Espera-se que o evento deste ano seja a despedida do 14.º campeão de Roland Garros, mas o espanhol insistiu entretanto que não pode confirmar "a 100%" que será a sua última participação.
Nadal disputou apenas quatro torneios desde janeiro de 2023, depois de sofrer uma lesão na anca e, posteriormente, uma rotura muscular. Isso deixou-o fora do sorteio e vulnerável a uma ronda de abertura difícil num torneio em que perdeu apenas três dos seus 115 jogos.
Zverev, o número quatro do mundo, chega a Paris como um dos favoritos ao título depois de ter vencido o Open de Roma no início deste mês.
"É claro que, no papel, não é o melhor sorteio", disse Nadal antes do jogo no Court Philippe Chatrier.
"Estou a jogar contra um dos adversários mais difíceis possíveis e, ao mesmo tempo, ele veio aqui vencer o último evento, um Masters 1000. Não é um jogo pequeno. Por isso, o que é que posso fazer? É esse o sorteio. Tentar estar preparado".
Nadal, que completará 38 anos dentro de uma semana, mostrou alguns lampejos da sua melhor forma no torneio de terra batida, mas foi derrotado por 6-1 e 6-3 pelo polaco Hubert Hurkacz na segunda ronda do seu último encontro em Roma.
O espanhol ostenta um recorde de 7-3 vitórias contra Zverev antes do seu primeiro encontro desde as meias-finais do Open de França de 2022, quando o alemão deixou a quadra numa cadeira de rodas perto do final do segundo set depois de lesionar o tornozelo.
"Não estou ansioso. Não, estou concentrado em tentar jogar bem", disse Nadal.
"Talvez eu vá para lá e repita o desastre de Roma. É uma possibilidade, claro. Não quero esconder isso, mas, na minha cabeça, é para fazer algo diferente e jogar muito melhor e dar-me a oportunidade de jogar de forma competitiva".
"Não queria jogar contra Nadal"
Zverev não jogou em 2022 após a lesão no tornozelo, mas voltou a subir na classificação nos últimos meses. O jogador de 27 anos há muito que é apontado como um futuro campeão do Grand Slam, mas continua sem um dos quatro maiores títulos do ténis.
Ainda assim, a terra batida é a sua superfície mais forte e chegou às meias-finais em cada um dos últimos três anos em Roland Garros.
O sorteio masculino parece muito mais aberto do que o habitual, uma vez que há dúvidas sobre a condição física de Nadal e Novak Djokovic teve um início de ano turbulento.
"Posso garantir-vos que o Novak não queria jogar contra o Rafa na primeira ronda e o (Carlos) Alcaraz não queria jogar, o Jannik (Sinner) não queria jogar contra ele", admitiu Zverev.
"Eu também não queria jogar contra ele na primeira ronda, mas é assim que as coisas são. Ele estava lesionado. Não jogou muito ténis. O ranking dele está onde está. Claro que não é o ideal, mas, ao mesmo tempo, não se pode evitar. Todos estão agora entusiasmados com um combate duro e uma primeira ronda difícil. Acho que ele está entusiasmado com isso e eu estou entusiasmado com isso", analisou.
Os organizadores de Roland Garros estavam preparados para realizar uma cerimónia de homenagem a Nadal para honrar a sua carreira, mas o espanhol mostrou-se relutante em apoiar tal celebração.
"Estávamos prontos para carregar no botão", admitiu a diretora do torneio, Amelie Mauresmo.
"Mas o Rafa é quem gere o seu momento, nós seguimos o que ele quer. Não queríamos colocá-lo numa posição embaraçosa".
Também na segunda-feira, Iga Swiatek, número um mundial feminino, inicia a sua tentativa de conquistar o quarto título de Roland Garros contra Leolie Jeanjean. A vitória da número um irá resultar num confronto na segunda ronda com Naomi Osaka, quatro vezes vencedora de títulos do Grand Slam.
O campeão do Open da Austrália em masculinos, Jannik Sinner, o antigo vice-campeão de Roland Garros, Stefanos Tsitsipas, e a detentora do título do Open dos Estados Unidos, Coco Gauff, iniciam a sua campanha no court Suzanne Lenglen.