No dia em que Tonga se prepara para defrontar a República da Irlanda no Mundial de Râguebi, Opeti Fonua, de 37 anos, falou com o Flashscore numa conversa sobre o desporto e os planos para o futuro.
- Olá, Opeti. Acredito que você ainda joga râguebi em Layrac?
- Sim, jogo lá, e no ano passado fomos campeões franceses da Fédérale 2 (sexta divisão). Subimos para a Fédérale 1, onde estamos a jogar este ano. Aliás, não sou o primeiro tonganês a jogar neste clube.
- Então a reforma não está próxima?
- Todos os anos digo a mim próprio 'talvez esta seja a minha última época', mas continuo a jogar! Veremos na próxima época (risos). Mas antes disso, quero levar o clube ao mais alto nível possível.
- Como é estar num balneário em que é a atração, por causa do seu passado?
- Não há tratamento especial. No Layrac, toda a gente é tratada da mesma forma. É claro que tento ensinar os meus colegas de equipa, mas o inverso também é verdade. É totalmente diferente dos balneários que conheci no râguebi de alto nível, mas estou a chegar ao fim da minha carreira, por isso quero aproveitar ao máximo.
- E quanto à sua situação profissional?
- Neste momento, estou a trabalhar para a Renoverso (uma empresa de carpintaria sediada no Sudoeste de França).
- E não está a pensar tornar-se treinador?
- O Layrac gostaria que eu entrasse para a equipa técnica no final da minha carreira. Talvez para treinar as reservas ou a formação.
- Então não planeoa voltar a Tonga após o fim da sua carreira?
- Não imediatamente. Quando eu parar de jogar, gostaria que ficássemos por aqui uns cinco anos e depois voltássemos para Tonga.
- Sempre disse que adora Agen e os arredores. Por que se mudou para a Inglaterra durante a sua carreira?
- Inicialmente, pensei em ficar em Agen até o fim da minha carreira, mas depois o técnico do Bayonne (Christian Lanta) contactou-me e passei uma temporada lá. Depois vieram as propostas de Inglaterra e falei com a minha mulher para ver se ela estava interessada em ir para lá. Era uma oportunidade para descobrir coisas novas, por isso, decidimos ir.
- Mas regressou a Agen para terminar a sua carreira profissional...
- Sempre disse à minha mulher, mesmo em Inglaterra, "quero terminar a minha carreira profissional em Agen". Passei três anos em Inglaterra, joguei em três equipas diferentes, mas quando anunciei que ia deixar Inglaterra para regressar a França, o Agen contactou-me e eu disse logo que sim.
- Ainda está em contacto com outros jogadores de Tonga? Quais são as hipóteses deles no Mundial?
- Sim, em particular com o capitão da seleção (Sonatane Takulua), que joga no Agen, e também com alguns outros que jogam em França. O grupo deles é bastante complicado, mas espero que se saiam bem.
- Tonga tem grandes objetivos para esta Copa do Mundo?
- O que é certo é que o objetivo é conseguir quatro vitórias. A equipa é ambiciosa e há vários jogadores jovens com muito potencial que se juntaram ao grupo. Pessoalmente, acho que eles têm grandes chances de fazer história para o nosso país. É uma equipa unida, sem grandes individualidades, mas com um excelente estado de espírito.
- Pessoalmente, só jogou o Mundial de 2015. Lamenta não ter participado em 2011, que foi uma edição histórica para Tonga?
- Sim, porque, como diz, foi histórico. Quando ganhámos à França, foi histórico, toda a gente adorou (risos). Lembro-me de uma vez, depois, em Agen, em que as pessoas nos acenaram por brincadeira. Foi um grande momento para a nossa nação. Mas, pessoalmente, lesionei-me durante os preparativos e foi por isso que não fui selecionado.