Sporting campeão: O título de Gyökeres com ajuda dinamarquesa e a surpresa de Moçambique
Na sua época de estreia em Alvalade, com o selo de jogador mais caro da história do clube (mais de 20 milhões de euros), Gyökeres justificou o investimento e foi determinante na conquista da Liga Portugal, mas a época leonina foi além do sueco, com o dinamarquês Hjulmand, também reforço, a aparecer igualmente na lista dos heróis, assim como o capitão Coates, o extremo Trincão, que renasceu na segunda metade da época, e o surpreendente e inesperado Geny Catamo.
Contudo, a história do 20.º título nacional terá para sempre como personagem principal Gyökeres, avançado de 25 anos que chegou a Alvalade com uma transferência milionária, vindo do Coventry, do segundo escalão inglês, situação que levantou logo suspeitas entre os adeptos leoninos, já que o percurso natural seria obviamente a ascensão à Premier League e não a viagem a um campeonato como o português.
Mas, logo cedo na época, a aposta dos dirigentes do Sporting foi denominada como uma jogada de génio e o avançado nascido Estocolmo chegou a números que já não se viam em Alvalade desde o início do século.
Com 41 golos e 14 assistências (27 e nove na I Liga), Gyökeres tornou-se no primeiro jogador do Sporting a ultrapassar a fasquia dos 40 golos em todas as provas desde 2001/02, e desde Mário Jardel, numa época em que os leões também chegaram ao título.
A presença do sueco tirou pressão a Paulinho, jogador que tem uma relação quase de amor ódio com os adeptos, e o internacional português assinou também a sua melhor época no clube, somando para já 19 golos, quando ainda faltam três jogos (dois para a Liga e a final da Taça de Portugal).
Embora não tendo a marca de golos e assistências do colega escandinavo, Hjulmand, que andava algo perdido em Itália no Lecce, teve um peso muito grande em todo o equilíbrio da equipa de Amorim, ainda mais com a herança deixada pelo uruguaio Ugarte, que rumou ao Paris Saint-Germain.
O médio de 24 anos cedo assumiu as rédeas da equipa e passou a ter um papel fulcral tanto na construção de jogo, bem como na fase defensiva.
Na defesa, mesmo como alguma limitações físicas, Coates acabou por ser sempre determinante nos jogos grandes, sobretudo frente a principais rivais, como Benfica, FC Porto e SC Braga, num setor que teve como surpresa a ascensão de Eduardo Quaresma, que após vários empréstimos e quando parecia não ter hipóteses de marcar a sua posição na primeira época, acabou por ser um dos trunfos de Amorim.
Daniel Bragança, que pareceu finalmente mostrar o seu verdadeiro valor após um longo calvário com lesões, e Trincão, renascido em 2024, são outros nomes que entram na lista dos jogadores que ganharam nova vida, mas o rótulo de grande surpresa foi para Geny Catamo.
O extremo moçambicano, que também passou por vários empréstimos, sem sucesso, aproveitou os problemas físicos do espanhol Fresneda e as limitações claras de Esgaio para ganhar lugar na ala direita.
A época de sonho de Catamo teve a confirmação no último dérbi com o Benfica (2-1), com o moçambicano a marcar os dois golos do Sporting, que abriram a reta final para o título dos leões.
Destaque ainda para o guarda-redes uruguaio Franco Israel, chamado no final da temporada para a titularidade devido à lesão do espanhol Adan, habitual titular.
Israel, que foi este domingo operado a uma lesão meniscal do joelho direito, assumiu com sucesso o estatuto de dono da baliza leonina e ganhou vantagem importante para a titularidade em 2024/25.