Alcaraz sofre para eliminar Struff e marcar encontro com Rublev nos quartos (1-2)
Recorde aqui as principais incidências do encontro
"Conheço o nível em que ele está e sei como é o seu jogo, que é um pouco incómodo. Ele tem um bom serviço, bons golpes de fundo... Não vai ser fácil, mas a jogar a este nível vou ter opções", explicou Carlos Alcaraz antes do jogo contra Jan-Lennard Struff. E não estava enganado. Os dois homens encontraram-se de surpresa na final da edição anterior e voltaram a encontrar-se na terça-feira, embora o prémio fosse menos apelativo desta vez (passar aos quartos de final).
Sabia bem que o seu adversário, acabado de ganhar o torneio em Munique há poucos dias, estava pronto para dar luta num palco que lhe trazia boas recordações da época de 2023. Então num nível muito secundário no circuito ATP, com presença em numerosos eventos Challenger, foi precisamente em Madrid que se lançou para o estrelato... e como lucky loser!
No início, o alemão teve sérias dificuldades em defender o seu serviço, uma situação que o seu adversário também experimentou minutos mais tarde - chegou a salvar três bolas de break. De facto, nesse mesmo jogo, o espanhol recebeu uma das maiores ovações da tarde, quando bateu um excelente winner de fundo de court. Este gesto deu-lhe um impulso de confiança para aumentar o ritmo de um jogo que começou a dominar com o primeiro break (2-4).
Sob o olhar atento de figuras de renome como Feliciano Lopez - diretor do Mutua - ou o antigo futebolista Raul González, o jogador nascido em Warstein colocou um 30-0 que convidava a pensar que poderia devolver a jogada. Nada podia estar mais longe da verdade, já que o obediente pupilo de Juan Carlos Ferrero deu a volta para aumentar a sua vantagem no marcador. Depois de três quartos de hora, venceu o primeiro set (3-6).
Uma batalha vibrante
O segundo set não podia ter começado melhor para Alcaraz, com a moral em alta e o apoio dos adeptos. Por isso, é claro, tudo foi muito mais fácil. E o 0-2 não tardou a chegar, o que parecia ser um grande revés para Struff, que já tinha forçado o terceiro set no ano anterior, num jogo que durou quase duas horas e meia, um guião que venceu esta terça-feira, quando conseguiu recuperar (3-2) quase de surpresa.
A partir daí, ambos os jogadores estiveram fortes no serviço e até fizeram o trabalho de casa de forma bastante confortável, razão pela qual tiveram de ir a um tiebreak para resolver o encontro. Já nessa reta final, Carlitos foi ultrapassado depois de ter dominado por 1-3, altura em que o público se concentrou no court de Manolo Santana e vislumbrou o triunfo (7-6/7-5).
Struff, uma torre muito alta
Apesar do que tinha visto nos últimos tempos e das dúvidas que se podiam gerar no seu interior, Alcaraz sacou do seu repertório, algo que costumam fazer malabaristas da bola amarela como ele, e que deixou um pouco tocado o 24.º do ranking ATP, que ouviu o grito triunfal do duplo campeão - em 2022 e 2023 - para protagonizar um backhand soberbo que levou a 1-3, uma aparência de passo em frente para certificar o bilhete para a ronda seguinte.
Com 2-5 e 0-40 a favor, o contexto era idílico. No entanto, o destro de 1,93 m continuou a lutar como sempre e resistiu até quatro vezes para se manter vivo. Cresceu de tal forma que conseguiu igualar e esteve a um passo do 6-5, mas acabou por ter de recorrer novamente ao desfecho mais agoniante e emocionante deste desporto. Graças ao 6-7/4-7 definitivo, o sonho de uma tripla na capital continua vivo para Alcaraz. O próximo obstáculo é Andrey Rublev.