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Síntese de Paris-2024: Alemanha amaldiçoa última dança do anfitrião Karabatic

LUSA
Nikola Karabatic, recordista de conquistas nos grandes torneios internacionais de seleções, encerrou esta quarta-feira a carreira sem glória
Nikola Karabatic, recordista de conquistas nos grandes torneios internacionais de seleções, encerrou esta quarta-feira a carreira sem glóriaAFP
O andebolista Nikola Karabatic, recordista de conquistas nos grandes torneios internacionais de seleções, encerrou esta quarta-feira a carreira sem glória, depois de as esperanças olímpicas da anfitriã França a serem desfeitas pela Alemanha em Paris-2024.

Detentor de quatro títulos mundiais, outros tantos europeus e três em Jogos Olímpicos, o central, de 40 anos, foi incapaz de impedir a eliminação nos quartos de final (35-34, após prolongamento), fortemente ditada por um mau passe de Dika Mem a cinco segundos do fim do tempo regulamentar, quando os ‘bleus’ lideravam por margem tangencial, em Lille.

Renars Uscins capitalizou essa benesse em cima do último suspiro (29-29) e viria a ser o herói da Alemanha, ao definir o resultado final com seis segundos para jogar, sem que a França, campeã olímpica e europeia e ‘vice’ mundial, fosse certeira na derradeira jogada.

Os anfitriões raramente estiveram ao melhor nível em Paris-2024, pois passaram o Grupo B no quarto posto, o último de acesso à ronda a eliminar, com vitórias nas jornadas finais sobre Argentina (28-21) e Hungria (24-20), antes de ceder com a vencedora da ‘poule’ A.

Aplaudido pelo público e até pela Alemanha, numa tarde em que o guarda-redes Vincent Gérard também terminou a carreira e o ponta Valentin Porte fez o último jogo por França, Karabatic teve 23 anos de ligação ao andebol, pontuados por mais de 70 títulos coletivos entre clubes e seleção e três prémios de melhor jogador mundial, em 2007, 2014 e 2016.

Se os ‘bleus’ falharam as medalhas pela primeira vez desde Atenas-2004, os germânicos vão defrontar a Espanha, ‘carrasca’ do Egito (29-28, após tempo extra), enquanto a outra meia-final coloca frente a frente a Dinamarca, atual campeã do mundo e ‘vice’ olímpica e europeia, e Eslovénia, que afastaram Suécia (32-31) e Noruega (33-28), respetivamente.

A França teve outro desfecho no torneio de voleibol masculino, ao manter-se na rota pela revalidação do cetro de Tóquio2020 com um êxito sobre a campeã do mundo Itália (3-0), seguindo-se a Polónia, líder da tabela internacional, campeã europeia e ‘vice’ planetária, que ganhou aos Estados Unidos (3-2) para retornar a uma final olímpica 48 anos depois.

A ‘Team USA’, detentora de nove troféus e atual heptacampeã, mantém-se imparável no basquetebol feminino e passou a registar 59 vitórias seguidas em Jogos Olímpicos, após bater a Nigéria (88-74) antes de encarar a Austrália, ‘carrasca’ da Sérvia (85-67) e outra das semifinalistas, tal como a França (84-71 à Alemanha) e a Bélgica (79-66 à Espanha).

No atletismo, os Estados Unidos subiram ao pódio pelo quinto dia seguido e contrariaram uma ‘seca’ de 16 anos nos 400 metros, graças ao triunfo de Quincy Hall, que ultrapassou três opositores na reta final para fechar em 43,40 segundos, batendo o britânico Matthew Hudson-Smith, por apenas quatro centésimos, e o zambiano Muzala Samukonga, por 34.

O marroquino Soufiane El Bakkali foi o primeiro em 88 anos a defender o título dos 3.000 obstáculos, ao gastar 8.06,05 minutos para fazer valer os ‘galões’ de bicampeão mundial perante o americano Kenneth Rooks (8.06,41) ou o queniano Abraham Kibiwot (8.06,47).

Ainda sem concretizar o tradicional domínio na velocidade, a Jamaica garantiu um inédito ouro através das disciplinas técnicas, com Rojé Stona a fixar um máximo olímpico de 70 metros no disco, contra os 69,97 lançados pelo lituano Mykolas Alekna, recém-recordista planetário, e os 69,31 do australiano Matthew Denny, num pódio do qual ficou afastado o sueco Daniel Stahl, campeão mundial e vencedor em Tóquio2020, ao ser sétimo (66,95).

A única final feminina do dia consagrou Nina Kennedy como sucessora de Katie Moon no salto com vara, cujo título mundial ambas dividem, tendo a australiana festejado aos 4,90 metros e excedido os 4,85 da americana, prata, e da canadiana Alysha Newman, bronze.

Antes da sessão vespertina no Stade de France, em Saint-Denis, nos arredores de Paris, os espanhóis Álvaro Martín e María Pérez impuseram-se na estreia da estafeta mista de marcha atlética, com 2:50.31 horas para completarem a distância da maratona, sob perseguição dos duos equatoriano e australiano.

O 12.º dia da XXXIII Olimpíada voltou a adiar finais de vela, agora das classes mistas de nacra 17 e 470, face ao vento fraco em Marselha, mas ocasionou 21 novos campeões e manteve os Estados Unidos no topo isolado do medalheiro, com 27 ouros em 94 medalhas.

Ao unirem êxitos femininos na luta livre (50kg) e na prova de perseguição de ciclismo de pista, os norte-americanos mantiveram a distância para a China (25 em 65), que ‘limpou’ as primeiras finais de halterofilismo - 61kg nos homens e 49kg nas mulheres - e o evento de equipas de natação artística, beneficiando da ausência da então hexacampeã Rússia.

Estados Unidos e China continuam a ser perseguidos no pódio pela Austrália (18 troféus em 41 medalhas), que teve a seleção masculina de perseguição em festa no ciclismo de pista, ao passo que o velejador Matthew Wearn e o skater Keegan Palmer renovaram as vitórias logradas em Tóquio2020 na classe 470 e na variante de parque, respetivamente.

Na escalada, a polaca Aleksandra Miroslaw certificou o favoritismo na estreia olímpica da prova rápida e chegou ao topo da parede em 6,10 segundos, ficando perto de aprimorar pela terceira vez em dois dias o recorde mundial, por si fixado em 6,06 nas qualificações.

A taiwanesa Lin Yu-ting uma das pugilistas no centro da controvérsia acerca de questões de género, bateu a turca Esra Yildiz Kahraman e acedeu à final da classe -57kg de boxe, replicando o trajeto bem-sucedido da argelina Imane Khelif, outra das visadas, em -66kg.

O quadro de medalhas após esta quarta-feira
O quadro de medalhas após esta quarta-feiraFlashscore