"Apresentamos a queixa do que acreditamos ter sido, e ainda é, uma violação constante e permanente dos direitos e garantias que temos na área judicial", disse aos jornalistas o pai da queixosa, Felix, que preferiu não revelar o seu apelido para proteger a identidade da sua filha.
A "Comissão de Direitos e Garantias" da província de Mendoza é uma comissão composta por deputados provinciais de diferentes partidos políticos.
Embora as suas resoluções não tenham força de lei, pode fazer um pedido formal de explicações ao procurador responsável pela investigação.
O deputado da oposição que preside à comissão, José Luis Ramón (centro-esquerda), informou que "não houve acordo" para fazer esse pedido ao Ministério Público, embora tenha dito que, a título pessoal, irá pedir acesso ao processo de investigação.
"Há um aspeto político muito forte" nesta questão, denunciou Ramón, e alertou para uma "tentativa de transformar a vítima em culpada", responsabilizando o governo provincial (centro-direita).
"Extrema parcialidade"
"Há algo de suspeito", acrescentou, referindo-se a alegadas "pressões políticas" para encerrar o caso e a uma "extrema parcialidade" na tomada de decisões do Ministério Público.
Ramón sublinhou que o advogado dos jogadores de râguebi, Rafael Cúneo Libarona, é irmão do Ministro da Justiça do governo de Milei.
Hugo Auradou e Oscar Jegou, dois jogadores de râguebi franceses de 21 anos, são acusados de violação agravada por um alegado incidente ocorrido na noite de 6 para 7 de julho num quarto de hotel em Mendoza, onde a seleção francesa tinha acabado de jogar.
Os jogadores afirmaram desde o início que as relações sexuais com a queixosa eram consensuais e negaram sempre qualquer tipo de violência.
Inicialmente detidos e depois colocados em prisão domiciliária, foram libertados em meados de agosto e autorizados a sair da Argentina até à conclusão do inquérito.
Regressaram a França em 4 de setembro e, desde então, voltaram a treinar nos seus clubes.