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Sérgio Conceição: "Admito que às vezes tenho alguns exageros mas fazem parte do que eu sou"

Mário Rui Ventura
Sérgio Conceição esteve em convívio de Leça e recordou carreira de jogador
Sérgio Conceição esteve em convívio de Leça e recordou carreira de jogadorLUSA
Um dia depois do empate (2-2) com o Mafra, para a Taça da Liga, Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, regressou às origens e esteve num jantar de homenagem à equipa do Leça que, em 1994/1995, conquistou a 2.ª Liga.

"Tive a sorte de apanhar um grupo muito bom a nível de qualidade futebolística, mas também humana e a prova disso é que depois de quase 30 anos estamos aqui num clima fantástico. Éramos um grupo de amigos e muito bem orientado pelo Joaquim Teixeira e o nosso presidente, que teve um papel fantástico, Manuel Rodrigues. É um bocado nostálgico, passaram muitos anos, mas é uma alegria rever pessoas que já não via há muitos anos. Parabéns ao grupo que organizou. Este é o verdadeiro futebol", afirmou Sérgio Conceição, destacando a importância que Joaquim Teixeira teve na sua carreira.

"Tive a sorte de tê-lo como treinador numa fase muito importante da minha vida. Num momento difícil, por tudo o que conhecem a nível familiar. Ele foi uma pessoa muito importante, como treinador era fraquinho [risos], como homem continua a ser uma pessoa espetacular. Também o apanhei no FC Porto, era treinador adjunto de António Oliveira, também o tive na Seleção, tivemos sempre este contacto, carinho e amizade muito fortes. Acompanhei o seu percurso familiar e pessoal, é um amigo. E os amigos, independentemente do que façam, são sempre amigos, as pessoas mais importantes depois da família", explicou o treinador do FC Porto, para quem a vontade de vencer foi sendo construída ao longo dos anos.

"Essa vontade de ganhar foi-se construindo, vem um bocadinho de cada um, depois vai-se reforçando com tudo aquilo que são as vicissitudes da vida. Não posso negar que tudo aquilo de difícil que me aconteceu na vida foi importante para ter hoje o caráter que tenho e ser a pessoa que sou no fundo. Admito que às vezes com alguns exageros, mas que fazem parte do que eu sou como pessoa", assumiu Sérgio Conceição, abordando igualmente as dificuldades pelas quais o Leça tem passado.

"Olho sempre para os clubes com muito carinho. O futebol não está fácil para ninguém e essa dificuldade acentua-se mais nas divisões secundárias. É com esta paixão que se consegue ir buscar essa tal força e dinamizar um clube que merece estar nos patamares que não está agora. É preciso a força de toda a gente, acredito que com essa capacidade humana e com a ajuda de pessoas que têm a capacidade financeira para meter o Leça noutro patamar, que também é importante e está sempre associado a campeonatos positivos", apelou o agora treinador do FC Porto, que recordou alguns momentos da sua passagem pelo Leça, sobretudo a primeira lesão que teve.

"Momentos marcantes? Muitos, muitos, muitos. As vitórias, os golos que fiz, não foram muitos mas importantes. O momento da minha lesão, contra o Nacional, foi a primeira lesão grave e fui operado ao menisco. Naquele momento, o mundo desabou para alguém que vive tudo tão intensamente e quer estar sempre super ativo. Com a ajuda destes jogadores que aqui estão e de outros que, infelizmente, já partiram, foram importantíssimos na minha caminhada. Todas as pessoas que vamos encontrando na vida tenho um bocadinho de cada um deles, sinto muito isso", lembrou Sérgio Conceição.