Exclusivo com Ons Jabeur: O sonho de Wimbledon e o apoio a Portugal no Euro-2024

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Exclusivo com Ons Jabeur: O sonho de Wimbledon e o apoio a Portugal no Euro-2024

Ons Jabeur já venceu quatro partidas na temporada de relva deste ano
Ons Jabeur já venceu quatro partidas na temporada de relva deste anoAFP
A tenista tunisina Ons Jabeur, atual 10.ª classificada do mundo, está em Berlim e revelou, em exclusivo ao Flashscore, por quem está a torcer no Euro-2024, assumindo que gostava que o ténis tivesse uma atmosfera nas bancadas como o futebol.

Jabeur falou em exclusivo ao Flashscore após qualificar-se para os quartos de final do WTA 500 da capital alemã, no seu caminho para tentar o inédito e tão sonhado título de Wimbledon.

A ex-número 2 do ranking defronta esta sexta-feira Coco Gauff, a atual número 2 do mundo, por uma vaga na meia-final do torneio. 

Ons Jabeur recebeu o Flashscore logo depois da sua conferência de imprensa, na qual discutiu as suas derrotas em finais de Grand Slam, a sua dor no joelho e a relva de Wimbledon – e cujos melhores momentos reproduzimos mais abaixo.

 

Entrevista Flashscore com Ons Jabeur
Flashscore

Confira a entrevista com Ons Jabeur:

- Por quem está a torcer no Euro-2024?

- Toda a gente sabe que sou uma grande fã do Cristiano Ronaldo, então estou a torcer um pouco por Portugal. Também gosto da Inglaterra e da Itália, e como estou na Alemanha, vou torcer também pela Alemanha (risos). Tento assistir e desfrutar dos jogos o máximo que consigo. Quando a Turquia ganhou (à Geórgia), parecia que eles tinham ganho o Euro aqui, toda a gente ficou doida. E a bandeira da Turquia lembra a da Tunísia, então quando eles estão a ganhar finjo que é a Tunísia (risos).

- Gostaria que o ténis tivesse uma atmosfera mais parecida com a do futebol?

- Essa é uma pergunta difícil, porque não estamos acostumadas a ter adeptos a cantar durante os pontos ou algo assim, mas qualquer coisa que (aconteça nas bancadas) sem ser durante os pontos seria incrível. Já tive essa experiência em algumas partidas e a atmosfera era inacreditável.

- Quando alguém grita "vamos, Ons" já está concentrada para o ponto. Isso pode atrapalhar?

- Não, sempre vejo isso como algo positivo. Como disse, gosto bastante quando os adeptos cantam, é bom ouvir.

Ons chegou aos quartos de final em Nottingham antes de Berlim
Ons chegou aos quartos de final em Nottingham antes de BerlimAFP

- Stefanos Tsitisipas é obcecado com o ranking, enquanto que Madison Keys acha isso uma distração. Qual a sua relação com o ranking?

- Neste momento não estou a fazer muitas contas, sinto que estou bem longe (do topo) por ter ido bem no começo da temporada. Agora estou só estou a tentar recuperar a confiança, divertir-me na quadra, desfrutar do meu jogo e ser sólida como tenista. Toda a gente merece estar onde se está (no ranking), e a coisa mais importante é estar forte no ranking.

- Bia Haddad disse que sonhou uma vez que ganhou Wimbledon. Também tem ou sonhos ou pesadelos com Wimbledon?

- Não sou uma grande sonhadora, para dizer a verdade. Nunca tive sonhos com Wimbledon, mas tomara que esse sonho se torne realidade um dia.

Bandeira da Tunísia após vitória de Ons Jabeur nos oitavos em Berlim
Bandeira da Tunísia após vitória de Ons Jabeur nos oitavos em BerlimAlex Xavier

Relva de Wimbledon é "completamente diferente"

Na conferência de imprensa após a sua vitória com reviravolta sobre Linda Noskova (28.ª), a tunisina falou sobre o seu nível de ténis, a sua condição física e sobre como superar as duras derrotas em majors.

Campeã em Berlim em 2022, Ons Jabeur revelou também porque é que a relva de Wimbledon é única. As perguntas abaixo são do Flashscore e da WTA:

- Como está o seu joelho?

- O meu joelho está ok por agora. Alguns dias são melhores que outros, mas acho que, após Wimbledon, vou ter que examinar novamente. Na terra batida é ok, na relva é ok, mas ficar a mudar de piso não é o melhor, então tenho de manter sob controlo.

- Há um gap ainda entre o nível de ténis que está a jogar e o nível onde quer chegar?

- Acho que meio a meio. Há muitas coisas que posso melhorar, mas estou a aprender com a experiência que podes jogar mal e chegar a uma final – como aconteceu em Wimbledon no ano passado, como também posso jogar bem e chegar a uma final. Então acho que o mais importante é manter-me positiva em todos os jogos. Uma vez que vais para Wimbledon, é um torneio completamente diferente, é uma relva completamente diferente, mas eu gosto de jogar na relva e espero ganhar confiança antes de Wimbledon.

Ons Jabeur tem-se mostrado em forma na relva alemã
Ons Jabeur tem-se mostrado em forma na relva alemãProfimedia

- O WTA 500 de Berlim diz que a relva do torneio é bem parecida com Wimbledon. As jogadoras não vêem dessa maneira?

- Recebi a informação que há algum material subterrâneo que não pode vir da Inglaterra por um problema de alfândega. E não pode ser a mesma coisa, porque o clima é completamente diferente, não chove tanto aqui em Berlim como em Londres. Se perguntar a um jogador de futebol, ele vai-te dizer que todos os estádios têm uma relva diferente, e acho que nós tenistas podemos ser mais rigorosos em relação a isso porque dependemos mais do quique da bola.

- Quão diferente é a relva de Berlim em relação a Wimbledon?

- A bola quica mais alto aqui, há mais pedaços irregulares e existem quiques muito maus. Acho também que a relva é mais lenta, porque a bola quica mais alto. A Iga (Switek) adoraria jogar aqui (risos).

Aos 29, Ons segue ganhando experiência no tour
Aos 29, Ons segue ganhando experiência no tourAFP/Flashscore

- Sente que apenas a conquista de Wimbledon é um sucesso para a sua carreira e tudo o resto é um fracasso?

- Se eu perguntar a qualquer tenista deste planeta 'gostarias de chegar a três finais de Grand Slam'? Todo a gente diria que sim, e de facto fiz esta pergunta para algumas jogadoras para me lembrar de ser grata. Algumas tenistas nunca conseguiram o que eu consegui. E ser grato pelo que já fizeste é importante na vida, de uma maneira geral.

Venho de um país pequeno, de um continente que sonha ganhar um Grand Slam e é ótimo o que alcancei. Claro, é sempre difícil chegar à final e não ganhar, mas vou continuar a perseguir os meus sonhos. Aprendi que não posso ficar com medo de fracassar porque isso dá-me coragem. Se eu chegar novamente à final, e falhar de novo, e recuperar de novo, e chegar novamente a outra final, entendo isso mais como ser uma mulher forte do que qualquer outra coisa.

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