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Síntese Paris-2024: Triatlo e tiro garantem mais três diplomas para Portugal, Marchand em dose dupla

Vasco Vilaça e Ricardo Batista numa excelente prova de superação
Vasco Vilaça e Ricardo Batista numa excelente prova de superaçãoLUSA
Vasco Vilaça obteve esta quarta-feira a melhor classificação portuguesa até ao momento em Paris-2024, ao ser quinto na prova de triatlo, na qual Ricardo Batista foi sexto, enquanto a atiradora Maria Inês de Barros foi oitava no fosso olímpico. No global, o nadador francês Léon Marchand venceu os 200 metros mariposa e bruços em praticamente duas horas, impondo-se como o primeiro tricampeão olímpico em Paris, que desfez a ambição da dupla tenística espanhola Nadalcaraz.

Portugueses

O quinto dia dos portugueses nos Jogos Olímpicos Paris-2024 encerra com os diplomas de Vasco Vilaça, Ricardo Batista e Maria Inês Barros, elevando o total de Portugal para quatro, depois de o ciclista Nelson Oliveira ter sido sétimo no contrarrelógio de estrada.

Numa prova em que tiveram de trabalhar muito no ciclismo para conseguirem colar ao grupo que seguia na frente, os Vilaça e Batista ficaram, novamente, atrasados na transição, mas foram recuperando paulatinamente, tendo corrido juntos os dois quilómetros finais até à meta.

Apesar do quinto lugar, igualando a melhor classificação masculina da modalidade, alcançada por João Pereira no Rio2016, Vilaça acreditou sempre que podia chegar ao pódio, numa prova disputada um dia depois do previsto, devido à poluição no rio Sena.

Acreditei até o último momento. Não me estava a sentir a 100% no final da prova, mas, nos últimos cinco quilómetros, dei tudo o que tinha para tentar chegar à frente, aos dois franceses que estavam a lutar pelo terceiro lugar, e, para o fazer, tive que dar mais do que o que tinha", explicou o triatleta da Amadora, de 24 anos,

Vilaça cruzou a meta apenas dois segundos antes do triatleta natural de Torres Novas, um ano mais novo do que o companheiro na estreia olímpica, que vai ficar completa com a presença na prova de estafetas mistas, na segunda-feira.

Horas antes, no dia e na hora prevista, disputou-se a final feminina, na qual a também estreante Maria Tomé festejou o seu 11.º lugar, numa prova que correu menos bem a Melanie Santos, que, depois do 22.º posto em Tóquio2020, concluiu hoje no 45.º posto.

Se os triatletas lusos deixaram hoje boas perspetivas para a estafeta mista, também Maria Inês Barros saiu com razões para sorrir, ao concluir a prova de fosso olímpico no oitavo lugar, tendo direito igualmente a diploma.

Consegui cumprir os meus objetivos pessoais, que não tinha revelado, que era, no mínimo, conseguir o meu recorde pessoal de 119. Consegui fazer a marca de 121 e fui para a última pranchada a saber que precisava do 25, se quisesse pensar em chegar à final. Isso deu-me acesso ao shoot-off, que, infelizmente, não correu muito bem, mas estou muito feliz com o resultado e com o diploma", afirmou no final.

A atiradora penafidelense, de 23 anos, acabou eliminada no shoot-off. Neste desempate, em que um atleta é afastado assim que falha um tiro, Penny Smith viria a impor-se e a apurar-se para a final, como sexta e derradeira classificada.

Depois de ter sido a primeira portuguesa na prova de fosso olímpico em Jogos, Maria Inês Barros conclui a sua prova com o terceiro melhor resultado português, depois da prata de Armando Marques em Montreal-1976 e do sétimo lugar de Manuel Vieira da Silva em Atlanta-1996.

A pontuação de Maria Inês Barros
A pontuação de Maria Inês BarrosLUSA/Flashscore

O dia correu menos bem à jovem judoca Taís Pina, de 19 anos, que foi eliminada logo na primeira ronda dos -70 kg, num combate frente à italiana Kim Polling, que derrotara nas duas ocasiões anteriores em que se defrontaram.

Apesar do afastamento precoce, a judoca do Algés e Dafundo, ainda com idade júnior, deixou boas perspetivas para o futuro, sendo que, ainda este ano, vai disputar os Europeus e Mundiais de juniores.

O dressage português despediu-se dos Jogos com a estreia de Rita Ralão Duarte, montada em Irão, que foi oitava no Grupo F de qualificação.

O resultado deixou-a de fora da final - apuravam-se os dois primeiros de cada um dos seis grupos e os seis melhores resultados seguintes -, bem como a equipa portuguesa, que foi 12.ª, com um total de 201.801 pontos, quando se apuravam os 10 melhores conjuntos.

Global

Três dias depois de ter dominado os 400 estilos, batendo o recorde olímpico do lendário norte-americano Michael Phelps em vigor desde Pequim-2008, Marchand correspondeu à expectativa em dose dupla, deixando ao rubro a La Défense Arena, na capital de França.

O atleta, de 22 anos, começou por conquistar os 200 mariposa em 1.51,21 minutos, com uma ultrapassagem nos derradeiros 50 metros ao húngaro Kristóf Milák, autor da melhor marca mundial e vencedor em Tóquio-2020, que gastou mais 0,54 centésimos e perdeu o recorde olímpico, ao passo que o canadiano Ilya Kharun selou o pódio, a 1,59 segundos.

Duas horas depois, os 2.05,85 minutos cronometrados nos 200 metros bruços bastaram igualmente para atualizar o tempo definido há três anos pelo neozelandês Zac Stubblety-Cook, vice, a 0,94 segundos, seguido pelo neerlandês Caspar Corbeau, bronze, a 2,05.

Se Marchand reforçou o estatuto de principal coqueluche dos anfitriões em Paris-2024, a norte-americana Katie Ledecky alcançou a compatriota Jenny Thompson como nadadora mais vezes campeã em Jogos Olímpicos, ao totalizar oito ouros, três pratas e um bronze.

Nos 1.500 livres, distância mais longa do programa feminino, a recordista mundial retirou mais de cinco segundos ao seu máximo olímpico, cronometrando 15.30,02 minutos, sem luta da francesa Anastasiia Kirpichnikova (15.40,35) ou da alemã Isabel Gose (14.41,16).

Ledecky, de 27 anos, tinha arrancado a quarta participação em Jogos com o bronze nos 400 livres e juntou-se agora a Jenny Thompson e à canoísta germânica Birgit Fischer, já retiradas, na vice-liderança das mulheres mais tituladas no evento, atrás das nove conquistas da ginasta soviética Larisa Latynina.

História também protagonizou a sueca Sarah Sjöström, ao quebrar a malapata nos 100 livres - em que é recordista mundial desde 2017 -, com 52,16 segundos, 13 centésimos mais rápida que a americana Torri Huske, e 17 face a Siobhán Haughey, de Hong Kong.

A espera por novas marcas planetárias terminou na derradeira final do quinto dia, com o chinês Pan Zhanle a finalizar os 100 livres em 46,40 segundos, 40 centésimos abaixo do anterior registo, que já lhe pertencia desde os Mundiais de Doha, no Qatar, em fevereiro.

O australiano Kyle Chamers, a 1,08 segundos, e o romeno David Popovici, a 1,09, foram os principais perseguidores de Zhanle, de 19 anos, que assegurou um dos três êxitos no quinto dia dos Jogos Olímpicos Paris-2024 da China, a nova líder isolada do medalheiro, com nove ouros, um acima do Japão, que passou a ostentar os mesmos oito da França.

Os nipónicos ficaram-se pelo inédito tetra no concurso completo masculino de ginástica artística, no qual Shinnosuke Oka suplantou os chineses Zhang Boheng (86,599) e Xiao Ruoteng (86,364) com 86,832 pontos, sucedendo ao compatriota e campeão mundial Daiki Hashimoto, sexto, que o tinha ladeado há dois dias na vitória no all-around por equipas.

De saída do pódio do medalheiro, a Austrália só adicionou um ouro por causa da inédita dobradinha na canoagem slalom, com Jessica Fox a associar o bis em canoa (C1) à primeira vitória atingida no domingo nos caiaques (K1), rumo ao sexto pódio da carreira.

Paris-2024 atribuiu mais 18 títulos e três diplomas a Portugal, num dia em que os tenistas espanhóis Rafael Nadal e Carlos Alcaraz perderam frente aos norte-americanos Austin Krajicek e Rajeev Ram, por 6-2 e 6-4, nos quartos de final da prova de pares masculinos.

No court central de Roland Garros, onde cimentou um recorde de 14 troféus no segundo Grand Slam da época, Nadal encerrou a quarta presença em Jogos Olímpicos, dois dias depois de ter caído face ao sérvio Novak Djokovic, número dois mundial e recordista de majors masculinos (24), na segunda ronda de singulares, que festejou em Pequim-2008.

O rei da terra batida, de 38 anos e com 22 Grand Slams arrebatados, sai de cena, mas Alcaraz, de 21 anos, terceiro ATP e o mais novo de sempre a assumir a topo do ranking, continua no torneio de singulares e encara o americano Tommy Paul, 13.º, nos quartos.

Aos 36 anos, a alemã Angelique Kerber, ex-líder do ranking WTA e única mulher no ativo com conquistas individuais em três Grand Slam, encerrou a carreira profissional no ténis, graças ao desaire por 6-7 (4-7), 6-4 e 7-6 (8-6) perante a chinesa Zheng Oinwen, sétima mundial, nos quartos do torneio de singulares femininos, do qual já foi prata no Rio2016.

As águas do rio Sena acomodaram os primeiros eventos de triatlo, após o adiamento por um dia da prova masculina, devido à poluição, mas as competições de surf prosseguem suspensas, em função das condições climatéricas adversas em Teahupo’o, na Polinésia Francesa, a mais de 15 mil quilómetros de Paris, protelando as finais previstas.