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Surf: Frederico Morais vai dar "tudo por tudo" no regresso à elite mundial

Frederico Morais vai voltar a disputar o circuito principal da Liga Mundial de Surf
Frederico Morais vai voltar a disputar o circuito principal da Liga Mundial de SurfLUSA
O português Frederico Morais vai voltar a disputar o circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), prestes a arrancar no Havai, com o objetivo de ultrapassar o corte a meio da época e permanecer na elite.

"O plano é dar tudo por tudo. É controlar aquilo que nós conseguimos controlar. Há coisas que não dependem só de nós, como as ondas, o mar ou as condições. Mas sei que posso controlar a minha preparação, as minhas pranchas, o foco, o surf, e ter a certeza que está tudo a 1.000%, para que não haja falhas da minha parte", destacou Frederico Morais, em entrevista à agência Lusa.

Kikas já disputou o Championship Tour (CT) em 2017, 2018, 2021 e 2022, e requalificou-se no ano passado pela terceira vez, querendo agora agarrar o lugar com unhas e dentes.

"Quero dar a mim mesmo todas as oportunidades para fazer o cut (corte) para me manter no Tour (CT)", vincou o tricampeão nacional (2013, 2015 e 2020), explicando que ainda tem "muito para dar e muito para fazer" a nível profissional.

A nova época da nata da WSL começa já na segunda-feira, com o início do período de espera da prova de Pipeline, no Havai, nos Estados Unidos, num total de nove eventos - um deles em Portugal (entre 06 e 16 de março, na Praia de Supertubos, em Peniche) -, mais o dia das finais (em Trestles, também nos Estados Unidos), em setembro, que encerra a temporada.

Mas o temido corte do meio da temporada, de 36 para 24 surfistas no circuito masculino e de 18 para 12 no feminino, chega logo em abril, ao fim de cinco eventos: dois no Havai, dois na Austrália e um em Portugal.

"Olhando para a folha, tem tudo para dar certo e tem tudo para correr bem. Por isso, é capitalizar. São ondas onde eu me sinto superconfortável. Em Sunset (Havai) já fiz ótimos resultados, Bells Beach (Austrália) é uma onda onde me sinto super confortável, Margaret River (Austrália) igual, e Supertubos também, ou seja, tem tudo para correr bem", assinalou o atleta, de 32 anos.

Frederico Morais quer voltar à elite
Frederico Morais quer voltar à eliteLUSA

Quanto à primeira prova do ano, que é disputada em Pipeline, onda rainha do surf mundial, Frederico Morais considerou estar preparado para competir contra os melhores quaisquer que sejam as condições.

"Pipeline é sempre aquela incógnita, porque dependemos muito do mar, às vezes está bom, às vezes está mau, às vezes é manobras, às vezes é tubos gigantes, ou seja, depende muito da previsão qual é que vai ser o approach (abordagem) ao campeonato, mas são cinco etapas que têm tudo para dar certo. É ter a certeza que uma pessoa está focada, está lá para dar tudo por tudo e lutar pelos sonhos", frisou o cascalense.

Certo é que Kikas, que fechou a temporada de 2021 no top 10 mundial, não facilitou na preparação da nova época, quer fora de água, com treinos físicos "muito exigentes", quer dentro de água, com incontáveis sessões de surf a aproveitar o potencial do inverno português.

"Tenho apostado muito nos Supertubos, não só porque é uma praia onde predominantemente temos tubos e a primeira etapa é Pipeline, ou seja, é um ótimo treino, mas também porque, depois, passadas duas etapas (no Havai), temos a etapa dos Supertubos", salientou, revelando que também tem surfado bastante na Ericeira, onde montou os seus dois escritórios nos últimos meses.

Questionado sobre a receita que usou para regressar à elite mundial, tornando-se no segundo português, depois do pioneiro Tiago Pires, o surfista do Guincho apontou para a forte crença nas suas próprias capacidades, aliada ao apoio que recebeu da equipa que o rodeia.

"Quando fazemos isto por paixão, arranjamos sempre uma força. Quando isto é o nosso sonho, é a isto que nos dedicamos o dia inteiro e contamos com uma boa equipa por trás, por mais difícil que pareça, há sempre uma luz ao fim do túnel. Foi isso que me deu força, e saber que este era um sonho, que ainda tinha força para lutar por ele, para mostrar que conseguia. Foi nisso que me agarrei em 2023", sublinhou o português.

O português Frederico Morais vai voltar a disputar o circuito principal da Liga Mundial de Surf
O português Frederico Morais vai voltar a disputar o circuito principal da Liga Mundial de SurfLUSA

Vingar ausência de Tóquio 2020

Frederico Morais quer qualificar-se para os Jogos Paris 2024, depois de ter falhado o sonho olímpico em Tóquio 2020 por estar infetado com o coronavírus responsável pela pandemia de covid-19.

"Depois de não conseguir chegar aos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 por causa da covid-19, sem dúvida alguma que esta qualificação é um objetivo deste ano, mais pessoal do que qualquer outra coisa, porque gostava mesmo de poder dar isso a Portugal, representar Portugal", afirmou o surfista, em entrevista à agência Lusa.

Com a tetracampeã lusa Teresa Bonvalot já qualificada para Paris 2024 (depois de já ter marcado presença na capital japonesa, juntamente com Yolanda Hopkins), as últimas vagas para a competição vão estar em disputa em Porto Rico, entre 22 de fevereiro e 02 de março.

E Kikas quer aproveitar o ritmo do circuito principal da Liga Mundial de Surf (WSL), que arranca no domingo, no Havai, para tentar alcançar um lugar na competição olímpica de Paris 2024, que vai ser disputada em Tehaupoo, na Polinésia Francesa.

"É um objetivo. É em Porto Rico, um sítio onde nunca estive, é um campeonato que vai começar logo a seguir a acabar Sunset (segunda prova no Havai da WSL, após Pipeline), ou seja, o período vai ser muito curto, mas estamos preparados para chegar lá, não cometer erros, competir de uma forma esperta e tentar trazer essa qualificação para Portugal", lançou o tricampeão nacional.

Kikas quer vingar ausência de Tóquio 2020 por causa da covid-19
Kikas quer vingar ausência de Tóquio 2020 por causa da covid-19LUSA

De resto, além de si próprio e de Teresinha (confirmada), Morais acredita que o contingente luso pode ser mais alargado, com Guilherme Fonseca, Guilherme Ribeiro, Francisca Veselko (campeã mundial júnior) e Yolanda Hopkins (que conquistou o quinto lugar e respetivo diploma olímpico no Japão) também na luta pela qualificação em Porto Rico, no Mundial da Associação Internacional de Surf (ISA, na sigla inglesa).

"Tenho a certeza que sim. Tanto o Guilherme Fonseca como o Guilherme Ribeiro são ótimos surfistas. Eles já mostraram isso, continuam a mostrar, por isso, está tudo em aberto. E depois temos a Francisca Veselko e a Yolanda (Hopkins), que uma delas se pode juntar à Teresa", realçou.

E acrescentou: "São duas ótimas surfistas. A Yolanda teve um ótimo resultado em Tóquio. A Francisca teve um ótimo resultado agora, na última etapa, no Brasil, no Challenger (segunda divisão da WSL) e foi campeã mundial júnior (em 2023). Por isso, acho que Portugal está ótimo em termos de representação. É só ter a certeza que vamos lá e conseguimos trazer essa alegria para os portugueses".

Em abril de 2023, Teresa Bonvalot, nona classificada em Tóquio 2020, na estreia da modalidade em Jogos Olímpicos, assegurou uma vaga para Portugal na competição feminina de surf de Paris 2024 (no Taiti), graças à 17.ª posição no ranking da WSL.