Sangue frio de Livakovic coloca a Croácia nos quartos de final do Mundial-2022
Hajime Moriyasu manteve a aposta em Hidemasa Morita, jogador do Sporting, mas promoveu três alterações na equipa inicial inicial do Japão, com as entradas de Takehiro Tomiyasu, Wataru Endo e Ritsu Doan para os lugares de Ko Itakura (suspenso por acumulação de cartões amarelos), Ao Tanaka e Takefusa Kubo (doente).
Já Zlatko Dalic apostou em Bruno Petkovic, abdicando de de Marko Livaja, naquela que foi a única alteração da Croácia quando em comparação com o jogo frente à Bélgica, lançando um onze com uma média de idades de 29 anos e 330 dias, o mais velho num encontro a eliminar do Campeonato do Mundo desde a média de 30 anos e 8 dias dos jogadores da França na final de 2006, contra a Itália.
Não foi preciso esperar muito para que se visse o primeiro lance de perigo. Logo aos três minutos, na sequência de um canto pelo lado direito do ataque do Japão, a bola foi colocada na área e Shogo Taniguchi superou a concorrência, cabeceando um pouco ao lado da baliza de Dominik Livakovic.
O tempo de resposta foi curto e, cinco minutos depois, Ivan Perisic dispôs de uma oportunidade de ouro para adiantar a Croácia, depois de um erro tremendo de Tomiyasu, que perdeu a bola em zona proibida, mas o avançado permitiu a defesa a Shuichi Gonda e, na recarga, Andrej Kramaric também não conseguiu finalizar.
Os nipónicos apostavam em ataques mais rápidos e, regra geral, pelo lado direito, pelo qual voltaram a criar perigo antes do quarto-de-hora de jogo. Bem lançado, Junya Ito cruzou para o coração da área, mas Daizen Maeda, primeiro, e Yuto Nagatomo logo depois, não conseguiram por pouco o desvio vitorioso.
E se o Japão ia atacando pela direita, a Croácia mostrava preferência pelo lado esquerdo. Perto da meia-hora, Borna Barisic ganhou posição, cruzou para Perisic e o avançado, depois de desviar ao primeiro poste, viu Kramaric chegar ligeiramente atrasado, falhando o remate para golo.
O equilíbrio ia marcando o encontro, mas os minutos finais da primeira parte trouxeram mais perigo dos nipónicos, que chegaram mesmo à vantagem bem perto do intervalo. Já depois de Daichi Kamada ter perdido uma boa oportunidade para inaugurar o marcador, o golo chegou pelo pé esquerdo de Maeda, avançado que conta passagem pelo Marítimo e que aproveitou uma bola solta no meio da grande área para, livre de marcação, atirar a contar.
Ao intervalo, a vantagem da seleção asiática não traduzia um domínio declarado, mas castigava a incapacidade coletiva do conjunto europeu, que ia sentido dificuldades para impor o seu jogo.
Mas, nas alturas em que o coletivo não funciona, surgem as individualidades. E assim foi dez minutos depois do reatamento, quando Perisic respondeu afirmativamente a um cruzamento desde o lado direito do ataque e, com um cabeceamento fantástico, colocou a bola junto ao poste mais afastado, restabelecendo a igualdade e tornando-se no primeiro jogador croata a marcar em três Campeonatos do Mundo.
Golo de um lado, oportunidade clara do outro. No minuto seguinte, Endo, em zona central, disferiu um remate muito colocado e obrigou Livakovic a excelente defesa.
A reação nipóica serviu de alerta para os croatas, que, a partir daí, assumiram as rédeas do encontro. Luka Modric foi o primeiro a tentar o golo, com um remate travado por Gonda, antes de Ante Budimir atirar de cabeça e falhar por pouco a baliza contrária. Depois, foi Perisic, em nova investida individual, a voltar a visar a baliza adversária, com um potente remate que passou perto do poste.
O relógio avançava e o risco de parte a parte reduzia. O Japão ia sentido dificuldades em chegar ao último terço, principalmente depois da saída de Maeda, e a Croácia, apesar de melhor e com mais bola, também não mostrava grandes intenções de forçar o ataque e, assim, poder comprometer o processo defensivo, dando azo a situações de transição. Foi, por isso, fácil de adivinhar o que se confirmaria pouco depois: este jogo traria consigo o primeiro prolgamento do Mundial-2022.
Contudo, a toada manteve-se durante todo o tempo extra. A seleção europeia tinha mais bola, mas sem conseguir causar grande incómodo ao conjunto asiático, que dispôs, até, da melhor oportunidade nesses 30 minutos, numa excelente transição ofensiva de Kaoru Mitoma, que transportou a bola desde o seu meio-campo defensivo até à entrada da área croata e, com um remate fortíssimo, obrigou Livakovic a intervenção de recurso.
A terminar, coube a Lovro Majer nova tentativa para a Croácia, com um remate desviado, incapaz de desfazer o empate.
O encontro terminou logo de seguida e avançou o - expectável, diga-se - desempate por grandes penalidades. Takumi Minamino foi o primeiro a bater, pelo Japão e falhou, permitindo a defesa de Livakovic. Na resposta, Nikola Vlasic marcou e, depois, Mitoma... falhou também, vendo o golo negado por boa intervenção do guarda-redes croata.
Marcelo Brozovic seguiu-se e deu boa margem à Croácia, antes de Takuma Asano marcar também, mantendo a esperança dos japoneses. Tudo parecia encaminhado para a formação europeia, mas Livaja atirou ao poste, renovando a ambição dos nipónicos. Contudo, Maya Yoshida seguiu-o e Livakovic brilhou novamente, travando o terceiro penálti contrário. Com a decisão nos pés, Mario Pasalic não tremeu e fechou as contas da partida, assegurando o apuramento dos croatas para os quartos de final da prova.
Homem do jogo Flashscore: Dominik Livakovic (Croácia).
