Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Reportagem: No Japão, PSG enche as lojas mas não os estádios

O onze do Paris Saint-Germain contra o Jeonbuk
O onze do Paris Saint-Germain contra o JeonbukAFP
Os estádios não estavam cheios, mas as lojas do Paris Saint-Germain estavam repletas no Japão, durante a digressão de verão destinada a desenvolver a marca do clube, nomeadamente através de colaborações com artistas.

Nas redes sociais, os adeptos japoneses descreveram o empate (0-0) com oAl-Nassr de Cristiano Ronaldo, em Osaka, como um "jogo salgado" ("shio shiai", um termo da luta livre para designar um encontro desinteressante), perante apenas 25.000 espectadores num estádio de 50.000 lugares.

Foi um pouco melhor contra o Cerezo Osaka, com 32.000 bilhetes vendidos e cinco golos (3-2 para o clube local) e depois contra o Inter em Tóquio (derrota por 2-1), com 50.000 bilhetes para 68.000 lugares.

Tomoki, um adepto de 19 anos com uma camisola com o nome de Neymar, estava "desapontado por não ter visto Neymar jogar". No ano passado, o PSG esgotou todos os seus jogos no Japão. Mas o craqe brasileiro, este ano, só disputou o último jogo da digressão, na Coreia do Sul (3-0 contra o Jeonbuk Motors), enquanto Kylian Mbappé ficou em Paris.

O capitão da equipa francesa está em litígio com o seu clube porque não quis renovar o contrato que expira dentro de um ano, permitindo-lhe sair em junho de 2024 sem que o PSG receba um cêntimo. Apesar de o estádio estar cheio, o preço dos bilhetes nas bancadas laterais terá desencorajado muitos adeptos. Para o PSG-Inter, os bilhetes mais caros custavam 200.000 ienes (pouco menos de 1.300 euros).

"Demasiados lugares vazios"

"Talvez não deva dizer isto, mas gostaria que os preços dos bilhetes fossem revistos", lamentou Shinji Kagawa, estrela do Cerezo.

"Uma equipa tão grande fez uma longa viagem para chegar aqui e havia demasiados lugares vazios. Os preços deviam ter permitido que as crianças vissem o jogo, é uma pena", acrescentou.

"Não temos controlo sobre tudo, é a política de preços do promotor", disse à AFP o diretor do PSG para a Ásia-Pacífico, Sébastien Wasels.

"Não, o promotor não pediu" um desconto pela ausência de Mbappé, respondeu o dirigente com um sorriso.

"A sua intenção era trazer o clube, não um jogador", justificou.

Apesar dos lugares vazios, Wasels está "encantado" com o sucesso da digressão, que rendeu ao PSG "mais de 20 milhões de euros".

"E, se acrescentarmos o jogo na Coreia, ultrapassámos os 25 milhões de euros. Este montante é histórico para o clube, e penso que atingimos o recorde da digressão mais lucrativa de um clube europeu", anunciou Sébastien Wasels.

"Atingir diferentes tipos de público"

O dirigente salienta que este "bom contrato também ajuda o desportista a recrutar", definindo o Japão como o "terceiro maior mercado" do PSG, depois de França, claro, e dos Estados Unidos. O clube tem três lojas permanentes no Japão, duas em Tóquio e uma em Nagoya.

"Em quatro dias já tínhamos vendido 40% mais do que em toda a digressão do ano passado", congratula-se Wasels.

Uma das raízes deste sucesso reside nas "colaborações de prestígio com artistas para chegar a um público que vai para lá do futebol, interessado na moda e no estilo de vida", explica o diretor da marca, Fabien Allègre, a partir do museu de arte Nakanoshima, em Osaka, onde o PSG instalou uma loja temporária durante a sua semana de estágio.

Os campeões franceses expuseram as suas colaborações com artistas locais, que foram vendidas no local ou online. Em particular, o PSG continua a sua colaboração com a estrela japonesa Verdy, que é também o diretor artístico do famoso grupo K-Pop Black Pink, que encheu o Stade de France a 15 de julho.

Paris também trabalha agora com o estilista japonês Poggy, que utiliza tecido de ganga e reelaborou as cores vermelha e azul e o logótipo do PSG para uma coleção exclusiva. A fila para entrar na loja temporária no bairro de Shibuya, em Tóquio, estende-se por vários quarteirões, apesar do calor sufocante.