Paris2024: Mulher detida em Pequim por difamar atletas chineses
O jornal estatal chinês Global Times disse que a detenção ocorreu na terça-feira, depois do Departamento de Segurança Pública de Pequim ter recebido denúncias sobre uma publicação feita pela mulher, de 29 anos, de apelido He.AFP
As forças de segurança da capital chinesa não divulgaram o conteúdo da publicação, feita na rede social Weibo, equivalente à rede X (antigo Twitter), bloqueada na China, mas disseram que foi considerada como prejudicial.
A polícia indicou em comunicado que o caso continua sob investigação.
No sábado, a chinesa Chen Meng derrotou a compatriota Sun Yinghsa por 4-2 na final feminina do ténis de mesa de Paris-2024, numa reedição da final do torneio de singulares de Tóquio-2020.
Durante a partida, muitos adeptos chineses presentes na capital da França mostraram favoritismo em relação a Sun e vaiaram Chen sempre que a atleta marcou pontos.
Na rede Weibo, alguns cibernautas expressaram o desejo que Chen falhasse um teste antidoping para que a vitória fosse atribuída a Sun.
Os meios de comunicação social estatais chineses tinham alertado para comportamentos que descreveram como inapropriados por parte de alguns espetadores de Paris-2024 e cibernautas.
As autoridades lançaram uma campanha contra mais de 800 contas em redes sociais chinesas que promoviam “negatividade e conflito” durante jogos de ténis de mesa.
Uma campanha que faz parte dos esforços do Governo chinês contra a “cultura tóxica das celebridades”, que frequentemente leva cibernautas a defenderem agressivamente ídolos contra alegados como ataques de seguidores de rivais.
Nos últimos anos, Pequim tomou medidas como a proibição da criação de rankings de celebridades ou a dissolução de alguns clubes de fãs muito ativos nas redes sociais chinesas.
“A cultura dos adeptos não afeta apenas o treino e a competitividade dos atletas chineses, mas também afeta gravemente a reputação do desporto chinês”, noticiou esta semana a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Um grupo de 23 nadadores chineses testou positivo no início de 2021, antes de Tóquio-2020, para trimetazidina, uma substância proibida por melhorar a circulação sanguínea, mas a Agência Chinesa Antidopagem arquivou o processo por considerar que houve uma “contaminação ambiental de atletas inocentes” nas refeições num hotel.
O caso só foi tornado público pela televisão alemã ARD e pelo New York Times.
O relatório de um procurador independente concluiu em julho que a Agência Mundial Antidopagem “não favoreceu” a China neste caso.