"Espero um jogo de Taça e que não aconteça Taça. Se olharmos à eliminatória anterior, oito equipas da Liga caíram e tem a ver com que o é a Taça de Portugal. É o segundo título mais importante para nós, depois do campeonato. Temos de estar no nosso melhor. Uma equipa competente, com um treinador que já no ano passado fez um trabalho interessante. Olhar para o Mafra com respeito, fazer o mesmo trabalho de preparação que fazemos nos jogos do campeonato e Champions", considerou Sérgio Conceição, falando do adversário e também do seu treinador, Ricardo Sousa, formado precisamente nos dragões, e que deixou rasgados elogios ao técnico do FC Porto momentos antes, na conferência de imprensa do Mafra.
"Fico contente com esses elogios, percebendo que vêm de um treinador que fez a formação como jogador aqui, tem muito da escola e ADN do FC Porto, uma das das melhores escolas do mundo. Daí perceber as dificuldades que vamos ter amanhã. Os meus elogios para a equipa do Mafra, orientado por um treinador que tem a mesma formação que eu, no fundo", reagiu Sérgio Conceição, que foi considerado por Ricardo Sousa, como um dos melhores treinadores do mundo na pressão alta ao adversário.
"Faço o meu trabalho, dentro dos plantéis que temos à disposição, eu e a equipa técnica, que tem muito mérito também. Os diferentes departamentos são competentíssimos e os jogadores vão absorvendo a mensagem, vão trabalhando diariamente num contexto de muita exigência. É verdadeiramente exigente trabalhar aqui, sou exigente comigo e exijo o máximo dos outros também. Sou pago e bem pago para isso", disse o treinador do FC Porto que, no dia em que ficou a conhecer o adversário nos oitavos de final da Liga dos Campeões, puxou desde logo o foco para a Taça de Portugal.
"Temos algum tempo até defrontar o Inter. Temos muito tempo para pensar nesse adversário e o mais importante é pensar neste jogo. O nosso foco está no jogo de amanhã com o Mafra e em tudo o que é uma eliminatória da Taça. Estou a dar um ênfase grande no foco que temos de ter no jogo de amanhã", assumiu Sérgio Conceição, que assumiu algumas novidades na equipa e anunciou mesmo um titular: Cláudio Ramos.
"Não é rodar. Nós jogámos no sábado, hoje estamos preparados para viajar depois do treino, dois dias após o jogo é trabalho de recuperação para os mais utilizados no Paços de Ferreira. O curto espaço que temos é para nos focarmos ao máximo no jogo. Nesse sentido, entram em campo os jogadores que estiverem em melhor forma, física, emocional e de estratégia para o jogo. Cláudio Ramos vai jogar, vai continuar na baliza, é o único que posso adiantar que vai jogar. De resto, estão todos disponíveis, excluindo Zaidu e Veron. O Pepe está próximo de regressar a competição, mas é difícil estar pronto para o jogo de amanhã", revelou o técnico do FC Porto.
"Tenho vontade de encontrar ali um velhinho de barbas"
Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Mafra, Sérgio Conceição foi confrontado com a reabertura do mercado e, claro, a necessidade ou desejo de receber reforços em janeiro.
"Se acredito no Pai Natal? Acredito, acredito no Pai Natal que o meu filho está a ver e fica chateado comigo se dizer que não acredito... Deixa-me entre a espada e a parede porque tenho vontade de dizer que não acredito", brincou Sérgio Conceição, antes de abordar a questão dos... presentes no sapatinho, como quem diz reforços para o plantel.
"Como o mercado está à porta tenho vontade de encontrar ali um velhinho de barbas... Foi a melhor questão nestes anos todos. Não respondo a questões de mercado, como sabem. Fica difícil. Muita gente acha piada, eu não acho piada, é uma questão inteligente, mas não posso. Por uma questão de educação", limitou-se a dizer o treinador do FC Porto.
"Um lateral nosso é praticamente um ala"
Já na reta final da conferência de imprensa, Sérgio Conceição foi desafiado a explicar a aposta em Pepê como lateral-direito a diferença do brasileiro em jogar mais recuado ou, como aconteceu diante do Paços de Ferreira, no passado sábado, na sua posição de origem, no ataque.
"Neste trajeto para a sala vinha a falar com o Rui sobre isso. Inicia muitas situações de ataque e criamos perigo com a capacidade que ele tem de aparecer de trás para a frente. Temos de ver a equipa no seu todo. Entre meter à frente e tirar um dos que estão muito bem, e o que ganhamos com ele atrás, tenho de ver. Já jogou atrás, a lateral, à frente. Tem muita qualidade, velocidade, é extremamente inteligente. Dentro do que é a sua formação que não era de esperar num jogador brasileiro não habituado a tanto rigor tático, surpreende que o faz muito bem. Tendo o Pepê na frente tenho de tirar uns dos da frente. Tenho de perceber o que é melhor. Ele dá improviso, capacidade no último terço, mas também a partir de trás. Um lateral nosso é praticamente um ala. Temos de olhar para isso. Não estando na frente se acham que estamos a castrar a sua qualidade com bola, eu não penso nada disso", explicou o treinador do FC Porto, que terminou explicando porque coloca sempre a fasquia elevada na equipa, seja qual for o jogo.
"Quero que aconteça em todos os jogos se é sinónimo de estar alerta, de estar em jogo, com estado de espírito onde o foco e concentração e preparação emocional esteja presente, sim. Mas não é preciso bater no fundo. Com o Santa Clara não estivemos bem e não foi pela qualidade, noutros jogos demonstrámos, tem a ver com uma série de caraterísticas que temos de meter cá para fora. O fio da navalha é a tal luta, gostava de meter os jogadores sempre no fio da navalha. É todos os dias e todos os jogos", lembrou Sérgio Conceição.