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Râguebi: Federação quer ajustar calendário após êxito de sevens em Paris-2024

Andy Timo festeja depois de um ensaio de Antoine Dupont
Andy Timo festeja depois de um ensaio de Antoine DupontAFP
A Federação Internacional de Râguebi (World Rugby) precisa de recalibrar o calendário internacional para permitir que mais jogadores como Antoine Dupont possam alternar entre o râguebi de 7 e de 15, de acordo com o diretor executivo, Alan Gilpin.

Dupont teve um papel de destaque, marcando dois ensaios na segunda parte e preparando outro, quando a França conquistou o seu primeiro ouro nos Jogos de Paris ao derrotar as Ilhas Fiji, os bicampeões olímpicos, na final de sábado.

Perante um público ao rubro com 69.000 pessoas no Stade de France, Gilpin afirmou que o sucesso da equipa masculina ultrapassou as expetativas.

"É tudo o que poderíamos ter esperado. Sempre dissemos que este era um momento de amadurecimento. Vendemos oito sessões com 550.000 bilhetes. Incrível", disse Gilpin, da World Rugby, à AFP.

Gilpin acrescentou: "Isto foi tudo o que queríamos que fosse, que era colocar o râguebi de sete num grande palco. É ótimo para os Jogos e os Jogos são ótimos para o râguebi de sete e é isso mesmo que queremos".

O responsável disse que o torneio feminino de três dias, que começa no domingo, também fará história como o evento de rúgbi feminino mais assistido de todos os tempos.

"69.000 pessoas vão estar aqui a ver râguebi feminino, o que é incrível", garantiu.

O sucesso da decisão "ousada" de organizar o sevens no Stade de France levantou preocupações. Gilpin disse que já manteve conversações com os organizadores dos próximos dois Jogos Olímpicos, em Los Angeles e Brisbane, em 2028 e 2032, respetivamente, sobre as capacidades potenciais dos estádios.

Congestionamento incrível

Embora o cruzamento de jogadores no râguebi feminino entre o sevens e o 15 seja mais comum, Gilpin admitiu que o desafio para a World Rugby era o calendário masculino "incrivelmente congestionado".

"Quando recuamos até ao Campeonato do Mundo de Râguebi do ano passado, os sul-africanos tinham seis jogadores na sua equipa que tinham jogado sevens. Eles encontraram uma maneira de fazer esse caminho funcionar", prosseguiu.

Gilpin sugeriu que a World Rugby precisa de trabalhar para "desconflituar algumas partes do calendário", nomeadamente analisar o calendário de sevens e "garantir que funciona durante um período de quatro anos".

"Podemos criar uma visão do calendário que permita a um jogador como Dupont... dizer: 'Certo, vou jogar um ano de 15s, mas vou escolher estes momentos para chegar aos Jogos Olímpicos e aos sevens porque é o palco, é a plataforma que de outra forma não teria'", explicou.

No passado, a questão foi dificultada pelo facto de os jogadores terem sido libertados dos clubes, bem como pelos conflitos de calendário, uma vez que a série de sevens tem atualmente uma temporada internacional de sete meses.

"A França tem feito um ótimo trabalho com Antoine, entrando e saindo, mas será isso possível para outras uniões? E como podemos facilitar isso?", questionou Gilpin.

"Se pensarmos nas Seis Nações ou nos campeonatos de râguebi que antecedem os Jogos de Los Angeles de 2028, como é que esses jogadores podem participar nesses campeonatos, mas também ter a oportunidade de se prepararem durante esse ano? Seria útil descongestionar partes do calendário para permitir que isso aconteça", atirou.

O trabalho pós-Paris implicaria negociar com as federações nos próximos quatro anos "para encontrar uma forma de o sevens ser uma parte mais significativa do râguebi internacional".

"Sabemos que tem a oportunidade de fazer crescer o jogo de uma forma que, em alguns mercados, o 15s provavelmente não terá a curto prazo", disse, citando a China e o Brasil como exemplos de países com equipas no sorteio feminino.