A goleada de 6-40 às mãos do País de Gales foi um enorme embaraço para uma nação orgulhosa do râguebi que ganhou dois dos primeiros quatro Campeonatos do Mundo, em 1991 e 1999, e chegou à final em 2015.
"Esqueçam o facto de os Wallabies terem uma pequena hipótese matemática de passar, porque está tudo acabado", escreveu Julian Linden no jornal The Daily Telegraph: "Pela primeira vez na história do Campeonato do Mundo de Râguebi, os Wallabies não vão conseguir passar da fase de grupos, mergulhando numa crise da qual poderá nunca recuperar. Grande parte da culpa - e com razão - será atribuída ao treinador Eddie Jones, embora ele não seja o único culpado, porque se tratou de um erro coletivo à escala industrial."
O antigo treinador dos Wallabies, Alan Jones, também criticou não só Jones mas também o presidente da federação, Hamish McLennan, que despediu Dave Rennie em janeiro para trazer o antigo treinador do Japão e da Inglaterra para casa.
"Se houver alguma decência, dignidade ou preocupação com a família do râguebi dentro da Rugby Australia, o presidente, Hamish McLennan, e o técnico, Eddie Jones, deveriam ter saído hoje", escreveu ele no The Australian: "Os jogadores estavam sem rumo, ao ponto de ficarem embaraçados. Portanto, qualquer que fosse o chamado 'plano de jogo', ele foi pela janela quando eles entraram em campo."
O antigo Wallaby Peter FitzSimons, anteriormente um forte apoiante de Jones, descreveu a derrota do País de Gales como a "humilhação completa de uma equipa dos Wallabies que não foi suficientemente forte para sair do grupo mais fraco do Campeonato do Mundo".
"Não há forma de o contornar. A experiência de Eddie Jones tem sido um desastre", escreveu no Sydney Morning Herald: "Todos nós, que pensámos que ia resultar, provámos que estávamos errados. A magia que ele tinha desapareceu definitivamente".
Iain Payton, escrevendo no mesmo jornal, disse que a decisão de Jones de deixar vários jogadores experientes de fora do seu plantel em favor da juventude tinha saído desastrosamente contra os galeses.
"A indisciplina e os erros evitáveis nas piores alturas permitiram que o País de Gales se safasse, e uma equipa inexperiente dos Wallabies - com muitos jogadores seniores a assistirem de um sofá algures - não teve a compostura necessária para estancar a hemorragia, quanto mais para montar uma reviravolta", escreveu.
A notícia de que Jones havia feito uma entrevista para o cargo de técnico da seleção japonesa duas semanas antes do início da campanha, que o antigo jogador de 63 anos negou categoricamente após a partida de domingo, só aumentou a veemência da opinião contra ele.
"Para onde vamos a partir daqui?", perguntou FitzSimons: "Não faço a menor ideia. Mas se Eddie vai mesmo para o Japão, isso resolveria um problema."