Depois de ter ultrapassado Mafra, Chaves e Vizela no Grupo A da Taça da Liga, o FC Porto vai medir forças com o Gil Vicente para tentar o acesso à final four da prova, que escapou na época. Questionado sobre o adversário, Sérgio Conceição teceu elogios à forma como Daniel Sousa tem conseguido fazer crescer a equipa.
“É um jogo a eliminar, onde temos obrigatoriamente de ganhar para estar na final four, e esperamos fazê-lo durante os noventa minutos. O Gil Vicente vem de duas vitórias e um empate com o novo treinador, algumas nuances no jogo que mudaram, mas conhecemos bem o clube, que no ano passado fez um campeonato muitíssimo interessante com estes jogadores, foi a verdadeira surpresa. É uma equipa que foi ganhar 3-0 a casa do Portimonense, uma deslocação complicada, mas cabe-nos a nós ir à procura do resultado, sermos fiéis ao que somos como equipa e é mais uma final que temos pela frente”, explicou.
O treinador dos dragões garantiu ainda que não vai pensar em mudanças de forma a rotinar a equipa para o regresso do campeonato na próxima semana.
“Se nós vamos preparar um carro para uma próxima pista, que até é mais mediática do que aquela que temos amanhã, corremos o risco de ter um acidente e depois nem esta nem a outra. Eu preparo o jogo a pensar no Gil Vicente, não a pensar no campeonato. Os que eu acho que estão melhor em termos físicos, anímicos, na estratégia para o jogo são os que entram de início. Outros estarão nas mesmas condições, mas só podem jogar 11. Em relação aos que estão no onze ou que vão estar no banco, muitas vezes penso no que me pode dar um a entrar dentro do jogo”, disse.
E ainda sobre a participação do FC Porto na Taça da Liga, Sérgio Conceição foi questionado sobre as dificuldades sentidas pela equipa na primeira parte. E voltando à vitória diante do Vizela, o treinador assumiu a culpa.
“Por uma razão ou por outra as primeiras partes têm sido diferentes. Entrámos bem no jogo com o Vizela, o Toni Martinez marcou no primeiro minuto porque entrámos vivos, focados, ligados. Somos uma equipa muito intensa que provoca muito desgaste nos adversários e isso pode facilitar a um bocadinho com o decorrer do jogo. A vontade é sempre a mesma, por vezes são momentos do jogo que por esta ou aquela razão. Posso confidenciar que no último jogo foi por mérito do Vizela, que há que lhes dar, e por demérito meu que não estava a alertar os jogadores para algumas situações que não estávamos a fazer bem. O que eu espero é que sejamos a equipa completa durante os 90 minutos para ganhar jogo”, justificou.
“Não damos o devido valor a Pinto da Costa”
Presente na gala dos Dragões de Ouro, sendo que recebeu um, Sérgio Conceição foi bastante elogiado por Pinto da Costa. E o treinador do FC Porto retribuiu as palavras na conferência de imprensa.
“Sei que o presidente está numa forma excelente, com um discurso fantástico que nos habituou ao longo destes anos. Uma vitalidade enorme. O clube está bem, vivo e é assim que todos nós queremos que esteja durante muitos anos. Sabem a relação que eu tenha com presidente, uma amizade grande. Ontem tive oportunidade de dizer no final da festa que temos de usufruir de uma figura ímpar no futebol mundial. É a minha opinião. Não damos o devido valor ao que presidente fez num clube e numa região. O FC Porto está bem em termos financeiros, em fases adiantada nas competições europeias e é assim que queremos continuar”, atirou.
E quanto ao prémio conquistado, Sérgio Conceição não quis dar muito ênfase.
“A nossa vida e o nosso trajeto vai-se fazendo diariamente e as coisas vão acontecendo de forma natural. Não desprezo prémios individuais porque são uma conquista que está por trás coletiva e isso é que faz sentido. Ganhámos alguns títulos na época transata e isso é o que significa este Dragão de Ouro, em que está toda a gente representada que trabalha diariamente no Olival”, frisou.
Exemplo de Pepe
Regressado do Mundial-2022 com uma fratura do cúbito, Pepe ainda não vai poder dar o contributo pelo FC Porto. Ainda assim, o central de 39 anos mereceu rasgados elogios do treinador, que já havia falado dele na gala que se realizou na véspera.
“Frisei o nome do Pepe porque acho que é um jogador que continua muitíssimo forte naquilo que faz, porque realmente é super competitivo. Tem uma ambição muito grande trabalhar de uma forma super profissional. E além deste trabalho connosco, fora do campo é um profissional porque se cuida e está disponível a todos os níveis. Representa bem o que é o balneário do FC Porto”, concluiu.