Os adeptos aplaudiram ruidosamente quando o seu nome foi anunciado entre os suplentes para o jogo de sábado contra o Clermont, da sexta jornada do Top 14, e ainda mais ruidosamente quando ele tirou a camisola de treino para entrar no lugar do defesa japonês Naoto Saito, aos 45 minutos.
Dois minutos mais tarde, o capitão da França e vencedor da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Sevens abriu um buraco na defesa do Clermont para marcar o primeiro tento da noite.
"Ele não precisa de 50 oportunidades, é um oportunista", disse o técnico do Toulouse, David Mele.
Sete minutos depois, Dupont recebeu um passe de Ange Capuozzo para marcar o seu segundo tento e, dois minutos mais tarde, marcou o terceiro, ao correr atrás da bola e agarrá-la depois de um pontapé do italiano para dentro dos 22 metros do Clermont.
"Ele entrou em campo e marcou três gols em 10 minutos", disse o companheiro de equipa do Toulouse, Anthony Jelonch, no final da vitória por 48-14. "É algo que só ele pode fazer."
Sempre modesto, Dupont minimizou a qualidade do hat-trick.
"Tento sempre estar no sítio certo à hora certa", disse ao Canal Plus depois do jogo.
"Às vezes funciona melhor do que outras. Não foram as tentativas mais difíceis da minha carreira, mas são cinco pontos de cada vez", explicou.
O Toulouse, vencedor do Top 14 e da Taça dos Campeões da época passada, chegou ao jogo com o Clermont depois de duas derrotas.
Qualquer sinal de preocupação com a forma como a equipa estava a jogar evaporou-se numa noite difícil para o Clermont, cujos adeptos fizeram tudo para atrair o scrum-half para o Auvergne. "Antoine Dupont para o Clermont, venha acordar os vulcões", lia-se numa faixa.
É claro que o talento é fundamental para Dupont, que é um jogador de râguebi imensamente talentoso, já entre os grandes, mas há mais do que isso na sua aura, nomeadamente o seu amor pelo jogo e o desejo de jogar e de estabelecer novos objetivos.
Entusiasmo
Depois de sofrer a enorme desilusão de perder para a África do Sul por um único ponto nos quartos de final do Campeonato do Mundo do ano passado, Dupont optou por falhar o Torneio das Seis Nações para tentar entrar na equipa de França Sevens para os Jogos Olímpicos de Paris.
A sua modéstia nunca lhe permitiu considerar-se uma escolha automática.
A história mostra que, não só conseguiu entrar na equipa, como foi, sem dúvida, o fator determinante para a gloriosa conquista da medalha de ouro no Stade de France.
As férias tardias, que o levaram a conviver com Lionel Messi e LeBron James nos Estados Unidos, foram responsáveis pela sua chegada tardia à temporada do Top 14, mas a pausa parece ter feito maravilhas.
"Aproveitei ao máximo as férias, mas sempre que voltava aos treinos me dava vontade de estar em campo com os meus companheiros no fim de semana. Eu sabia que tinha um bom período de recuperação e que depois poderia voltar a jogar, por isso vim para os treinos com muito entusiasmo", afirmou.
"É ótimo estar de volta a um jogo como este, com muita vontade e muito movimento. Conheço os rapazes deste balneário há anos, por isso tudo voltou a encaixar de imediato. E apesar de não ter estado aqui durante vários meses, parece que foi ontem", acrescentou.