Jovens atrevidos e determinados: seis adolescentes dão nas vistas no Open da Austrália
Em suma, o futuro do ténis pode não se resumir a três príncipes que aguardam o fim do reinado do campeão sérvio Novak Djokovic. O campo de jogadores que podem ter uma voz forte no mundo do ténis na próxima década é muito mais vasto.
O Open da Austrália, nos primeiros dias, revelou as possibilidades de jogadores como Dino Prizmich e Alex Michelsen, na sua adolescência. Além disso, Arthur Fils e Luca Van Asche têm vindo a mostrar qualidade há muito tempo.
O matador checo Jiri Vesely também provou que a juventude está a avançar e a mandar os veteranos para fora do caminho. Foi expulso do jogo pelo francês Arthur Fils, que é o jogador mais bem classificado entre os atuais jovens. Está classificado em 34.º lugar no ranking, mas beneficia especialmente dos conselhos do mentor Rafael Nadal.
"Ele mostrou-me que, mesmo nos treinos, temos de trabalhar sempre a 100 por cento. Ele dá tudo por tudo, não descansa e não pára de lutar, mesmo nos treinos", explica Fils, que há pouco tempo descobriu o mundo dos campeões.
"Encontrei o meu ritmo, tenho confiança e estou a jogar cada vez melhor", orgulha-se o talento francês, que vai medir forças com Tallon Griekspoor na segunda ronda.
Gigante checo com um valioso escalpe
Jakub Menšík tem tido uma aparência mais modesta fora do court até agora. O gigante de 1,91 metros de altura, que impressionou no Open dos Estados Unidos ao passar à terceira ronda, despachou o canadiano Denis Shapovalov em Melbourne na primeira ronda.
"É a minha segunda experiência num grande evento do Grand Slam e estou a tentar vender a confiança e a experiência que ganhei em Nova Iorque aqui na Austrália. Sinto-me muito mais confortável do que da primeira vez porque conheço a sensação de jogar num Grand Slam contra grandes jogadores", disse o natural de Prostejov, que tem parâmetros físicos ideais para o ténis em superfícies duras e um excelente serviço.
"O Shapovalov é um antigo jogador do top 10, sabe como jogar estes encontros, por isso foi difícil. Estou contente por seguir em frente, o trabalho ainda não está feito", deu a entender o talento checo, que teve 31 pancadas vencedoras na primeira ronda.
O americano Alex Michelsen também experimentou pela primeira vez a atmosfera de um Grand Slam no Open dos Estados Unidos no ano passado e fez uma grande descoberta em Nova Iorque, tendo subido ao top 100 dos jogadores do mundo no final do ano.
Enquanto nos EUA teve os adeptos do seu lado, em Melbourne aprendeu como é quando o público não o favorece.
"No início, foi um pouco mais difícil controlar os nervos. Foi a primeira vez que joguei perante um público tão grande. Toda a gente estava a torcer por ele e eu senti-me muito sozinho", disse após o encontro em que derrotou o anfitrião Jake McCabe por 3-1.
O francês Luca Van Asche viveu um ambiente semelhante no seu jogo contra outro jogador da casa, James Duckworth, mas também ele foi promovido, apesar de precisar de mais um set. O chinês Juncheng Shang, que começou como wild card, também venceu a batalha de cinco sets. Ele ainda conseguiu o escalpo de Mackenzie MacDonald, 10 anos mais velho, o 42.º jogador do mundo. A energia juvenil levou a melhor sobre a experiência nesta partida.
Djokovic ao espelho
E assim, o único que não passou pelo crivo da primeira ronda foi o croata Dino Prizmić, de 18 anos. O sorteio mandou o dez vezes campeão e atual campeão Novak Djokovic para o seu caminho, mas ganhou respeito e reconhecimento.
"Há alguns anos, venci o Dino nos juniores num torneio preliminar, por isso não perdi a oportunidade. Via-se que ele estava a jogar muito bem!", elogiou o colega Alex Michelsen. E o próprio Djokovic aplaudiu: "Ele tem muito potencial e pode continuar a melhorar. Senti-me como se estivesse a jogar contra mim próprio ao espelho".
O outro teste para os adolescentes virá na segunda ronda. O sorteio mais difícil é claramente o de Jakub Mensik, que irá desafiar Hubert Hurkacz, nono cabeça de série.
Mas se três dos seis adolescentes conseguirem passar à terceira ronda em Melbourne este ano, não será uma surpresa.