Soco do Barça anula hat-trick de Solde e estilhaça sonho do Intercity na Taça do Rei (3-4)
Xavi e os seus jogadores devem tremer quando forem dormir. Ficou perto de acontecer Taça naquele que seria um embaraço ainda maior do que ficar fora de Liga dos Campeões.
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E nada faria prever que a noite se tornaria complicada para o Barcelona quando Ronald Araújo, de cabeça, abriu o marcador através de um pontapé de canto, aos quatro minutos. Qualquer outro rival da Liga espanhola poderia ter ficado desmotivado, mas na Taça do Rei há estórias extraordinárias que se escrevem a fogo.
Já depois do marcador do golo ter evitado o empate com um corte em cima da linha, os anfitriões entraram no segundo tempo com a confiança e a crença de David contra um Golias que controlava o embate e desperdiçava golos.
Aí surgiu Solde, ou Oriol Soldevila. O médio que não passou dos juvenis do Barcelona e emigrou para Birmingham, voltou para assombrar a defesa catalã, aparecendo de onde era imperceptível. Qualidade, desde logo, não lhe falta, e bem que o demonstrou com um hat-trick.
O primeiro golo chegou graças a uma indecisão dos culés depois de um pontapé de canto. Araújo e Koundé não ganharam a primeira bola e o esférico caiu nos pés de Solde que bateu Iñaki Peña, ainda com meia-hora por jogar e que dava alento aos homens de Alicante. A partir daqui, o jogo entrou numa fase de parada-resposta.
Sem demoras, menos de 10 minutos depois, Dembelé, que tinha feito tudo mal na primeira parte, saiu em velocidade graças a um grande passe de Gavi e surpreendeu com um chapéu sobre Campos.
Parecia o fim, mas Solde não estava disposto a render-se. Cristo Romero tirou um grande cruzamento da esquerda e o médio, com mais fome de bola do que Jordi Alba, cabeceou para repôr a igualdade.
A maioria culé presente nas bancadas dos estádio Rico Pérez esfregava os olhos de incredulidade, mas voltaram à realidade quando Raphinha marcou o terceiro apenas quatro minutos depois, aos 77. A sentença poderia ter chegado com o bis do brasileiro, mas Gaizka Campos fez uma defesa antológica, uma das melhores da carreira, depois da assistência primorosa de Ansu Fati.
Imediatamente a seguir, erro de Marcos Alonso, acabado de entrar em campo, perante Chistian Herrera. Este passou para Solde que ficou na cara de Peña. Conclusão? Golo por entre as pernas do guardião e a loucura nas bancadas com o 3-3.
No prolongamento, o Intercity continuou a lutar, porque a história é escrita pelos que ganham. Infelizmente para eles, Ansu Fati pode estar longe do que pode ser, mas tem um dom com o golo. Cruzamento da direita de Raphinha, o remate do extremo desviou no defesa e traiu o guarda-redes, mesmo antes do descanso.
Não houve mais milgares e o Barcelona esteve sempre mais perto do quinto golo do que os locais de empatarem.
No outro jogo à mesma hora, aí houve Taça. O Alavés aproveitou o facto de que o ex-Sporting Feddal estivesse mais preocupado em discutir com o árbitro, acabando por ver dois cartões amarelos aos quatro minutos de jogo.
O avançado Mamadou Sylla apontou o único golo do encontro, aos 11 minutos, que foi o suficiente para fazer a festa e avançar aos oitavos de final da prova.