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Síntese de Paris-2024: Djokovic anula lacuna curricular, Noah Lyles reina por milésimos

Djokovic venceu a final do ténis masculino diante de Carlos Alcaraz
Djokovic venceu a final do ténis masculino diante de Carlos AlcarazProfimedia
O tenista sérvio Novak Djokovic dissipou este domingo a maior lacuna da carreira, ao consagrar-se campeão olímpico de singulares masculinos frente a Carlos Alcaraz em Paris-2024, onde Noah Lyles tornou-se rei da velocidade por cinco milésimos.

No court central de Roland Garros, na capital de França, o vice-líder do ranking mundial venceu o espanhol por 7-6 (7-3) e 7-6 (7-2) ao fim de quase três horas para ascender ao lugar mais alto do pódio, após cinco presenças, iniciadas com o bronze em Pequim2008.

Djokovic, de 37 anos, destacou-se no confronto direto perante Alcaraz (4-3), terceiro ATP e mais jovem de sempre a alcançar a liderança da hierarquia, com quem tinha perdido há três semanas exatas, por 3-0, na final de Wimbledon, terceiro Grand Slam da temporada.

O sérvio, que tinha afastado na segunda ronda o campeoníssimo espanhol Rafael Nadal, vencedor em Pequim2008, é o recordista de troféus em ‘majors’ (24) e ATP Finals (sete), estabelecendo-se agora como o mais velho campeão olímpico de singulares masculinos.

Horas depois, no Stade de France, em Saint-Denis, o norte-americano Noah Lyles selou uma vitória dramática numa tensa decisão dos 100 metros de atletismo, com um recorde pessoal de 9,79 segundos, cinco milésimas face ao jamaicano Kishane Thompson, ‘vice’.

O ‘photo-finish’ foi decisivo no triunfo a Lyles, de 27 anos, que embalou já a partir dos 60 metros e adiantou-se no limite em cima da meta, devolvendo os Estados Unidos ao trono de uma das mais célebres provas duas décadas depois de Justin Gatlin, em Atenas2004.

O compatriota Fred Kerley, prata em Tóquio-2020, terminou na terceira posição, com 9,81 segundos, deixando de fora do pódio o italiano Marcell Jacobs, que era o surpreendente campeão em título, mas terminou em quinto, com 9,85 segundos, melhor tempo europeu.

À imagem de Lyles, o canadiano Ethan Katzberg puxou dos galões de campeão mundial do lançamento do martelo para controlar com um arremesso de 84,12 metros, afastando-se do húngaro Bence Halász, com 79,97, ou do ucraniano Mykhaylo Kokhan, com 79,39.

Entre as mulheres, esse estatuto foi vincado no salto em altura por Yaroslava Mahuchikh, que transpôs logo à primeira tentativa os dois metros, ao contrário da australiana Nicola Olyslagers, segunda colocada, enquanto o bronze foi repartido por Iryna Herashchenko e Eleanor Patterson, ambas com 1,95, num pódio formado apenas por Ucrânia e Austrália.

A natação pura teve quatro novos recordes mundiais e 21 olímpicos na XXXIII Olimpíada, vendo, na última sessão, o americano Bobby Finke (14.30,67 minutos) a bater o italiano Gregorio Paltrinieri, por 3,88 segundos, e o irlandês Daniel Wiffen, por 8,96 para repetir o cetro nos 1.500 livres, quebrando uma marca de 12 anos do chinês Yang Sun (14.31,02).

Volvido o triunfo no hectómetro, a sueca Sarah Sjöström refletiu o estatuto de ‘rainha’ da velocidade nos 50 livres, distância em que é recordista do mundo, ao dominar com 23,71 segundos ante a australiana Meg Harris, a 26 centésimos, e a chinesa Yufei Zhang, a 49.

Os Estados Unidos ‘descolaram’ da Austrália na liderança de medalhas da natação pura através da estafeta feminina de 4x100 estilos, última prova do programa, atualizando para 3.49,63 minutos a marca mundial, acima das australianas (3.53,11) e da China (3.53,23).

Na estafeta homóloga masculina, os chineses gastaram 3.27,46 minutos para quebrarem uma hegemonia de 15 títulos - 10 dos quais seguidos - dos americanos, que ficaram pela prata (3.28,01), num pódio finalizado pela França (3.28,38), cuja ‘estrela’ Léon Marchand, desportista mais titulado em nove dias de Paris2024, ostentou quatro ouros e um bronze.

Essa surpresa negativa não impediu os Estados Unidos de igualarem a China no topo do medalheiro global, com 19 conquistas, mas 26 pódios de superioridade para os asiáticos.

As estreias bem-sucedidas da ciclista Kristen Faulkner, que bateu a favorita neerlandesa Marianne Vos no fundo feminino, e de Scottie Scheffler, líder mundial de golfe, no torneio masculino, também levaram a ‘Team USA’ para o comando partilhado, enquanto a China perdeu terreno, apesar das vitórias do mesatenista Fan Zhendong, prata em Tóquio2020, em singulares masculinos e do ginasta Liu Yang, encimado como bicampeão de argolas.

Com apenas um ouro arrebatado nas 22 anteriores presenças, as Filipinas pisaram pelo segundo dia seguido o lugar mais alto do pódio, sempre na ginástica artística e graças a Carlos Yulo, que tinha dominado a decisão de solo e foi agora o mais pontuado no salto.

Nas mulheres, os holofotes desviaram-se por momentos da ‘lendária’ Simone Biles - que regressa na segunda-feira com as finais de trave e solo - para a argelina Kaylia Nemour, vencedora nas barras assimétricas rumo a uma inédita medalha africana na modalidade.

A anfitriã França não granjeou campeões nos 20 títulos em disputa - tal como a Austrália, com a qual partilha a terceira posição -, mas já ultrapassou o recorde de medalhas numa edição dos Jogos Olímpicos, ao somar 44, contra os 43 pódios selados em Pequim2008.

Esse registo foi confirmado com o bronze no concurso por equipas masculinas de florete da esgrima, outra das modalidades com programa finalizado em Paris2024, a par do tiro com arco, cujo pleno de cinco sucessos da Coreia do Sul foi selado por Kim Woo-jin em singulares masculinos, e do ténis, que viu a Itália a festejar na prova de pares femininos.

Já a cavaleira Isabell Werth, de 55 anos, passou a contabilizar 14 medalhas olímpicas na carreira, graças à terceira prata consecutiva na prova individual de dressage de equestre, poucas horas depois de ter contribuído para o ‘tri’ da Alemanha no concurso por equipas.

No boxe, que atribuiu dois bronzes por categoria, a equipa de refugiados selou a primeira medalha em três participações olímpicas, graças ao triunfo de Cindy Ngamba, de origens camaronesas e residência inglesa, sobre a francesa Davina Michel, nas ‘meias’ de -75kg.

Um dia depois da chegada, pelo menos, ao bronze da argelina Imane Khelif na categoria de -66kg de boxe, a taiwanesa Lin Yu-ting, outra das pugilistas no centro da controvérsia sobre questões de género - também confirmou a presença no pódio dos -57kg femininos.

Yu-ting dominou nos ‘quartos’ a búlgara Svetlana Staneva, que, no final do combate, não apertou a mão à adversária e apontou para si mesma, fazendo o gesto manual de um X - as pessoas de sexo feminino têm tipicamente dois cromossomas dessa letra à nascença.

Quanto às principais modalidades coletivas de pavilhão, o Japão, vice-campeão olímpico em título, foi eliminado na primeira fase do torneio de basquetebol feminino, que também ficou sem a China, a finalista derrotada do Mundial2022, e o Canadá, quarto classificado.

Os nipónicos também estão afastados dos quartos de final das competições de andebol masculino, tal como Argentina, Croácia e Hungria - uma das ‘carrascas’ de Portugal na qualificação pré-olímpica -, e de voleibol feminino, ladeados pela estreante França, pelo Quénia e pelos Países Baixos, semifinalistas dos últimos dois Campeonatos da Europa.