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Roland Garros: Carota Boys, os tifosi cor de laranja de Jannik Sinner

Os Carota Boys no Open da Austrália de 2024.
Os Carota Boys no Open da Austrália de 2024.JULIAN FINNEY/Getty Images via AFP
No espaço de um ano, tornaram-se uma presença constante nos torneios do Grand Slam, tal como o seu herói, Jannik Sinner: os "Carota Boys", seis jovens italianos vestidos de... cenouras, estão em Roland Garros para apoiar ruidosamente o número 2 do mundo.

De Revello, uma pequena cidade de Piemonte, a Paris, Londres, Nova Iorque e Melbourne: este é o itinerário - "louco e incrível", como os próprios admitem - de Gianluca Bertorello, Enrico Ponsi e dos seus quatro amigos, todos com idades entre os 25 e os 30 anos.

Adeptos de futebol e de ténis, apaixonaram-se por Sinner, "um rapaz jovem e simples que veio de uma cidade pequena como nós". E o que antes era um simples passatempo está agora a tornar-se um trabalho a tempo inteiro.

 "Tudo começou como uma brincadeira. Há pouco mais de um ano, decidimos passar um fim de semana em Roma para assistir ao Open de Itália", conta Gianluca à AFP, à margem da edição de 2023 do Roman Masters 1000.

"Como queríamos fazer algo diferente, vestimo-nos de cenoura, comprámos bilhetes para apenas um dia do torneio e tivemos a sorte de o Jannik jogar nesse dia e ganhar o seu jogo", ri-se Enrico.

Uma cenoura na passagem de testemunho

Mais do que a vitória clara de Sinner, então 8.º do ranking mundial, sobre o australiano Thanasi Kokkinakis(6-1, 6-4), o que muitos recordaram deste jogo aconteceu nas bancadas.

"Torcemos muito por ele, tínhamos os nossos fatos vestidos e bandeiras italianas, criou-se um ambiente agradável. Mas depois do jogo, as coisas ficaram completamente loucas: toda a gente queria tirar fotografias, havia muitos artigos sobre nós e menções nas redes sociais. Foi o início de toda a nossa história", continua Enrico, que interrompe o seu relato até então despreocupado para esclarecer as coisas.

"As cenouras", insiste, "não são uma referência ao cabelo (ruivo) do Jannik. É porque achámos engraçado e incrível que um jogador do seu nível comesse uma cenoura numa mudança de lado no torneio de Viena em 2019".

De regresso a casa, foram contactados pela empresa de café Lavazza, da qual Sinner é um dos embaixadores, que os levou ao Open de França. Seguiram-se Wimbledon, o Open dos Estados Unidos, o ATP Masters de Turim e, no início do ano, o Open da Austrália, onde Sinner entrou numa nova dimensão ao conquistar o seu primeiro título do Grand Slam e pôr fim a uma seca de 47 anos no ténis masculino italiano.

T-shirts, bonés e um livro

Acabaram também por conhecer o seu ídolo que, sem surpresa e fiel à sua imagem, "é uma pessoa calma e simpática": "Temos um grupo de WhatsApp com ele onde trocamos mensagens, alguns de nós já jogaram ténis com ele", sorri Gianluca, sem surpresa vestido de laranja quando não está a usar o seu fato de cenoura.

À medida que Sinner, que pode vir a ser o número 1 do mundo aos 22 anos, depois de Roland Garros, foi subindo no ranking ATP, os "Carota Boys" viram a sua curva de popularidade disparar. Criaram uma conta no Instagram com 135 mil seguidores, são representados por duas empresas de relações públicas, lançaram produtos de merchandising, como t-shirts e bonés cor de laranja, e até publicaram um livro.

"Isto permite-nos financiar as nossas viagens, que são caras e começam a ocupar muito do nosso tempo", explica Enrico que, tal como os outros cinco membros do grupo, não é casado e trabalha por conta própria como cortador de carne e charcutaria.

Atualmente, são reconhecidos pelos outros grandes nomes do circuito: "Djokovic, Nadal e Alcaraz cumprimentam-nos", conta Enrico.

"O nosso sonho é que o Jannik ganhe todos os títulos importantes e que todos os estádios onde ele joga tenham bancadas cor de laranja", diz. As coisas já estão a começar bem em Roma. Embora Sinner tenha falhado o torneio deste ano devido a uma lesão na anca, o laranja foi a cor dominante nos corredores do Foro Itálico.