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Síntese de Paris-2024: Katie Ledecky e Simone Biles reforçam lenda olímpica

LUSA
Simone Biles alcançou o terceiro triunfo em Paris-2024 este sábado
Simone Biles alcançou o terceiro triunfo em Paris-2024 este sábadoAFP
Katie Ledecky reforçou este sábado o estatuto de melhor nadadora da história com um inédito ‘tetra’ que lhe valeu o nono ouro olímpico, em dia em que a compatriota norte-americana Simone Biles alcançou o terceiro triunfo em Paris-2024.

Num oitavo dia fértil em acontecimentos relevantes, sobressaíram igualmente os feitos do ciclista belga Remco Evenepoel, o primeiro a vencer tanto na estada como no contrarrelógio, e do judoca Teddy Riner, que se tornou no mais medalhado entre todos ao ser decisivo no ouro na prova de equipas mistas.

Ao vencer os 800 metros livres, algo que já tinha feito em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020, Katie Ledecky, de 27 anos, não só conseguiu o primeiro tetra feminino como igualou a ginasta soviética Larisa Latynina como a desportista feminina com mais medalhas de ouro na história olímpica, nomeadamente nove.

Pouco atrás vem Simone Biles que, na Arena Bercy, onde vai ter ainda as finais de trave e solo, levou o ouro no salto (15,300 pontos) – num duelo com a brasileira Rebeca Andrade (14,966), que já soma cinco pódios olímpicos – depois de já o ter feito nas finais do concurso completo (‘all around’) por equipas e individual. O bronze foi para a norte-americana Jade Carey, com 14,466 pontos.

Na ginástica não brilhou só Biles, que se destacou com o salto Biles II, já que o filipino Carlos Yulo, no solo, e o irlandês Rhys McClenaghan, no cavalo com arções, ofereceram aos seus países o primeiro ouro olímpico na ginástica.

No ciclismo, uma semana após impor-se categoricamente no contrarrelógio, belga Remco Evenepoel antecipou-se ao pelotão, chegando, após cerca de 270 longos quilómetros, isolado à meta, na qual pegou na bicicleta e posou para a foto para a posteridade, com a Torre Eiffel por trás de si.

Depois de ter sido campeão mundial de fundo em 2022 e ser o atual detentor do cetro no contrarrelógio, no espaço de uma semana junta-lhe dois ouros olímpicos que aos 24 anos o consagram como um dos melhores da história, com os franceses Valentin Madouas e Christophe Laporte completarem o pódio.

O judoca Teddy Riner já era um dos gauleses mais celebrados em Jogos Olímpicos – campeão individual em Londres-2012, Rio2016 e Paris2024 e por equipas em Tóquio2020 – e foi precisamente na prova coletiva que entrou para a história, quando na final, novamente frente ao Japão, foi quem decidiu a revalidação do título pela França, quando a sua categoria +100 kg foi a sorteada para o combate final, após igualdade 3-3.

A aleatoriedade do sorteio pareceu ter dedo divino, para que o gigante francês, de 2,12 metros, nascido há 35 anos em Guadalupe, pudesse decidir o ouro para o seu país, após vencer Tatsuru Saito.

Com isso, tornou-se no judoca mais medalhado da história do olimpismo, com sete medalhas, três de ouro e duas de bronze individuais, e ainda dois ouros por equipas.

O Japão, berço do judo, sai de Paris-2024 com menor número de medalhas individuais (sete) do que a França (nove), mas com mais judocas campeões olímpicos: Natsumi Tsunoda (-48 k), Hifumi Abe (-66 kg) e Takanori Nagase (-81 kg), enquanto na França apenas Riner (+100 kg) subiu individualmente ao degrau mais alto do pódio.

Raro recorde do mundo na natação, o segundo em Paris-2024, depois do chinês Pan Zhanle nos 100 metros livres, obtido agora pelos Estados Unidos, nos 4x100 metros estilos mistos, fixando-o em 3.37,43 minutos, através de Ryan Murphy, Nic Fink, Gretchen Walsh e Torri Huske, que deixaram a China, que bateu a antiga marca britânica por três centésimos de segundo (3.37,55), e a Austrália a completar o pódio.

Nos 200 metros estilos, a jovem canadiana Summer McIntosh assumiu-se como a grande mulher de Paris2024 ao conseguir o terceiro ouro, ganhando à norte-americana Kate Douglass e a australiana Kaylee McKeown e com novo recorde olímpico, em 2.06,56.

No atletismo, nos 100 metros Julien Alfred deu o primeiro ouro a Santa Lúcia, que, aliás, nunca tinha conquistado qualquer medalha olímpica, em 10,72 segundos, com as norte-americanas Sha’Carri Richardson, com 10,87, e Melissa Jefferson, com 10,92, a ficarem logo a seguir.

Brilhante estafeta mista dos Países Baixos que no último percurso, de Femke Bol, passaram de quartas a campeãs olímpicas, superando os superfavoritos Estados Unidos e a Grã Bretanha.

Sem a campeã e vice-campeã olímpicas de Tóquio-2020 no triplo salto em prova, a cubana Yulimar Rojas e a portuguesa Patricia Mamona, respetivamente, ouro raro para a Dominica, através de Thea LaFond, com 15,02 metros, seguida da jamaicana Sanieka Ricketts, com 14,87, e da norte americana Jasmine Moore, com 14,67.

O norte-americano Ryan Crouser conseguiu o ‘tri’ no lançamento do peso, com 22,90 metros, à frente do compatriota Joe Kovacs, com os mesmos 22,15 metros do jamaicano Rajindra Campbell, mas com melhor segundo registo.

No ténis, a triunfo para a jovem chinesa Zheng Qinwen, sétima do ranking mundial, aos 21 anos, que se impôs à croata Donna Vekic, 21.ª, por fáceis 6-2 e 6-3 na terra batida na qual tinha surpreendido ao afastar a número um mundial, a polaca Iga Swiatek, que garantiu o bronze ao vencer a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova, 67.ª, por esclarecedores 6-2 e 6-1.

Em pares masculinos, os australianos Matthew Ebden e John Peers bateram na final os norte-americanos Austin Krajicek e Rajeev Ram por 6-7 (6), 7-6 (1) e 10-8, com o bronze a sorrir aos compatriotas Taylor Fritz e Tommy Paul.

Ouro chinês também no ténis de mesa feminino, com Chen Meng a revalidar o título ao superar a compatriota Sun Yingsha por 4-2, numa reedição da final do torneio feminino de singulares de Tóquio2020.

A quarta classificada do ranking mundial impôs-se à líder da hierarquia pelos parciais de 4-11, 11-7, 11-4, 9-11, 11-9 e 11-6, valendo a Yingsha o ouro que tinha assegurado nos pares mistos, juntamente com Wang Chuqin: bronze para a japonesa Hina Hayata que superou a sul-coreana Shin Yubin por 4-2 (9-11, 13-11, 12-10, 11-7, 10-12 e 11-7).

História também para a cavaleira alemã Isabell Werth que, aos 55 anos, garantiu a 13.ª medalha olímpica da carreira, após garantir o ouro na prova de dressage de equestre por equipas, em Versalhes, com a Dinamarca a levar a prata e a Grã-Bretanha o bronze.

Das suas 13 medalhas, oito são de ouro e cinco de prata, neste caso todas na categoria individual numa modalidade que o seu país tem dominado desde Los Angeles-1984, exceção para a prata em Londres-2012, atrás dos anfitriões.

No tiro com arco, a sul-coreana Sihyeon Lim, de apenas 21 anos, garantiu o seu terceiro ouro em Paris-2024 ao impor-se na categoria individual, depois de o ter feito em equipas femininas e mistas.

Na Esplanade des Invalides, Lim bateu a compatriota Suyeon Nam por 7-3, já depois de, na fase preliminar, ter conseguido um recorde do mundo, quando atingiu a pontuação de 694 pontos, em 72 setas a 70 metros, batendo a marca da igualmente sul-coreana Kang Chae-young (692), de 2019.

Pontaria consistente para o norte-americano Vincent Hancock que, depois de cinco títulos mundiais, é agora quádruplo campeão olímpico na prova de tiro ‘skeet' – Pequim-2008, Londres-2012, Tóquio-2020 e Paris-2024 -, após superar o compatriota Conner Lynn Prince com 58 tiros certeiros nos alvos em 60 possíveis.

A China continua a liderar a competição com 16 ouros, 12 pratas e nove bronzes, um total de 37 medalhas) à frente dos Estados Unidos, com 14-24-23 (61) e da França, com 12-14-15 (41).