Sporting
Como é sabido, a temporada não tem sido fácil para o conjunto de Rúben Amorim. A época começou com a saída de Matheus Nunes, seguiu-se a eliminação da Taça de Portugal e a eliminação da Liga dos Campeões depois de um grande início. Já em janeiro, o Sporting perdeu a Taça da Liga, viu Pedro Porro sair e está a 15 pontos da liderança do campeonato depois de ter voltado a perder com os dragões.
Este jogo pode marcar uma reviravolta na temporada do conjunto verde e branco e, apesar da derrota com o FC Porto estar bem presente na memória dos sportinguistas, regressar aos oitavos de final desta competição europeia três anos depois anima as hostes de Alvalade.
Olhando ao Sporting de Rúben Amorim, o técnico raramente abdica do tradicional 3-4-3 (ou 5-4-1), contando com uma estrutura de jogo bastante trabalhada e, quando mexe na equipa, tem tendência a modificar as características dos seus jogadores em função do adversário. Exemplo disso é a entrada de Fatawu no último jogo, devido à forte preponderância de João Mário no jogo ofensivo do FC Porto.
Os leões caracterizam-se por serem uma equipa dominadora e que privilegia a posse de bola, apostando num futebol em condução. Rúben Amorim gosta de construir o jogo desde trás e de explorar o jogo exterior no último terço. O jogo entrelinhas é, também, uma das características dos leões que, neste campo, dependem muito da inspiração e mobilidade de Trincão, Pote e Edwards.
Em termos defensivos, o Sporting é forte a controlar o corredor central, não concedendo espaços ao adversário. Essa é a tendência, apesar de na presente temporada a equipa de Alvalade consentir golos aos seus adversários que tiveram origem direta em falhas defensivas. Em termos de pressão, os verde e brancos reagem bem à perda e pressionam o adversário em todos os setores.
Espera-se que, esta quinta-feira, o Sporting domine o jogo frente ao Midtjylland e alcance nova vitória europeia para o futebol português. Ainda assim, a formação de Rúben Amorim tem de estar atenta às transições ofensivas do adversário e evitar conceder espaços nas costas da sua defesa.
XI provável: Antonio Adán; Gonçalo Inácio, Seba Coates, Matheus Reis; Héctor Bellerín, Manuel Ugarte, Pedro Gonçalves, Nuno Santos; Marcus Edwards, Francisco Trincão e Paulinho.
Midtjylland
À semelhança do adversário desta eliminatória, a época não tem sido fácil para o conjunto dinamarquês que, depois de ter sido vicecampeão na última Superliga dinamarquesa, começou a época nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, onde foi eliminado pelo... Benfica (7-2 no total dos dois jogos).
A equipa caiu para a Liga Europa e terminou na segunda posição do espetacular e emocionante Grupo F, que terminou com as quatro equipas empatadas com oito pontos. A diferença de golos entrou em ação e possibilitou ao Midtjylland terminar à frente da Lazio e do Sturm Graz, e atrás do Feyenoord.
No que toca ao campeonato dinamarquês, a equipa não atravessa o melhor momento, tendo vencido apenas por uma vez nos último seis jogos. A fase incostante faz com que os lobos ocupem atualmente a sétima posição, arredados da fase de apuramento de campeão. Ainda assim, importa realçar que a última partida oficial aconteceu a 13 de novembro, devido à paragem das competições para o Mundial-2022 e à pausa de Inverno no país nórdico.
Com o último encontro oficial a ter sido jogado há mais de três meses, torna-se difícil perspetivar quem serão os jogadores lançados pelo técnico Albert Capellas em Alvalade e, acima de tudo, o momento atual da equipa dinamarquesa. Pelo meio, a equipa perdeu Evander, Dreyer e Kaba, três jogadores importantes na primeira fase da época. Sviatchenko, habitual titular no centro da defesa, também está fora desta partida devido a uma suspensão.
Ponto assente é o 4-3-3 do treinador catalão, que se desdobra num 4-5-1 sem bola, momento do jogo em que os dois extremos juntam-se aos três médios e formam um bloco compacto no centro do terreno. Apesar de não ser fácil antecipar a estratégia de Capellas para este encontro, pode perspetivar-se que os dinamarqueses vão jogar com as linhas muito baixas e apostar nas arrancadas vertiginosas dos seus extremos: Isaksen, Pione Sisto e Chilufya.
Na frente de ataque persistem dúvidas sobre quem será o titular, havendo a certeza de Júnior Brumado ter sido utilizado na última partida da Taça Atlântico. No meio-campo, Emiliano Martínez, Kristoffer Olsson e Gigovic deverão ser os escolhidos, com Sorensen também na calha para entrar. O que é certo é que o miolo do Midtjylland é bastante agressivo sem bola e conta com muita entreajuda, sendo vital para "segurar" a equipa.
Na defesa, Dalsgaard e Juninho têm o papel de parar a frente de ataque leonina, com Andersson e Paulinho a jogarem nas duas alas. A tarefa não será fácil, dado que falamos de uma equipa que tem muitas dificuldades a parar um ataque bastante móvel e a controlar a largura e o espaço entrelinhas, pelo que se espera que o Sporting cause muitas dificuldades.
Ainda assim, a irreverência e a juventude do plantel, bem como o facto do favoritismo estar do lado leonino podem ser bons sinais para os dinamarqueses, que querem levar para a Dinamarca a decisão desta eliminatória.
XI provável: Jonas Lossl; Joel Andersson, Henrik Dalsgaard, Juninho Carlos, Paulinho; Emiliano Martínez, Kristoffer Olsson, Oliver Sorensen; Gustav Isaksen, Edward Chilufya e Júnior Brumado.