"Gostaria de pedir desculpa a todos os adeptos da Austrália", disse Jones após a goleada de 40-6 no Campeonato do Mundo de Rugby.
Os meios de comunicação australianos afirmam que Jones foi entrevistado pela federação japonesa para assumir o comando da sua equipa após o torneio.
"Não sei do que estás a falar, amigo", disse Jones, quando questionado sobre a alegada entrevista, antes de acrescentar que ficou "zangado" com os que questionavam o seu empenho.
"Cem por cento", disse ele quando perguntado se estava comprometido.
"Voltei para a Austrália para tentar ajudar. Neste momento, não estou a ser muito ajudado, pois não? Mas isso não significa que o meu empenho em ajudar tenha mudado. Sou um australiano orgulhoso e detesto ver o râguebi australiano a ir tão mal como está a ir, especialmente sob o meu reinado", acrescentou.
A Austrália perdeu sete dos seus oito jogos desde que o treinador de 63 anos regressou ao comando para uma segunda passagem como chefe da equipa nacional.
A seleção chegou à final da Taça do Mundo de 2003 na sua primeira passagem.
Mas Jones disse que havia mais para corrigir no râguebi australiano do que apenas problemas de treino ou jogadores com baixo desempenho.
"Não são apenas os Wallabies que temos de melhorar, temos de melhorar todo o sistema do râguebi australiano. Isso não é uma desculpa, mas temos de olhar bem para nós próprios para ver o que estamos a fazer e a forma como estamos a jogar râguebi", disse.
Quanto ao desastre de domingo em Lyon, foi a maior derrota de sempre da Austrália no Campeonato do Mundo, bem como a maior contra o País de Gales, ultrapassando a derrota por 28-3 em 1975.
"Assumo toda a responsabilidade"
"Muita gente viajou para cá e tenho certeza de que muita gente ficou acordada até tarde da noite (na Austrália). O nosso desempenho não esteve à altura do que é exigido. Peço desculpa e assumo toda a responsabilidade por isso. É uma equipa jovem, estamos muito desiludidos. Eles esforçaram-se muito, mas, neste momento, não temos a consistência de jogo necessária para pressionar equipas como o País de Gales", sustentou.
Jones insistiu que tem "a capacidade de dar a volta por cima" e defendeu a sua decisão de deixar de fora do seu plantel internacionais experientes como o antigo capitão Michael Hooper e os fly-halves Bernard Foley e Quade Cooper.
Essa última decisão revelou-se particularmente prejudicial em França, onde nem Carter Gordon, de 22 anos, nem Ben Donaldson, de 24, provaram ser capazes de orquestrar uma equipa no râguebi internacional de alto nível.
"Fui encarregado de dar uma guinada na Austrália e acho que não conseguiria fazer isso com os jogadores que estavam a jogar. Acho que precisávamos de uma nova mudança e, com certeza, os jovens tiveram dificuldades com o ambiente, mas a menos que tenham esse tipo de experiência, eles não vão amadurecer e se tornar os jogadores que podem ser", disse Jones.
"Este é o momento mais doloroso, não me interpretem mal, mas é também o melhor momento de aprendizagem para uma equipa jovem e para os jovens jogadores sobre o jogo", rematou.