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Taça Davis 2023 arranca com dúvidas sobre o futuro por culpa da "era Kosmos"

Os primeiros encontros da Taça Davis 2023 acontecem este fim de semana
Os primeiros encontros da Taça Davis 2023 acontecem este fim de semanaDavis Cup
Depois do final prematuro do contrato estabelecido com o grupo empresarial Kosmos, detido por Gerard Piqué, várias figuras importantes do ténis mundial prometeram apoiar a emblemática Taça Davis, cujos primeiros duelos de classificação da edição de 2023 acontecem esta sexta-feira. Pelo meio, são várias as dúvidas quanto ao futuro da prova.

"Todos sabíamos que isto ia acontecer. Gostaríamos de estar enganados, para que a Taça Davis não morra, mas os ingredientes não eram, à partida, os corretos", sublinhu Arnaud Clément, antigo capitão da França na competição, em declarações à AFP.

Cinco anos depois da assinatura de um contrato de 3.000 milhões de dólares (mais de 2.700 milhões de euros), que se previa pedurar por 25 anos, a Federação Internacional de Ténis (ITF) colocou um ponto final no acordo com a Kosmos a 12 de janeiro, reassumindo as rédeas.

Ainda que as causas do "divórcio" não tenham sido tornadas públicas, uma fonte próxima do processo revelou que as duas partes não chegaram a entendimento no que dizia respeito a um novo acordo económico. 

Na origem da ligação, estava a intenção da Kosmos em dar um novo impulso à Taça Davis, prova com mais de 100 anos. Para isso, Piqué e os seus colaboradores propuseram um formato inovador a partir de 2019.

Nessa altura, foi deixado para trás o formato tradicional, que previa a disputa de quatro eliminatórias entre fevereiro e dezembro, com jogos à melhor de cinco sets e duelos entre duas nações, nos quais a equipa local era apoiada por um público entusiasta, podendo, até, escolher a superfície de jogo.

A nova fórmula, que foi evoluindo nos seus poucos anos de implementação, não conseguiu convencer jogadores nem o público e, no ano passado, as bancadas com muitos lugares vazios, durante a fase de grupos da fase final, foram o símbolo desse mesmo desencanto.

Um fundamental apoio dos majors

O antigo formato seduzia muitos pelo ambiente das eliminatórias e pela paixão que estas geravam no país anfitrião, mas muitos jogadores queixavam-se que a Taça Davis os obrigava a um esforço significativo num calendário já por si sobrecarregado. Por isso, o projeto da Kosmos propunha uma fase final a realizar numa única semana e num único local, de forma a que se promovesse a atração dos grandes nomes na reta final do circuito mundial de ténis.

Neste momento, e depois da saída da Kosmos, não há muita informação sobre os planos para as próximas edições. Para já, a Taça Davis respira, aliviada com o apoio que vem recebendo.

"Os torneios de Grand Slam estão unidos no seu apoio à competição da Taça Davis", escreveram os organizadores dos quatro grandes torneios do circuito mundial, num comunicado difundido duas semanas depois do final da aventura Kosmos.

O grupo empresaria, por seu lado, indicou ter feito uma denúncia ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) por "rescisão injustificada" do contrato.

Por agora, conhece-se o formato da Taça Davis para 2023. Entre sexta-feira e domingo, disputam-se eliminatórias de qualificação em várias divisões.

Na elite, há 12 eliminatórias, das quais sairão 12 equipas que se juntarão, numa fase de grupos, a quatro seleções já qualificadas (Canadá e Austrália, como campeã e vice-campeã de 2022, respetivemente, bem como a Espanha e a Itália, que surgem como convidadas).

Jogos de qualificação da Taça Davis para a fase de grupos da primeira categoria

Portugal - República Checa, na Maia (terra batida coberta)

Croácia - Áustria, em Rijeka (piso duro coberto)

Hungria - França, em Tababanya (piso duro coberto)

Uzebequistão - Estados Unidos, em Taskhent (piso duro coberto)

Alemanha - Suíça, em Tréveris (piso duro coberto)

Colômbia - Grã-Bretanha, em Cota (terra batida)

Noruega - Sérvia, em Oslo (piso duro coberto)

Chile - Cazaquistão, em La Serena (terra batida)

Coreia do Sul - Bélgica, em Seúl (piso duro coberto)

Suécia - Bósnia, em Estocolmo (piso duro coberto)

Países Baixos - Eslováquia, em Groningen (piso duro coberto)

Finlândia - Argentina, em Espoo (piso duro coberto)

Os vencedores das eliminatórias qualificam-se para a fase de grupos de setembro, para a qual estão diretamente qualificados o Canadá, a Austrália, a Espanha e a Itália.