No entanto, mais tarde nesse dia, quando lhe perguntaram se ficaria satisfeito por sair dos Jogos de Paris com a prata, o jogador de 37 anos olhou para o seu interlocutor e disparou: "Próxima pergunta!"
Djokovic enfrenta o espanhol Carlos Alcaraz num confronto em Roland Garros, no domingo, e só a vitória poderá realmente satisfazer a fome do 24 vezes campeão do Grand Slam. As quatro participações anteriores nos Jogos Olímpicos valeram-lhe uma única medalha de bronze e muita dor de cabeça ao perder três meias-finais de singulares para Rafael Nadal, Andy Murray e Alexander Zverev.
O alívio por ter chegado mais longe em Paris foi evidente quando caiu de costas na terra batida vermelha, depois de ter derrotado o italiano Musetti.
Apesar de ter dito que Alcaraz, de 21 anos, era o favorito, depois de o espanhol o ter derrotado na final de Wimbledon no mês passado, Djokovic tem um olhar firme. Ele sabe que esta é a última oportunidade de obter a peça dourada de que precisa para completar o puzzle da sua carreira.
"Ele chegou à final sem perder um set. Quer dizer, eu também, mas acho que com a forma como ele está a jogar é definitivamente um favorito", disse Djokovic, o jogador mais velho a chegar à final olímpica de singulares masculinos desde que o ténis regressou aos Jogos em 1988: "Sinto que sou um jogador diferente do que era em Wimbledon, a forma como me movo, a forma como bato na bola. Não quero tirar nada ao facto de ele ter ganho a final de Wimbledon, ele foi dominador e merecidamente vencedor, mas sinto-me mais confiante em relação a mim e às minhas hipóteses na final."
Djokovic terá desfrutado de um dia de folga no sábado, descansando o joelho direito que precisou de ser operado em junho e que pareceu inflamar-se durante a sua derrota nos quartos de final contra o grego Stefanos Tsitsipas. O sérvio disse, no entanto, que o joelho já não é uma preocupação e que está à espera de uma batalha real com Alcaraz.
"Não me incomodou nada (contra Musetti)", disse:"Por isso, estou muito contente por não haver nada de grave."
Djokovic ganhou três dos seis jogos que disputou contra Alcaraz, incluindo as meias-finais do Open de França do ano passado, mas o espanhol tomou o poder no jogo masculino este ano, vencendo as coroas de França e Wimbledon consecutivamente.
Alcaraz carregou um pesado fardo na semana passada, não só chegando à final de singulares, mas também jogando com o seu ídolo Nadal numa emocionante corrida de pares que terminou nos oitavos de final. Se vencer e se tornar o mais jovem campeão olímpico de singulares, juntar-se-á a Steffi Graf e Nadal na conquista dos títulos de França, Wimbledon e Jogos Olímpicos no mesmo ano.
"Eu vi isso. Estamos um passo mais perto. Adoraria juntar o meu nome ao da Steffi e ao do Rafa, duas lendas do desporto em geral. Vou tentar", afirmou: "Vou tentar não pensar em todas as estatísticas, nas coisas que poderia alcançar... Vou tentar evitar tudo isso e continuar a melhorar e a dar o meu melhor para que os espanhóis se divirtam e se sintam orgulhosos".