Mundial de Râguebi: pontapés aos postes provam que valem o seu peso em ouro
A história das eliminatórias sugere que são as pequenas margens que vencem os jogos, e um rematador com mais de 80% de aproveitamento pode ser a diferença entre a vitória e uma derrota amarga.
Foram marcados 14 ensaios nas últimas oito finais do Campeonato do Mundo, menos de dois por jogo, com 73% dos pontos nesses jogos decisivos a serem obtidos através de pontapés aos postes. O torneio em França já demonstrou que, quando dois pesos pesados se defrontam, é a bota que faz a diferença.
A Irlanda derrotou a África do Sul por 13-8, com esta última a desperdiçar 11 pontos de pontapé de baliza. Não foi a única razão para a derrota dos Springboks, mas foi uma das principais.
O fullback francês Thomas Ramos foi o grande responsável pela vitória dos anfitriões sobre a Nova Zelândia por 27-13 no jogo de abertura, marcando 17 pontos, enquanto Richie Mo'unga, dos All Blacks, teve 33% de aproveitamento nos chutes.
O médio de Fiji Simione Kuruvoli não é conhecido pelos remates, mas acertou cinco de cinco tentativas contra a Austrália na histórica vitória de 22 a 15 para os habitantes das ilhas do Pacífico.
Os Wallabies marcaram dois tentos contra um naquela partida, mas foram os pontapés aos postes que levaram Fiji à vitória.
George Ford acertou três drop goals e seis penalidades para marcar todos os pontos da Inglaterra na vitória por 27-10 sobre a Argentina, enquanto a chuteira estava no outro pé na vitória de 19-10 sobre Samoa, e o ala Emiliano Boffelli, que estava na equipa como especialista em remates, foi preciso no tee e venceu o jogo.
Pense-se também no empate 18-18 entre Portugal e a Geórgia, que terminou empatado quando ambas as equipas falharam remates à baliza nos últimos minutos.
Até agora, as condições do torneio têm sido propícias aos rematadores, devido ao clima quente e às bolas utilizadas.
A Opta divulgou dados no início do torneio que mostram que cada remate fora de mão percorreu uma média de 33,5 metros, quase três metros a mais do que no Six Nations de 2023 e sete metros e meio a mais do que no Rugby Championship deste ano.