avançado hondurenho de 28 anos, que representou o Boavista em 2020/2021, sofreu uma grave lesão em fevereiro deste ano, ao serviço do Bordéus. Em entrevista ao "The Athletic", Elis recorda agora tudo o que viveu e o desejo de regressar aos relvados.

"Quando acordei não me lembrava que era jogador de futebol. Não me lembrava que estava em França e que sou hondurenho. Claro que os médicos pensaram logo que, assim, difícil voltaria a ficar bem. Ao início foi tudo muito complicado. Os meus pais disseram-me que fui feliz e devia estar grato a Deus por ter outra oportunidade na vida", começou por explicar Alberth Elis.

"As primeiras duas semanas foram difíceis, porque mentalmente não estava a 100 por cento. Mas dia após dia comecei a melhorar. Praticamente todos os dias era como se estivesse a ganhar um ano e todos os dias estava a melhorar e a compreender-me melhor", explicou.

Face aos danos sofridos na cabeça, Alberth Elis revelou ainda que teve mesmo de voltar a aprender a ler e escrever.

"Fui a um professor que me ajudou mentalmente - que me ensinou a falar e a escrever, porque perdi isso em grande parte. Não conseguia falar bem, não conseguia escrever bem muitas coisas. Estava nas aulas para que tudo voltasse um pouco de cada vez e era isso que eu fazia todos os dias. De manhã ia para a escola, à tarde ia para o ginásio e para outros testes. Todos os dias eram iguais para que eu pudesse recuperar e voltar", explicou o avançado.

Durante o tempo em que esteve em recuperação, o Bordéus, clube com o qual tinha contrato por mais duas épocas, foi à falência, perdeu o estatuto de clube profissional e desceu à quarta divisão de França.

Agora sem clube e com o aproximar do mercado de inverno, o hondurenho procura uma nova aventura como jogador profissional.

"Foi difícil, porque estava sempre a pensar em voltar para o Bordéus, recuperar e voltar a jogar pelo clube, tanto mais que ainda tinha mais dois anos de contrato. Era esse o meu plano. Mas infelizmente a equipa foi à falência. A minha ideia era voltar a treinar em Bordéus e depois voltar a jogar lá. E quando isso aconteceu, praticamente todos os planos mudaram e hoje estou sem equipa. Quero voltar e mostrar que estou a 100 por cento. O ideal seria regressar em janeiro. Já fiz exames com o médico e disseram-me que estou bem, que posso voltar a jogar e agora estou a treinar. Estou a treinar há cinco meses e treino sempre com uma proteção para a cabeça que me ajudaria se sofresse alguma pancada", afirmou Alberth Elis.

Por fim, o antigo jogador do Boavista mostrou-se grato por estar bem de saúde: "Este golpe mudou a minha vida, mudou a forma como vejo a vida e a forma como sigo Deus. E, como futebolista, o meu sonho é voltar a jogar futebol."

Ao longo da carreira, o avançado hondurenho representou também o CD Olimpia, Monterrey, Houston Dynamo, Bordéus e Brest. No Boavista fez um total de 32 jogos, marcou oito golos e apontou sete assistências.