Estoril Open: Vitória incontestável de Ruud, derrota questionável de Borges

Garin 2-0 Nuno Borges

Nuno Borges era o último resistente português no Estoril Open e despediu-se com muita polémica, depois de um erro do árbitro lhe ter roubado um break frente ao chileno Cristian Garín, também ele culpado do caos que se instalou no encontro dos quartos de final.

“Saí de lá sem perceber muito bem qual foi o julgamento dele, porque a meu ver não havia dúvidas. Tenho a certeza que o árbitro sabe que cometeu um erro”, desabafou o número um nacional, na sala de conferências de imprensa do Clube de Ténis do Estoril, após ter perdido na estreia em quartos do ATP nacional.

As dúvidas do maiato de 27 anos são as mesmas de todos aqueles que presenciaram o sexto jogo do segundo set do seu encontro, no qual o árbitro Christian Rask deu um ponto a Garín, por considerar que Borges tinha parado a jogada, após se ter ouvido um out vindo da bancada, antes de o chileno atirar a bola claramente para fora.

Nem a presença do supervisor do torneio, o português Carlos Sanches, em court fez com que o árbitro admitisse o erro ou optasse por mandar repetir o ponto, que se tivesse caído para o lado do português, claramente num momento de ascensão no encontro, lhe teria dado um break e uma vantagem de 4-2.

O 112.º jogador mundial, que só protestou depois de perceber que a sua bola aterrou fora das linhas, defendeu-se de forma tosca no final, prometendo rever a jogada, depois de em campo ter garantido ao árbitro não saber qual a marca, mas os danos são já irreparáveis: tornou-se o ‘inimigo número um’ do público, que o vaiou até quando o encontro acabou, com o seu triunfo por 6-2 e 7-6 (7-3).

Pouco deve importar a Garín, uma vez que, apesar do seu défice de fair-play, avançou para as meias-finais, nas quais irá defrontar o polaco Hubert Hurkacz, segundo cabeça de série, que bateu o qualifier espanhol Pablo Llamas Ruiz.

Ruiz 0-2 Hurkacz

Como não podia deixar de ser, o 10.º jogador mundial teve de recorrer a um tie-break – são já 25 os que disputou este ano – para impor-se por 7-6 (7-4) e 6-4 ao 152.º jogador mundial.

Casper Rudd 2-0 Fucsovics

Tal como Hurkacz também Casper Ruud fez valer o seu estatuto de cabeça de série, com um triunfo rápido frente ao lesionado Marton Fucsovics, por 6-3 e 6-2, em apenas uma hora e 13 minutos.

Apesar das evidentes dificuldades físicas e das várias assistências em court, o húngaro, 85.º classificado do ranking ATP, não desistiu e levou o seu encontro até ao fim, merecendo o aplauso do público pelo seu esforço.

Gasquet 0-2 Martínez

Já o campeão em título e oitavo tenista mundial continua em modo cruzeiro, tendo perdido apenas oito jogos nos dois encontros disputados rumo às meias-finais – ficou isento na primeira ronda -, em que irá defrontar o espanhol Pedro Martínez, carrasco de Richard Gasquet.

Campeão do torneio em 2015, o primeiro ano em que o único ATP português se disputou nas instalações do Clube de Ténis do Estoril, o experiente lucky loser francês, atualmente no 122.º da hierarquia, foi derrotado por duplo 6-4.

Assim, Martínez vai ter uma oportunidade para tentar vingar-se no sábado de Ruud, já que o norueguês o bateu na final do torneio de Kitzbühel em 2021.