Paris-2024: Dois jogos equilibrados ditaram a sorte de Portugal no ténis de mesa
Com Hugo Calderano, número seis mundial e semifinalista do torneio individual, do lado do Brasil, o encontro inicial de pares, em que não participou, revestia-se de grande importância, com Marcos Freitas e Tiago Apolónia a entrarem mal nos dois primeiros sets, a empatarem, mas a perderem com Vítor Ishiy e Guilherme Teodoro, por 12-10, 11-9, 7-11, 8-11 e 12-10.
Depois de Hugo Calderano ter vencido João Geraldo, por 3-0 (12-10, 11-5 e 11-7) e Marcos Freitas ter respondido com igual resultado frente a Guilherme Teodoro (11-7, 12-10 e 11-4), Geraldo acabou por perder com Ishiy, por 3-2 (14-12, 8-11, 8-11, 11-9 e 14-12), ditando a derrota lusa.
“A diferença foram os dois jogos que perdemos extremamente equilibrados, principalmente o jogo de pares e o jogo do João Geraldo contra o Vítor Ishiy. O Brasil é uma equipa extremamente complicada, obviamente, porque tem um dos grandes, grandes jogadores do mundo, que lutou aqui por medalha nos singulares, o que nos dá margem nula nos restantes jogos onde ele não participa”, referiu Tiago Apolónia.
Em declarações à agência Lusa, Apolónia lamentou ter perdido “pela diferença de dois pontos”, admitindo que, “provavelmente, a pressão estava um bocadinho” mais do lado de Portugal nesses momentos e os brasileiros “conseguiram ser um pouco mais fortes”.
“Estamos desiludidos por não termos conseguido vencer este jogo. Era um dos grandes objetivos que tínhamos para a nossa equipa e que trabalhámos e preparámos da melhor maneira possível. Trabalhámos muito, portanto, obviamente (estou) desiludido por não termos conseguido vencer o Brasil e chegar no mínimo aos quartos de final”, disse Apolónia.
Aos 37 anos e a disputar os seus quintos Jogos Olímpicos, Tiago Apolónia mantém aberta a possibilidade de ainda estar em Los Angeles-2028.
“Não sei (se ainda estarei em Los Angeles) eu sinto-me bem, agora um ciclo olímpico fecha-se, mas já daqui a um ou dois meses já temos Campeonato da Europa, na Áustria, e o meu objetivo é continuar a dignificar a bandeira de Portugal enquanto estiver a nível para isso”, assumiu.
Ao contrário dos seus dois companheiros de equipa, que estão nos quintos Jogos, João Geraldo fez hoje a sua estreia, garantindo que aproveitou “ao máximo este jogo com o Brasil”, embora ter acabado, “pelo menos, com uma vitória contra o Vítor, ia ter um sabor diferente”.
“Mas eu estou contente com o nível que apresentei, principalmente nesse último jogo. O jogo com o Calderano foi um misto, porque entrei bastante bem, senti que ele também se desleixou um bocado e deitou um bocado o primeiro set a perder e foi isso que o fez voltar a jogo e depois pronto, a partir do momento que eu perdi aquele primeiro set, ele ficou por cima e, já sendo favorito, foi clara a superioridade dele”, disse.
Contra o Vítor Ishiy, o mirandelense assegura que desfrutou “imenso do jogo”, em que sentiu imenso o apoio das bancadas, onde estavam muitos portugueses, entre os quais alguns familiares.
“Adorei jogar nos Jogos Olímpicos, infelizmente a vitória não foi para mim, mas eu acredito que, no futuro, se tiver a oportunidade de voltar a participar numa edição dos Jogos Olímpicos, estarei melhor”, assegurou.
Apesar de ter tido bons resultados bastante jovem, João Geraldo apenas conseguiu fazer a estreia olímpica aos 28 anos, numa seleção em que esteve sempre tapado por Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro, com quem trocou agora o lugar de suplente.
“É uma equipa bastante competitiva. Eu tive a sorte de poder aprender com eles, mas, se calhar, não tive a sorte de ter logo um lugar na equipa. E isso tem algumas consequências. O meu pico de forma acaba por ser mais tarde e não ter tantas oportunidades, mas estar numa equipa assim é um privilégio, estão sempre a lutar por títulos, por medalhas, e eu aproveitei isso ao máximo, aprendi bastante, o meu momento de participar chegou agora. É óbvio que eu tentei mais cedo, mas estou contente por ter acontecido, estou contente por ser um atleta olímpico, dei o meu melhor e saio daqui de consciência tranquila”, assumiu.
O melhor resultado luso no torneio olímpico de equipas de ténis de mesa foi alcançado em Londres-2012, com a chegada aos quartos de final.