"É especial, porque, como todos sabemos, Tóquio não foram os verdadeiros Jogos Olímpicos, por vivermos em pandemia. Acabou por ser uma experiência gratificante, mas não tão intensa como seria de esperar de uns Jogos Olímpicos", começou por dizer à agência Lusa o árbitro português.
Antigo praticante da modalidade, Paulo Duarte revela o orgulho "de ter a oportunidade de representar o país novamente no mais alto palco desportivo e, desta vez, com a experiência a 100% de uns Jogos Olímpicos", manifestando-se "bastante contente e excitado com esta oportunidade".
Numa atividade nem sempre muito querida junto dos adeptos seja de que modalidade for, Paulo Duarte aponta a resiliência como um dos fatores essenciais para quem a queira seguir.
"A questão é sermos resilientes. É uma profissão difícil, com bastante responsabilidade e respeito pelo jogo. Apesar de ser uma das profissões que nem toda a gente gosta, alguém tem de a fazer. Um dos conselhos que sempre dou é que, desde que gostemos da modalidade, seja ela o râguebi ou outra específica, nós podemos estar envolvidos de qualquer forma, seja com treino, como treinador, jogador, árbitro, dirigente. O árbitro tem um papel ativo no jogo, é o melhor lugar do jogo, isso sem dúvida, mas acho que é por aí, quem gosta do jogo pode envolver-se em qualquer função", apontou.
Em termos pessoais, Paulo Duarte deseja fazer melhor do que em Tóquio-2020, apesar de ter dirigido o encontro para a medalha de bronze na competição feminina.
"Nos Jogos anteriores, tive a felicidade de participar na competição masculina e na feminina e acabei por fazer a (final da) medalha de bronze na competição feminina", começou por dizer.
O árbitro luso revelou que este ano vai apenas participar na competição masculina, pelo que o seu desejo é superar os Jogos nipónicos.
"Quero fazer melhor do que fiz em Tóquio nesta competição, isso de certeza. Uma das coisas que tenho trabalhado ao longo destes três anos é fazer jogo a jogo e tentar colocar-me na melhor posição para ser elegível para a final. O meu foco vai ser começar desde cedo bem, para terminar ainda melhor. À partida, serão os meus últimos Jogos Olímpicos, e irão ser especiais também nessa área", finalizou.
Entre árbitros e juízes, Portugal vai estar representado com 18 elementos, em 12 modalidades, nos Jogos Olímpicos Paris-2024, que vão ser disputados entre 26 de julho e 11 de agosto, numa comitiva que integra ainda 73 atletas, em 15 modalidades.